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CAZUZA | DEZEMBRO, 1984


Roqueiro e líder do grupo que fez Bete Balanço e Maior Abandonado, Cazuza fala sobre o festival Rock in Rio, bissexualismo, drogas e sobre sua — literalmente — tesão pelo palco


POR MÔNICA FIGUEIREDO

FOTO LUIS CRISPINO


Foi aos 6 anos, ao entrar na escola, que Agenor de Miranda Araújo Neto descobriu que Cazuza não era seu nome, mas um apelido, dado pelos pais antes dele nascer ("Cazuza", no nordeste quer dizer molequinho). Filho do produtor musical e diretor da Som Livre, João Araújo, Cazuza, 26 anos, é ariano, com ascendente em Sagitário, e parece ter herdado o melhor destes dois signos do elemento fogo: de Aries, a ação e as idéias rápidas; de Sagitário, a sociabilidade. Carioca de Ipanema, foi convidado há quatro anos para integrar, como cantor, o conjunto Barão Vermelho (nome dado pelo baterista Guto Góis, em homenagem a um personagem do Snoopy): aos poucos ele foi criando, em parceria com Roberto Frejat, quase todo o repertório do conjunto. Adotado por Caetano e Ney Matogrosso (que gravou no ano passado a música Pro Dia Nascer Feliz, o grupo se projetou nacionalmente com a trilha do filme Bete Balanço, e faz sucesso atualmente com Maior Abandonado. Foi em seu apartamento, no Alto Leblon, qua Cazuza recebeu Mônica Figueiredo — editora de Capricho e autora de nossa coluna "Teste seu Vocabulário", sobre as novas gírias — para essa entrevista onde revela ao mesmo tempo algumas boas sacadas e a perplexidade de quem se considera um produto da geração do AI- 5.





1. Vocês vão abrir a noite de encerramento do Rock in Rio. Como você se sente no meio de todas aquelas feras? Todo o lance do Rock in Rio só pode ser muito bom para os músicos brasileiros, que vão ter ocasião de um intercâmbio nos camarins. O pessoal da banda vai ficar sabendo novos tipos de cordas, ver o equipamento que está sendo usado lá fora. Depois, eu gosto muito da Nina Hagen, do George Benson, do Rod Stewart. A Nina vai se apresentar na mesma noite que o Barão, dia 20 de janeiro, o encerramento. Só pode ser um lance ultralegal, né?


2. Mas a Rita Lee, por exemplo, não está gostando nada... Ainda não falei com ela, mas soube que ela foi convidada e se recusou porque estavam pagando milhões para as bandas estrangeiras, e queriam pagar bem menos pra ela. Bom, ela pode até se dar ao luxo de não ir ao Rock in Rio. Caetano também. Mas o Barão não pode, o Pára-Lamas também não. E nem a gente ia deixar tirarem esse doce da boca, né? Claro que os organizadores não podiam pagar pra gente mesmo, muito menos em dólar. Mesmo porque o preço do Queen, do Rod Stewart é outro; eles são internacionais, a gente não. Se a Rita Lee der um show em Nova York, ela vai receber o mesmo que a Nina Hagen? Claro que não. Em Nova York quantas pessoas sabem quem é a Rita Lee?


