ALEXIA DECHAMPS | MARÇO, 1995

Furação no paraíso

Bora-Bora, Taiti... A natureza, aqui, tem mania de perfeicão. Areia, coqueiros. recifes, enseadas, tubarões, ventanias, mar — os legendários Mares do Sul. Se faltava alguma coisa, reparem bem, não falta mais. Alexia Dechamps, atriz e modelo, 27 anos, oito de passarela e quatro de TV (ela é hoje a chique Alexandra, de Pátria Minha). é uma mulher tão especial que jamais correrá o risco de parecer um detalhe na paisagem. PLAYBOY revela, pela primeira vez, a nudez agreste da solteríssima Alexia. Reverentes, as palmeiras de Taiti e Bora-Bora se curvam e o paraíso ganha seu definitivo retoque de beleza.

FOTOS BOB WOLFENSON

"Acho muito difícil alguém resistir àquela vozinha rouca ou àquelas pernas longas. A Alexia é dessas mulheres raras em que, por mais que eu procure, não consigo encontrar defeitos. Bonita, sensual (e como!), bom caráter, amiga, bom astral, modesta, positiva, parece que foi pra ela que se compôs "Se todos fossem iguais a você!" — Gilberto Braga, autor da novela Pátria Minha.

CABEÇA, CORPO E EMOÇÃO

Alexia Dechamps é a única e providencial garantia que Gilberto Braga tem de que, em suas novelas, uma personagem jovem, fina, chique, inteligente e elegante não vai deixar escapar, de repente, aquele fatal — é merrnno? Com Alexia Dechamps nas proximidades, Gilberto Braga pode continuar escrevendo para a Rede Globo tramas em que o requinte não seja obrigatoriamente uma qualidade exclusiva de senhoras de coque nos cabelos que tomam chá às 5, edificam frases saudosistas e abrem as vogais de forma a colocarem em riscos suas coroas de jaqueta.

Naquilo que as pessoas insistem em chamar de vida real, a Alexandra da novela Pátria Minha é o que parece ser: uma beleza serenamente provocante, 1,76 metro de loirice inteligente, magia genética, deliciosa sociedade de nações, a belga e a russa, por parte de pai, a alemã, pelo lado da mãe, com transfusão de veneno carioca. Aos 27 anos, modelo desde os 18, esta carioca de Buenos Aires, concebida em Pittsburgh, Pennsylvania, ostenta a madura tranqüilidade de quem já não tem, e na verdade nunca teve, a obrigação de provar que não é apenas um rosto, e um corpo, bonitinho(s).

Novela, câmera, gravações — virginiana convicta (ascendente Áries e a Lua em Peixes), ela simplesmente adora o trabalho. Enfrenta um cara-a-cara com os monstros sagrados do vídeo como Tarcísio Raul Pellegrini Meira com aquela superior segurança de uma atriz cuja carreira mal começou mas que já sabe que Peter Brook não é camiseiro em Nova York e que Pina Bausch não inventou o design moderno.

Alexia é o resultado do encontro ocasional, nos Estados Unidos, de Claude Dechamps, empresário argentino com o patrimônio, a postura e o appeal daqueles magnatas rurais de San Isidro, e Renata Marischen, uma legendária brasileira de Friburgo, que, por sua ousadia e sua beleza, polarizou a atenção de um círculo intelectualizado do Rio e arredores a partir dos anos 50, assim como Dorothy Parker reinou sobre uma legião de apaixonados na mesa redonda do hotel Algonquin, em Nova York. "Aconteceu de eu sair para a escola de manhã e encontrar Vinícius de Moraes dormindo, na sala, com um copo de uísque pela metade, ao alcance da mão", lembra Alexia. Certa vez, foi Mick Jagger, batendo à porta da casa de Renata, numa Búzios de encantos ainda agrestes.

Mãe e filha trocaram a Argentina pelo Brasil quando Alexia tinha 6 anos. A menina trouxe no sangue a comedida distinção da nobreza da terra, mas quantas vezes seu temperamento não esteve exposto às labaredas tropicais da paixão? Saboreou o amor pela primeira vez numa fazenda (aos 16 anos), mas se derrete só de pensar no prazer ao embalo gostoso das marés — tendo como solitária testemunha uma lua cheia que viesse lamber languidamente seu corpo salgado.

