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LUCIANA VENDRAMINI | JANEIRO, 1990



Um papo revelador com uma das gatinhas favoritas dos comerciais sobre namorado e vergonha, seios e pescoço, como ela dorme e o "assassinato" de seu urso Panda


POR MÔNICA BERGAMO

FOTOS BOB WOLFENSON


Ela é a gatinha mais sapeca e levada da breca que o Brasil já namorou. Dos tombos de sua mobilete na cidade de Jaú (300 km de São Paulo), onde nasceu, há 19 anos, Luciana Vendramini caiu como paquita nos programas da Xuxa e acabou pousando deliciosamente nas páginas de PLAYBOY. De lá para cá, adeus tombos. Luciana, 1,65 metro e 47 quilos, trocou sua incrementada motoca e a vida calma do interior por uma carreira de sucesso na capital paulista, onde mora com a irmã, Miriam, e dezenas de bichinhos de pelúcia num apartamento de três quartos nos Jardins. Trabalhou em três filmes de cinema, duas peças de teatro e mais de 25 comerciais de televisão. Em um dos últimos, aparece como a frutinha "que muitos gostariam de apertar". Neste bate-papo com a repórter Mônica Bergamo, ela pediu aos fãs: "Não me apertem, não, vai! Só um tem esse direito".





1. Você sempre se lembra de que, quando recebeu o primeiro telefonema de PLAYBOY, há dois anos, levou um baita susto, ficou vermelha... Verde, azul e branca! Pensava sem acreditar: "É trote. Só pode ser. O que eles vão querer comigo, uma magrelinha sem graça?" Eu era super-recatada. Trancava a porta do quarto para me trocar, e nunca alguém tinha me visto nua — nem minha mãe. Até tremi antes de relaxar e fazer as fotos. Foi louco demais.


2. E o que faz você ficar vermelha hoje em dia? Cantada. Mesmo quando o cara é sutil, fico toda vermelha aqui, ó [passa as mãos nas bochechas]. Começo de namoro também é um suplício. É, só ele pegar na mão — e pronto [rindo]: viro um pimentão. Quando estou paquerando alguém para valer, nem consigo olhar a pessoa. Eu me sinto um polvo desajeitado, que não sabe onde colocar os braços.


3. Ficou mais fácil paquerar depois da fama? Fácil demais. Perdeu até a graça, o "tchans". Ainda tenho aquela coisa de menina de interior, de clima, de romantismo. Com todos os comentários de que eu era ninfeta, virgem, caíam dez em cima. Se eu quisesse, vários romances teriam rolado. Mas apressado não tem vez comigo. Gosto que as coisas aconteçam devagar, cheias de história. Com meu namorado, o Paulo [o ex-vocalista do RPM, Paulo Ricardo], foi assim. Ele é meiguinho, moleque como eu. Fomos apresentados em 1988 pelo Marcelo Rubens Paiva [autor de Feliz Ano Velho] e o namoro demorou para rolar. Só começamos em janeiro de 1989.


4. Quais são as cantadas mais chatas que você recebe? Se tem coisa que odeio são aqueles velhos que chegam perto e dizem: "Oi, Luciana. Sabe, sou dono da fábrica tal..." Penso: "Argh, meu filho. Sai pra lá". Peço licença e vou ao banheiro. Odeio também os "boyzinhos da hora". Não têm nada na cabeça, não sabem nem quem é Ingrid Bergman, coitados. Esses caras acham que, com grana, podem tudo. Mas nunca precisei de dinheiro. Sou independente pra caramba. Bem cedo tive tudo: apartamento próprio, viagens para mil lugares. Cantadas desses chatos, ignoro mesmo.


5. Quanto você ganha? É difícil calcular. Posso receber 5.000 cruzados novos num mês, e no seguinte assinar um grande contrato, faturar 150.000. Só sei que ganho bem — pelo menos 30.000 por mês [6.000 dólares pelo câmbio oficial, em novembro]. Já cheguei a gastar, em dez dias, 9.000 cruzados novos [1.800 dólares]. Meu pai cuida da grana, porque senão ela some. Torro tudo em viagem, bala, chocolate. Guloseima é comigo. Adoro ir ao supermercado, fazer uma supercompra, alugar cinco fitas de vídeo e passar o resto da tarde assistindo. Sou fanática por cinema.


6. Dirigir um filme faz parte de seus planos, não é? É meu sonho. Só que, para isso, preciso ler mais, me ligar, estudar bastante. Estou fazendo Inglês, voltei ao balé clássico, vou ao Japão fotografar. Teatro e TV também estão nos meus planos. Estou fazendo expressão corporal e vou começar um curso com o diretor Antunes Filho. O dia em que fizer uma novela, vai ser para arrasar, entende? Quero ser the best, quero arrepiar.


7. Você não pensa em comandar um programa infantil? Tenho pavor de febres e manias. A Xuxa foi a pioneira nisso, e todo mundo seguiu na cola dela. Eu curtiria fazer um programa para moçada, com surfe, rock, reportagens de rua, tudo no maior pique. Não quero ser cópia de ninguém. A diferença é que faz minha cabeça.


8. Como a cidade de Jaú recebe você hoje em dia? Com tapete vermelho, eu diria. Sempre fui conhecida e querida lá. Eu dava aulas de balé para crianças, antes de mudar da cidade, e circulava para cima e para baixo na minha mobilete, de camiseta e calça jeans rasgada. [Rindo.] Era doidinha, uma espoleta. Mas pintou muita inveja de mim na cidade. É uma droga, mas faz parte, né? As amigas não aceitam seu sucesso.


9. Você gosta do espelho? Que parte de seu corpo acha mais bonita? Todo artista adora se olhar no espelho. Eu gosto dos meus seios, acho bonitos, delicados, maternais. Nos homens, gosto de bumbum perfeito, da boca — e tenho fissura por pescoço. Deve ser porque nasci quando faltavam apenas 5 minutos para a meia-noite. Sou meio vampira.


10. Marilyn Monroe dizia que dormia apenas com uma gota de perfume Chanel n." 5. E você? Até o ano passado, abraçava meu ursinho Panda. Mas ele morreu, "tadinho". Coloquei na máquina de lavar e virou uma lingüiça. Agora, durmo só. De calcinha e camiseta.



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