3. Vocês foram presos, em outubro, no Hotel Hilton, em São Paulo... Foi tudo armado: porte de maconha. Um golpe contra a gente, para colocar em evidência o delegado Paulo Fleury [N. da Red. : delegado da Divisão de Entorpecentes do DEIC], para mostrar que ele é bom de serviço. Eu não estava nessa, não fui autuado, mesmo porque não fumo, minha droga, assumidamente, é a bebida (risos). Eu já sendo tenso, então pensa se ainda for procurar mais estímulo... Agora porque o Barão? Os outros não transam um baseado? O fato é que a gente ia se apresentar em São Paulo, no Radar Tantã, tava o maior tititi, capa na Ilustrada, da Folha de S. Paulo, espaço no rádio, na TV., todo mundo comentando. Então, era a ocasião para promover o delegado. Ele ainda disse: "Isso vai ser bom para vocês, a Rita Lee estourou depois que foi em cana, passou a vender 400 mil discos". Ora, quem precisa desse tipo de promoção? Uma barra de prestar depoimento, deixar os familiares preocupados, os músicos da banda têm família, né? Em compensação, à noite, no Radar, nunca vi tanta gente, tava todo mundo lá, dando apoio pra gente. Mas na Delegacia foi uma baixaria. O escrivão, cantarolando Maior Abandonado pedia autógrafo pra gente. O delegado ainda disse: "Agora vocês são uma banda de rock, porque vocês dançaram"...


4. Como é enfrentar o palco? É tudo. Aflora um lado sensual meio incontrolável, às vezes entro de pau duro, a coisa pinta até antes de subir ao palco, ... às vezes, entro morrendo de medo, mas, cantando, solta o tesão. Sem brincadeira, é lance sexual mesmo. Fora do palco, sou tímido, um menininho, me sinto profundamente desajeitado. Mas no palco, sou um Super-Homem, de pôr a capa e sair voando. Sinto o sexo aflorando, olho pras pessoas e sinto que tem uma coisa também, que volta em resposta. Porque estou mostrando uma coisa bonita que eu compus: não sou humilde, gosto mesmo do que faço. É muito o lance do prazer, cantar o lado bonito da vida, o dia nasceu, a gente transou pra caralho, o dia vai nascer feliz, pra todo mundo acordar e a gente dormir...


5. Mas você só vê o lado colorido da vida? Mas eu prefiro mesmo acreditar na esperança do amor, sabe? Tem gente que se irrita, porque eu canto que todo mundo vai pegar sua pasta e ir pro trabalho, de terno branco, enquanto eu vou dormir, depois de uma noite de trepadas incríveis. Mas o dia-a-dia não é poefico, todo mundo bebe cerveja, mas todo mundo tem espinha, e a cada minuto alguém é atropelado. Então, vamos transformar esse tédio todo numa coisa maior. Li uma vez que você vive não sei quantas mil horas, e pode resumir tudo de bom em apenas 5 minutos, o resto é apenas o dia-a-dia. Um olhar, uma lágrima que cai, um abraço... Isso é muito pouco na vida. Então, isso vale mais que tudo para mim. Prefiro não acreditar no day after, no fim do mundo, apocalipse. Um dia ainda vou andar na nave espacial Columbus. Bêbado, claro, mas vou andar (risos).


6. Por enquanto, o que lhe dá maior prazer além da música? Beijo na boca. Aquele lance do beijo que é o "fósforo aceso na palha seca do amor" (risos). O beijo começa tudo, é da boca que vem a relação... a primeira vez que se entra numa pessoa. Pra mim, é essencial. E (risos) eu nunca havia pensado nisso antes, assim! Mas sou capaz de ficar de pau duro se beijar alguém.


7. E se pintar esse tesão, é para sempre? Eu acredito no amor eterno. Ainda vou encontrar alguém pra ficar para sempre. Enquanto isso não acontece, sou galinha mesmo. Uma hora aqui, outra ali, no "vai-vém dos seus quadris", como digo na música. Mas quero até ter um filho. Já que sou pai dos filhos dos outros... Adoro crianças...


8. Tudo bem. Mas com tanta garota bonita curtindo o seu visual, que papo é esse de uma transa bi? Olha, o homem difere dos bichos e das plantas porque pode amar sem reproduzir, embora o Papa não goste disso, né (risos)? O homem transa por prazer. Então, pode ser homem com homem, mulher com mulher, com diafragma, com pílula, com o que for... Homossexualismo é assim uma coisa normal, E o hetero, e o bissexualismo. O homem pode amar independente do sexo, porque ele não é bicho, não é planta. Se o cara não quer, não sente atração, tudo bem. Mas não tem esse papo de regra geral quando se fala de amor. Quando pinta tesão estou com Tim Maia e Sandra Sá: "vale tudo", mesmo.


