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AS MASCARADAS | FEVEREIRO, 1978


Quatro mulheres badaladíssimas fazem um carnaval para você.

Descubra quem são elas.


“É noite de Carnaval! Aí vem o Cordão das Mascaradas, essas mulheres lindas e misteriosas... Entre nesse cordão, a alegria é pra valer e – importante para essa festa só foi convidado um homem: você. Os corpos quase nus te cercam, as mascaradas abraçam, provocam, querem sempre mais. Adivinha quem são!”


Com esse texto, a PLAYBOY (ainda com o título HOMEM) de fevereiro de 1978 anunciava uma de suas mais belas matérias: A Noite das Mascaradas. Nuas em um animado salão de Carnaval, entre confetes, serpentinas e adereços, quatro misteriosas mulheres convidavam o leitor a descobrir suas identidades por baixo das máscaras e alegorias. Emoldurando cada foto, mais que uma pista, um convite. Eram elas:


A Rainha das Flores – Venha comigo, sou da folia. Venha sentir meu perfume sedutor. Você me deseja no escuro dos cinemas, venha cá. Sou de Gêmeos, fiel no amor enquanto o Carnaval durar...

A Princesa Africana – Esta noite quero que você seja meu súdito, meu homem, para uma festa de loucuras. Capricorniana, meu gênio no amor é tão rico quanto os shows em que tanto fascino você.

A Borboleta – Eu sou perigosa, uma das mimosas que deixam você louco nas novelas. Sou de Balança, mas não quero saber de equilíbrio, vou beijar-te agora, apaixonadamente, no meio da multidão.

O Pássaro Tropical – Minhas cores são sensuais e ardentes como eu. Sou de Touro e você me vê sempre na televisão. Agora estou pertinho de você, vamos cair na farra...

Sob as lentes do mestre Antonio Guerreiro, as musas alegraram o lendário Studium, no Catete. “Essas doidas ficaram nuas lá dentro durante vários dias, tá entendendo?”, relembra Antonio. A alegria descompromissada, a atmosfera de liberdade eram notáveis em cada clique. Esfuziantes.


Afinal, quem eram elas? O mistério se desfez, algumas páginas de reportagem adiante. Elas deixavam cair a máscara e se revelavam: a atriz Sonia Braga era a Rainha das Flores, Marina Montini, modelo, atriz, musa do pintor Di Cavalcanti, na pele da Princesa Africana, a atriz Maria Claudia incorporou a Borboleta e Sandra Bréa, nosso Pássaro Tropical.



Nota: 'A Noite das Mascaradas' recebeu o Prêmio Editora Abril - Melhor produção fotográfica de 1978. Em fevereiro de 1993, o ensaio foi reproduzido, tendo como novas mascaradas Andréa Guerra, Sônia Campos, Marinara, Cristina Mortagua e Patricia Melo.

 

ESPECIAL SANDRA BRÉA


Aquele sorriso se destacava: impossível não reconhecer Sandra Bréa.

À época das fotos, Antonio Guerreiro era marido da deusa Sonia Braga. Nossa eterna Gabriela cuidava do estúdio, varria, colocava ordem na casa, literalmente. E eis que um furacão derrubou todas as estruturas. Durante a produção das Mascaradas, Sandra murmurou, com sua voz rouca, no ouvido de Guerreiro: “'Logo depois que você largar a baixinha aí, vou invadir a sua vida!'. Não deu outra, nos casamos logo depois que me separei da Sônia. E elas ficaram muito amigas", contou o experiente fotógrafo...


Assim era Sandra, uma mulher surpreendente. Diria até incalculável. Incalculável, ressalte-se, é uma das palavras favoritas de Antonio Guerreiro – ao lado de espetacular, deslumbrante, maravilhosa. Todas emolduram perfeitamente a mulher Sandra. Não apenas a mulher, mas a atriz, a cantora, a apresentadora, a dançarina. É impossível dissociá-las.


Sandra personificou todas as qualidades, todas as virtudes, todos os sonhos e anseios, toda a ousadia dos imortais. A chama eterna, a beleza colossal, a inteligência incomensurável, a pureza da alma...


Como definir alguém que toma para si personalidades tão conflitantes e torna-as de tal forma homogêneas que não é possível apontar onde uma finda, onde outra principia: a chama da volúpia agregada ao cálido frescor da inteligência em flor; a força de um guerreira combinada à doçura de uma criança; a nobreza de uma mulher em paz consigo mesma, aliada à obstinação de uma alma inquieta, em constante mutação.

Melhor não buscar uma definição, melhor não tentar entendê-la. Contentemo-nos, pobres mortais, em apenas admirá-la e reverenciá-la, ela que foi prova viva de que os deuses, por vezes, transfiguram-se em belas mulheres, sem perder a essência divina.

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