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DORIS GIESSE | NOVEMBRO, 1991



A bela apresentadora de Doris Para Maiores e do Fantástico conta como dorme, quando foi sua primeira vez e que, apesar de já ter tido todos os homens que quis, prefere os não famosos


POR JÚLIO CÉSAR MORENO

FOTO KLAUS MITTELDORF


"Que tal um programa com Dorfe?" Com essa pergunta, feita com uma voz metálica e excitante durante o programa Doris Para Maiores, a modelo, bailarina e apresentadora Doris Giesse provoca a imaginação de seus telespectadores. Com 1,63 metro, 49 quilos, 62 centímetros de cintura e 88 de quadril e busto, Doris se tornou uma mulher que deixa seus caminhos marcados como se por eles tivesse passado um verdadeiro andróide. Em pouco tempo, por exemplo, ela se tornou um dos símbolos mais cintilantes do programa Fantástico, da Rede Globo. E sempre foi assim. Quando decidiu entrar para o mundo artístico, levou suas fotos à agência Central de Modelos, em São Paulo, e em menos de 24 horas estava fechando contrato para ser a capa da revista CLAUDIA MODA. Foi um sucesso, e ela chegou a ter doze filmes publicitários na TV ao mesmo tempo. Mas não era suficiente para a filha de imigrantes alemães nascida em Rio Comprido, no Rio, e criada em Campinas, a 100 quilômetros de São Paulo. Foi, então, fazer um teste para ser apresentadora do Jornal de Vanguarda, da Bandeirantes. Derrotou cerca de quarenta candidatas e ganhou o emprego. Começava aí a fama de Doris de ser a versão brasileira dos personagens andróides do filme Blade Runner. E a nave de Doris não pára. Em novembro do ano passado ela fez um retumbante sucesso na capa de PLAYBOY e logo depois foi contratada pela Globo, virando, ainda, personagem de história em quadrinhos em PLAYBOY. Para esta entrevista, a apresentadora recebeu o repórter Júlio César Moreno no flat onde mora, no bairro dos Jardins, em São Paulo, que, paradoxalmente, tem como seu aparelho mais futurista uma cafeteira elétrica.





1. Como é a Doris só para maiores? Sou bastante doida, mas só quando encontro alguém que entre na minha doideira. E que, quando estou sem namorado, me volto apenas para o trabalho. Quando tenho um companheiro, porém, além de produzir mais, me sinto em completa ebulição. A lucidez aumenta. Me sinto até mais atraente.


2. E como é um programa com Dorfe? Uma maluquice. A Dorfe topa tudo: homem, mulher, boneco, máquina. Além de ser uma prestadora de serviços científicos, ela é uma insaciável, sexualmente falando.


3. Você pensa em ser andróide para sempre? Isso nasceu por causa de meu rosto quadrado no dose da TV. Mas nunca me incomodei. Eu até usei essa fama para criar a Dorfe. O nome saiu da minha própria assinatura. Quem vê os garranchos pensa que está escrito Dorfe. E idealizei uma personagem bem-humorada com tempo de vida estipulado em um ano. Ou seja, em dezembro essa brincadeira desaparece e, então, vou ser eu mesma. A Dorfe é uma andróide, a Doris não.


4. Seus namorados normalmente são homens famosos e importantes, como o milionário Chiquinho Scarpa, o empresário José Victor Oliva e o deputado federal Aécio Neves Cunha. Os homens comuns têm alguma chance com você? Por acaso eles eram famosos. Mas os homens sem fama são os que têm mais chance comigo. Eu gosto da intimidade caseira. Os namorados famosos geralmente são boêmios e, quando o homem tem uma vida social atribulada demais, parece que o relacionamento é profissional.


5. O Chiquinho Scarpa tem fama de pedir para suas namoradas tingirem os pêlos do sexo de loiro. Como seus cabelos são tingidos, você também fez isso? O Chiquinho nunca chegou a falar sobre isso comigo. Se ele falasse, nem sei como agiria. Na verdade, ele foi mais um amigo do que um namorado. Eu não tinha tempo para nada e, então, nos encontrávamos mais socialmente. Era um namoro por telefone.


6. Qual foi o homem que você quis e não teve? Nenhum. Talvez por uma feliz coincidência, sempre que quis um homem houve reciprocidade. Há, é claro, as fantasias de pessoas distantes como o Klaus Kinski e o Robert de Niro, que são meus símbolos sexuais por causa de suas personalidades fortes.


7. E qual a cantada que derruba a Doris? Nunca recebi nenhuma cantada irresistível. Os homens quase não vêm falar muito comigo, talvez porque tenham medo. Quem me passa cantada mesmo são as mulheres. Já houve uma, numa festa do Rio de Janeiro, que começou a alisar minha perna. Para sair dessas é preciso muita diplomacia.


8. Como você dorme? Durmo sempre nua, seja inverno ou verão. É mais saudável. E quando estou sozinha não dispenso a companhia de um ursinho de pelúcia.


9. Você está rica? Além do apartamento neste flat, tenho dois carros, um em São Paulo e outro no Rio. O resto são coisinhas. Nunca desejei ficar rica. É muito complicado ter muita coisa para tomar conta. Não me atrai a idéia de perder a noção do que meu dinheiro pode abranger.


10. A atriz Julia Roberts, quando perdeu a virgindade aos 16 anos, comparou o fato a ganhar uma medalha de bronze numa Olimpíada. E você, que medalha mereceu? A minha foi dos 17 para os 18 anos e ganhei a medalha de ouro. Foi maravilhoso. Era a pessoa certa, no momento certo, no lugar certo.


Publicado em novembro de 1991, ed. 196. Editora Abril, São Paulo - SP.
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