9. E você transa isso na sua vida? Transo. Com homem, com mulher, não tem o menor problema. Namoro muito, sou ciumento, nesse ponto sou muito careta. Mas estou melhorando, porque a vida é um aprendizado. Ciúme pode ser até supercriativo, um ciúme que dê mais tesão. "Poxa, você vai lá, não fica comigo, qual é? Tramou com outro, sacana..." Faz-se uma ceninha rápida e, depois, vem um puta tesão pra curtir mais a garota.


10. Como foi a primeira vez? Ah... (risos). Foi lá pelos meus 15 anos, numa festa em casa de amigos, em Petrópolis. Na minha fase meio pirada. Eu estava alto, e a menina me pegou meio a força. Ela era sapatão... Fui currado (risos). Depois, a gente se namorou, mas não era o que ela queria.


11. Como é ser filho único de João Araújo, diretor da Som Livre, e Lucinha Araújo? Eu acho ótimo, porque isso de ser filho único quer dizer apenas "amor demais". Eu acho bom. O que atrapalha é a falta de amor. Não vejo o lance de superproteção. Eu sempre fui muito bem comportado até a adolescência. Tipo, o "neto preferido da vovó", sabe? Depois, pintou o lance da rebeldia, fui expulso do Colégio Santo Inácio, fui fazer zona na rua, tramar drogas, fugir para Mauá. Rasgava roupa para andar rasgado, festa de Natal e eu em casa, todo rasgado. Minha mãe desesperada. Aí, quando acabava o dinheiro, tava eu de volta. Mas eles, meu pai e minha mãe, sempre foram incríveis comigo. Meu pai deu sempre a maior força pras loucuras que eu quis fazer. Sempre esteve do meu lado. Dizia: você vai quebrar a cabeça, mas faz o que você quer...


12. Como foi o primeiro trabalho? Eu tinha feito vestibular para comunicação, porque meu pai tinha prometido um carro. Sempre fui tarado por carro. Com 14 anos, pegava o do meu pai. Os guardas pegavam, tinha que dar grana, já era freguês... Bom, então fiz o vestibular, passei, e desisti lá pela terceira semana. Aí falei pro meu pai que não tava a fim de estudar e ele falou: "Então vem trabalhar comigo". Fui pra Som Livre. Trabalhei dois anos lá. O Lulu Santos também estava lá, fazendo produção. Eu selecionava repertório. Mandavam milhares de fitas de gente nova e eu ouvia. De cem, tirava uma boa, que mandava pro Guto Graça Melo. Eu fazia também, comunicados internos, texto de releases, do Jorge Ben, do Moraes Moreira. Uma vez teve um show de um conjunto, nem lembro qual, que eles puseram meu texto na porta do teatro. Fiquei encantado.


13. E quando começou esse lance da poesia, na tua vida? Com meu grupinho no Santo Inácio, nos considerávamos altamente intelectualizados, sabe. E éramos comunistas convictos, com 11, 12 anos (risos). Desde aqueles tempos, eu era ótimo em redação. Agora mesmo, tenho pronto um livro de poesias. Falta só o editor. Outro dia achei um texto meu, escrito aos 11 anos: uma redação engraçada, inocente, linda. Mas sempre fui péssimo de português. Tenho o dom de escrever, mas sou nulo em ortografia. Sou o Ibrahim Sued do rock (gargalhada). O meu copy é o Ezequiel Neves. Uma vez, eu quis rimar "não me importam que mil raios me partam", e o Zeca quase morreu quando ouviu a fita...


