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O QUE O GOVERNO ESQUECEU NAS GAVETAS DE BRASÍLIA

Humor


Não coube tudo nos caminhões de mudança do pessoal que deixou o governo. Ficaram algumas coisas, além da inflação


Por MIGUEL PAIVA



NA GRANJA DO TORTO


Além do que já estava torto, pouca coisa ficou de pé. Numa mala esquecida na cocheira, só se encontrou um boneco de pano com a cara do Maluf; uma foto autografada de um amigo muito próximo; uma fita de videocassete do programa "O Povo e o Presidente", só com os trechos onde aparece o Presidente; algumas das milhares de cartas que ele recebia das criancinhas; um par de halteres com o peso adulterado que sobrou de uma batalha de soldadinhos de brinquedo; um par de tênis usado na última entrevista.



NO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO


No gabinete do ministro, além de restos de comida e de bilhetes de passagens aéreas, só havia alguns livros de dieta, culinária, matemática e vendas. Eles foram esquecidos, talvez na pressa de deixar livre o caminho do sucessor na corrida para o desenvolvimento do Brasil.



NO SNI


Um velho arquivo no canto de uma sala escura. Mesas abandonadas, papéis no chão, cinzeiros cheios. Nos arquivos, pouca coisa. Fotos antes importantíssimas, transformadas em passatempo; uma secretária eletrônica russa, apreendida num aparelho do PCB; uma pequena agenda funcional; um aparelho de escuta; disfarces importados; uma mala 007 (dizem que no início eram milhares); um "grampo" de fabricação japonesa para escutas de alta sensibilidade.



NO PALÁCIO DO PLANALTO


Numa mesa sem uso, no depósito, foram encontrados um baralho só de ases, de Leitão de Abreu, que o carregava sempre na manga; um telefone de copinho (idéia do Ministro das Comunicações), muito usado depois da descoberta da espionagem na sala do Presidente; a famosa pasta do Ministro sem Pasta , repleta de cartas brancas; a foto do porta-voz no seu porta-retratos preferido; um par de patins que, dizem, era usado por Figueiredo para descer a rampa do palácio nas noites de insônia.



NO GABINETE DA CENSORA


Pelo que esqueceu em seu gabinete, percebe-se que Dona Solange colecionava tesouras de todos os tamanhos: da menor, para cortar filmes super-8, às maiores, para grandes cenas de sexo explicito. Colecionava também óculos de miopia, canetas de escrita não muito fina usadas em suas tarefas e discos de música clássica.



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