Punta Dei Leste e Búzios, Nova York e Buenos Aires, Friburgo e Veil — Alexia freqüenta desde menininha um circuito que é, por si só, uma passarela. Virou modelo, e, numa trajetória natural, chegou à TV. Brevemente, o teatro. Logo, quem sabe, o cinema. Mas tem coisa pela qual abandonaria tudo, mesmo nesse inspirado momento que ela vive nos desfiles e nas novelas. Alexia Dechamps trocaria fácil, fácil, seu sucesso profissional por uma daquelas paixões ardentes e duradouras. Casa, filhos, jantar em família, noites intermináveis de amor — de preferência, com o mar fazendo playback, e a lua na iluminação. "Sou muito exigente", ela alerta.

Vejamos suas exigências: que seu parceiro seja romântico, sensível e dedicado. Dispensa fortuna. Precisa ser um Tom Cruise? Não, basta que ele tenha "uma beleza interior tão marcante quanto a que esteja estampada em seu rosto". Bem, agora que a gente conhece Alexia Dechamps — ela merece, não merece?

Nirlando Beirão

"Alexia começou a trabalhar comigo na novela O Dono do Mundo, desde o início, sempre muito tímida, ainda inexperiente como atriz, e procurei ajudá-la. Senti que ali não estava uma garota bonita e 'carreirista', e sim uma pessoa esforçada para vencer na sua nova carreira de atriz. Desde então ficamos amigos, ela continuou a fazer novelas e, para minha alegria, melhorando cada vez mais como atriz. Com esse charme todo dessas fotos, espero que o leitor se 'deleite' junto comigo vendo: Alexia de Champs!" — Denis Carvalho, diretor da novela Pátria Minha.

"Vi Alexia nascendo no Arpoador. Na linha do horizonte. Vi Alexia começando a florescer, espuma da arrebentação do mar, sob a minha janela, Posto Nove. Via-a, antes de pisar as passarelas da moda, pisando a passarela mágica do calçadão de Ipanema, estreando seu doce balanço de cariora. Que dorme menina amanhece mulher. Vejo Alexia agora — ai!, distante e em fotografia — brotando das águas do Taiti. Ainda um privilégio, e já uma saudade." — Millôr Fernandes, escritor e humorista.

"...sardas, nariz arrebitado, carinha de boneca. Menina travessa, moleca, irreverente. Mas quem te conhece sabe que atrás desse rostinho (e desse corpo) existe urna mulher, uma mulher que sabe o que quer. No Rio?! Punta?! Em Búzios?! Paris?! Nova York?! Ah, Taiti?! Esta é a Alexia: está em todas, e em todo o lugar. Ufa, haja fôlego!. — Silvia Pfeifer, modelo e atriz.

"Admiro tua luz, tua garra... tua luta... pela carreira, pelo sonho... E principalmente tua coragem pela vida! Você é assim... Linda, forte, sincera... Enchendo as nossas vidas com teu sorriso e tua alegria. Minha amiga, irmã... na nossa amizade, pode ter certeza, só existe lealdade!!!" — Guilhermina Guinle, socialile e melhor amiga.

"Dinda, um beijão, tá?" — Fábio Jr., cantor e ator.

"Alexia, céu de ternura exposta. Universo de alegria intensa. Jeito de menina eterna Raio de pura luz. Alexia, fogo, água, ar e terra. Sereia encantada iluminada no mar da imaginação. Lua cheia, supernova, no planeta das emoções." — Luza Brunet, empresária e modelo.

"Dechamps. Origem: França. Qualidades: pouco encorpado, elegante, franco, frutado, generoso, harmônico, intenso, macio, pleno, quente... nu. Observações: guardar com cuidado em lugar calmo, sob luz suave, se possível na posição horizontal e com umidade nunca inferior a 60%. Alexia Dechamps, como todo bom vinho, difícil de ser definida simplesmente. Veja!" — Paulo Ubiratan, diretor artístico da TV Globo.

"Ela é assim: alegre, extrovertida, sensual e misteriosa. Ela é mulher virginiana, amiga e confidente." — Carla Barros, modelo.

"Você acaba de perder alguns preciosos segundos da sua vida. Desviou seus olhos das fotos da Alexia para ler este texto. Que desperdício." — Washington Olivetto, publicitário.

EDIÇÃO ARIANI CARNEIRO PRODUÇÃO FLORISE DE OLIVEIRA E GEOVANI LIMA CABELO E MAQUIAGEM MARCOS DE BARROS

Publicado em março de 1995, ed. 236. Editora Abril, São Paulo - SP.