14. Você é um roqueiro que curte Dolores Duran e Lupicínio. Desde pequeno fui tiete de todo o pessoal da MPB. Elis Regina sempre tava lá em casa. Eu acordava de noite pra tomar água e lá estavam na sala o Gil, Caetano, a Gal. A música popular inteira, me pegando no colo. Os Novos Baianos acamparam lá em casa, dormiam, iam comer, porque na época eram fudidos, não tinham onde ficar, e meu pai estava produzindo o primeiro disco deles. Só fui curtir rock, Janis Joplin, meu ídolo, Rolling Stones, lá pelos 14 anos, quando dei uma pirada. Mas antes, o máximo que curtia era coisas do tipo "Alone again naturally", água com açúcar. Nessa época dos 14 anos, passei uma férias em Londres, com um primo mais ajuizado. E foi mais uma abertura, né? Então, passei a ouvir Janes Joplin o dia inteiro. Quando comecei a compor, acabei misturando tudo isso. Do menino passarinho, com vontade de voar [N. da Red.: música de Luís Vieira] a Janis Joplin. Mas com uma diferença. A dor de cotovelo da MPB, mas dando a volta por cima. "Ah, você não gosta mais de mim? Então, foda-se também, eu estou aqui e sou mais gostoso". O rock da turma nova veio amenizar o lance down, meio negro, de Lupicínio, do pessoal da antiga, que era a falta de esperança río amor. O importante não é cantar a perda, mas o amor. Afinal, como dizia Dalva de Oliveira, "O amor é o amor" (risos).


15. Essa bandeira é tua? "A música popular brasileira é o rock?" Lembra do show da Rita Lee e do Gil? O próprio Caetano já disse que, hoje em dia, tudo é rock. A vida da gente é rock, a posição diante do mundo é rock. Porque o rock é a maneira de viver. Estamos vivendo uma era do rock. É a música do século XX. Então, tudo é rock: o baião, Moraes Moreira, Luís Melodia, e se eu me esqueço de alguém, também é rock, pode ter certeza. O que não é rock é o acomodado, o que não reclama...


O rock é a música do século XX. O baião é rock, Moraes Moreira é rock. Só não é rock o acomodado.

16. Como começou o lance do palco? Quando saí da Som Livre, estive uma temporada em San Francisco. Estava com 20 anos. Fiquei lá sete meses, dividia uma quitinete com um chinês. Descobri o blues de Janis Joplin, fiz cursos de fotografia, dança, essas coisas. Quando voltei, fui ser ator com o Perfeito Fortuna, do Asdrúbal. Foi na época que a gente armou o Circo Voador, no Arpoador, pra fazer a peça Pára-quedas do Coração. Eu não dizia uma palavra em cena, só cantava o tempo todo. A primeira coisa que cantei foi uma sacanagem com a Noviça Rebelde: na minha música, os filhos do almirante von Trapp descobriam que a noviça era na verdade um travesti. Eu cantava até Edelweiss. Cantava com microfone sem fio, chiquérrimo. Depois, com a Carla Camuratti, a gente fez uma peça infantil. Foi quando o Léo Jaime, que é um cara genial, começou a dar força, dizendo que eu tinha era de cantar. Ele foi minha fada madrinha, e me levou pro Barão Vermelho, um grupo que tinha um som tipo Led Zepellin, rockão gostoso, e precisava de um cantor. Cheguei bem pianinho, devagar. Era um bando louco, pintava camburão na porta, porque os vizinhos lá no Rio Comprido, onde ensaiavam, reclamavam da barulheira... Aos poucos, fui apresentando minhas músicas, eles foram se amarrando nas letras, e pintou a parceria com o Roberto Frejat, a paixão da minha vida, uma gracinha de parceiro.


