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LUIZA TOMÉ | FEVEREIRO, 1990



Um bate-papo com a sensual Carol, de Tieta, sobre cantadas com pio de coruja, a primeira vez e até um romance com um homem casado — igualzinho à sua personagem


POR LINDINHA SAYON

FOTO FLÁVIO COLKER


Numa explosão de sensualidade, as duas se confundem: Luiza Tomé e Carol, a teúda e manteúda de Tieta. A simplicidade e a doçura, foi Luiza quem emprestou a Carol. Descalça, cabelos soltos, camiseta e short cor-de-rosa valorizando o bronzeado — num corpo de 1,64 m e 52 kg que abriga cobiçados 89 cm de busto, 61 cm de cintura e 91 cm de quadris —, é a própria Luiza quem abre a porta de seu apartamento, em Ipanema, para a editora Lindinha Sayon. Como Carol faria em Mangue Seco. Mas quem se revela já não é a submissa teúda e sim uma taurina teimosa e decidida. Cearense, formada em advocacia, 27 anos, casada desde 1986 com o diretor de novelas Mario Marcio Bandarra, Luiza enfrentou maus bocados no início. Como o dia em que fez o teste de atriz para a novela Corpo a Corpo. Mesmo sem experiência, encarou um temporal, desceu pela porta ele trás do ônibus (não tinha dinheiro para pagar a passagem) e... passou. Foi assim que entrou na Globo — no papel de Alice —, em 1984. Com essa garra, ela invadiu os sonhos dos fãs que lhe fazem mais de cinqüenta telefonemas por dia, pedindo de tudo — até casamento.





1. Luiza Tomé é hoje o símbolo da mulher sedutora e sensual. Na realidade, você se sente assim e está gostando disso? Olhe, eu sou mesmo assim. Desde os 18 anos, escuto as pessoas dizerem: "Nossa, como você é sensual!" Se entro num bar, vapt! Todos viram a cabeça para me olhar. No começo, achava o máximo. Depois passei por uma fase em que aquilo me incomodava pensava que era só pelo meu corpo. Mas, então, saquei que a sensualidade nasce contigo, não é questão de roupa decotada. É o teu jeito de ser. Tenho uma presença legal, agradável, senão passaria despercebida. E acho que sou muito simpática. Para compor a Carol, peguei o rebolado da Marilyn Monroe e das moças do Nordeste, que busquei na minha infância. Mas acho que a sedução dela vem da ingenuidade, do jeito meigo.


2. Com esse sucesso, você tem recebido muitas cantadas? "Uh, uh, sente aqui" é a coisa que mais ouço, todos os dias. É o pio da coruja feito pelo Modesto Pires quando está com a Carol. Às vezes dizem isso no meu ouvido e, quando me viro para ver quem foi, a pessoa já desapareceu. Mas cantada engraçada mesmo foi uma que recebi há pouco tempo, num restaurante em Uberlândia. Um rapaz de aproximadamente 30 anos chegou perto de mim, tentando chamar minha atenção de todo jeito. Eu notei, mas fiquei disfarçando. Papo vai, papo vem, ele perdeu a estribeira. Veio até o meu ouvido e disse: "Isso é uma cantada!" Me fiz de mais desentendida ainda: "Se eu canto?", perguntei bem alto. "É claro que eu canto. Adoro cantar..." Aí ele desistiu. É manter a calma, levar na brincadeira.


3. E como foi sua primeira vez? Você também manteve a calma? Foi aqui no Rio mesmo. Tinha 17 anos e estava apaixonada pelo meu vizinho, uns psicólogo e ator de 26 anos. Namorávamos há dois meses. Eu era uma moçona e todas as minhas amigas já haviam contado suas histórias... E lá iam carinhos, beijos e tal, mas, na hora H, eu sempre saía fora. Ah, me dava dor de barriga. Até que uns dia, na casa dele, o moço perdeu a paciência: "Afinal, você quer ou não?" "Quero", respondi assustada. E aí foi. Mas eu tinha toda uma expectativa e a primeira vez é um susto grande, você acaba não sentindo muita coisa. Quando terminou, perguntei: "Ué, era só isso?" Foi um desconcerto.


4. Alguma vez você namorou um homem casado, como a Carol? Já, mas era uma relação completamente diferente da de Carol e Modesto. Dois taurinos apaixonados são terríveis, não é? Não tem como segurar. Foi em 1986, uma paixão de cinco meses, que acabou sem tristeza.


5. E se descobrisse que o seu marido tem uma teúda e manteúda? Falaria para ele ficar de vez com ela, assumir sem problema. Essas relações paralelas eu não concebo muito.


6. Qual foi a cena romântica que mais te arrepiou em Tieta? A primeira transa de Osnar e Carol acabou sendo supimpa: Muito bonita. Me toquei, o clima me envolveu... Uma supercena que fiz com a maior emoção. Quando terminou, eu e ele ficamos meia hora fora do chão. Uma viagem mesmo!


7. E essa fofoca do teste da cama para se subir na Globo? Imagine, pura invenção! Delírio das pessoas. Existe é o teste de capacidade. E o desempenho do trabalho, que irá definir se a pessoa continuará ou não. Já pensou se existisse o teste da cama? Na verdade, as mulheres mais gostosas estão por aí, soltas. Se houvesse esse teste, certamente eu não seria Carol.


8. Em pouco tempo de carreira, você já aparece com o mesmo destaque de estrelas consagradas, como Joana Fomm e Betty Faria. O que significa isso na sua cabeça? Em 1984, quando fiz Corpo a Corpo, não me sentia preparada. Agora tiro de letra, sei o que faço, dou o melhor de mim. E valeu. Estou sendo bastante requisitada profissionalmente. Mas prefiro ainda não falar de meus planos. Deixo-os guardadinhos, numa malinha de segredos que tenho lá no meu quarto.


9. Na novela, até as camisolas que a Carol usa são sensuais. E você, o que veste para dormir? Uma camiseta... E tá bom, não é?


10. Qual a parte do seu corpo que você mais gosta? Meus seios, acho lindos. São o símbolo da feminilidade da mulher. E, plasticamente, os meus são mesmo bem-feitos. Nem grandalhões, nem pequenos... Olhe aqui [levanta a blusa, sem ter nada por baixo]. Não são bonitinhos?



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