17. Quais são os sonhos de Cazuza? Ah... quase tudo está acontecendo. Eu desde pequeno sonhava ser cantor, me ouvir cantando no rádio. Sonhava que um dia meu pai ia ter um Mercedes, e ele comprou um. Sonhava em transar com algumas pessoas, e aconteceu (risos). Não conto, ninguém pode provar mesmo (risos). Mas ter uma música cantada por Caetano era um sonho meu, e aconteceu. O Ney, quando surgiu, foi uma porrada na minha cabeça. A liberdade sexual que ele transmite é mais forte até que Mick Jagger. Então, quando ele gravou Pro Dia Nascer Feliz, foi um barato. Quando o Caetano, no show Uns, no Canecão , cantou Todo Amor que eu Quero Nessa Vida, e deu um esporro porque não tocavam o Barão no rádio, foi outro sonho. Acho que a minha estrela é mesmo muito boa...


18. O que é viver bem para você? Gosto de estar sempre com muita gente. Não vou a boates, porque não gosto de lugar fechado. No bar, você de certa forma está na rua, sai pra comprar um cigarro, volta sabe quando, bêbado, feliz da vida, por ter encontrado gente. Nesse sentido, sou meio viralata, como já falou de mim o André Midani. Mas curto um Jack Daniels, apesar de ter pouca grana pra comprar. Aliás, grana é sempre curta e acaba logo. Este apartamento foi meu pai quem me deu. O carro também. Quando o caixa fica russo, é ele quem me socorre. Dependo dele pro lance de médico, porque não dá pra segurar 50 paus por uma consulta. Mas pago minha comida, meus pequenos luxos. No fundo, sou um perdulário. Mas com a segurança de ter um pai rico. Sei que posso fazer loucuras, porque o velho garante a retaguarda. E não me culpo por ter pai rico. Dono de gravadora. Não cheguei a fazer sucesso por amizade ou proteção. O Ney não grava minha música por amizade. Foi por amor mesmo. A mim e à música. No meu meio, irremediavelmente meu pai seria meu patrão, porque afinal se ele não fosse da gravadora (Som Livre), até porque ele é presidente da Associação Brasileira de Discos (risos). Se a Lisa Minelli tivesse parado para pensar nisso, nunca teria sido atriz, né (risos). Mas não tenho culpa por ser filho de pai rico, e porque as coisas foram mais fáceis para mim. Nunca tive que vender livros na rua, feito o Tavinho Paes. Ou por que não passei fome, como o Léo Jaime.


19. Você é vaidoso? Sou muito vaidoso e muito desleixado. Gosto de uma mordomia, aqui no apartamento tá tudo em ordem porque a empregada cuida bem de mim, senão seria a maior zorra. Mas não sei cuidar das coisas. Imposto de Renda me dá tique nervoso. Tenho de chamar um amigo pra resolver pra mim. Este ano perdi até o lance da restituição, por não ter guardado nenhum comprovante. Sou meio dessituado, meio perdido. Me vejo um pouco meio Carlitos, com o sapato trocado. O carro morre no meio da rua, porque esqueci de pôr gasolina. Quando fui votar, não sabia direito como fazer... Votei no Brizola , porque representa a esperança. Aliás, eu sou da geração do AI-5, né, que nunca soube de nada, mas a gente sempre quis votar. Eu levo fé que a gente ainda vai ter representatividade. Vou votar num deputado e poder cobrar posições.


20. Que tipo de posição? Em relação à droga, por exemplo. A posição da lei é ridícula. Nunca se bebeu tanto nos Estados Unidos quanto no tempo da lei seca. Proibir interessa a quem? Pra Máfia da Bolívia, da Colômbia, do Brasil. Porque é o próprio Governo da Bolívia que lucra com isso, né? Por isso, marginalizam... No tempo de Freud, a cocaína era vendida em farmácia. Maconha, os índios fumaram a vida inteira. Então, interessa ao poder marginalizar, porque outros tipos de drogas são vendidas em qualquer farmácia. Maior de 21 anos, com receita médica, poderia comprar... E é isso o que eu acho: droga tem que ser vendida em drogaria. Tudo porém dentro de uma nova lei. Bem discutida e votada.



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