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BÁRBARA PAZ | SETEMBRO, 2007



Seu nome é uma junção de trocadilhos que nos levam

do nirvana à exuberância em toda a sua plenitude;

Ela é beleza e tranquilidade. Furor e calmaria.


Bárbara Paz, gaúcha nascida na cidade de Campo Bom, no Vale dos Sinos, interior do Rio Grande do Sul, logo começou a trabalhar como modelo de campanhas publicitárias e editoriais de moda, já que seus 1,70 de altura não a credenciavam para atuar nas passarelas. Disposta a se tornar atriz, Bárbara estudou artes dramáticas com alguns mestres da área, como Paulo Autran, Antunes Filho, Bibi Ferreira, Zé Celso e Juca de Oliveira. Trabalhou em diversas companhias teatrais, entre elas as prestigiadas Parlapatões e Pia Fraus. Mas a trajetória de Bárbara estava apenas começando...


Em 2001, o SBT estreou de surpresa o reality show Casa dos Artistas, que parou o Brasil. O programa tornou-se o maior sucesso da história da emissora, derrubando a audiência do tradicional Fantástico e ameaçando o sucesso da novela O Clone. Em meio a um time de famosos composto por Alexandre Frota, Supla, e até célebres capas da PLAYBOY (Alessandra Scatena, Núbia Oliver, Nana Gouvêa e Mari Alexandre), Bárbara era a menos conhecida do grupo. Chegou na casa exibindo um estilo bem underground de ser, cabelos desgrenhados, maquiagem pesada, roupas masculinizadas e uma certa timidez, em parte causada pelo trauma de ter duas grandes cicatrizes estampadas no rosto, frutos de um acidente de automóvel. A despeito de tudo isso, Bárbara logo engataria um tórrido e tumultuado romance com o roqueiro Supla, garantindo uma grande popularidade entre os telespectadores que a sagraram, contrariando todas as previsões iniciais, a grande campeã do programa.


PLAYBOY a queria já em sua próxima capa, em janeiro de 2002, mas a nova estrela do Brasil não se sentiu preparada para exibir sua nudez na revista, recusando o primeiro convite, feito no dia seguinte ao fim do programa. O máximo que aceitou foi ser a entrevistada da sessão 20 Perguntas, na edição em que a revista sonhou tê-la como estrela de capa.


BÁRBARA BRILHA


Bárbara Paz é uma artista tão excepcionalmente dotada que imagino as dificuldades que teria em optar por algumas de suas potencialidades. Ela dança inspirada pelos pampas gaúchos, ela canta, ela representa com enorme talento e escreve poesia como gente grande. Se essa fosse sua opção, ganharíamos uma escritora com enorme sensibilidade e inquietação. Mas vamos torcer par que continue atriz, linda e brilhante.” Texto publicado na edição escrito pelo ator e diretor Juca de Oliveira.



O sucesso do programa levou Bárbara a realizar o sonho de ser reconhecida no Brasil como atriz. Protagonizou no SBT suas primeiras novelas, Marisol e Cristal, e estrelava a sua terceira trama, Maria Esperança, em 2007, quando recebeu (e aceitou) novo convite para estampar a capa da PLAYBOY. Sua matéria seria publicada na edição de outubro, mas o ensaio programado para setembro, com a jornalista Monica Veloso, não ficou pronto a tempo e Bárbara veio antes, para deleite dos leitores.



A cargo do renomado fotógrafo Marcio Scavone, as fotos foram produzidas durante três dias, em agosto de 2007, e ambientadas no famoso Teatro Oficina, no bairro do Bixiga, em São Paulo, sugestão da própria estrela. E, com o Oficina, pela primeira vez na história da PLAYBOY, uma locação de ensaio também se tornou o local escolhido para a festa de lançamento da revista.



“Hoje estou bem comigo mesma. Sinto-me feliz e madura, por isso aceitei fazer as fotos. Foi inacreditavelmente bom, rolou uma química entre o Scavone e eu, uma vontade de fazer bonito. Estávamos num teatro, um lugar onde me sinto bem, foi lindo!”, disse Bárbara em entrevista à Folha de S.Paulo, no último dia do ensaio.


A vontade de fazer bonito ficou nítida em cada foto, Bárbara hipnotizou os leitores com seus olhos cor de esmeraldas, desde a abertura do ensaio, deitada sobre o tablado, completamente nua. Na imagem seguinte, sentada em uma cadeira de veludo vermelho, encara a plateia que assistia seu maior papel, o de estrela da PLAYBOY. A atriz caminha pelos corredores do Teatro, esconde-se pelas coxias, exibe sua majestosa nudez, enquanto se tira vagarosamente o vestido preto, entre mesas e cadeiras de um salão vazio.


A seguir, espreguiça-se sobre a mesa, vestida apenas pelos raios de sol que penetram pelas janelas envidraçadas do Teatro. Diante de uma pesada cortina de veludo, como homenagem à sua beleza, entrega, tesão e inspiração, Barbara lança um largo sorriso, enquanto tem seu corpo saudado por rosas vermelhas, lançadas pela plateia.


A foto com as flores foi uma ideia de Bárbara, não fazia parte dos planos iniciais da equipe. Imediatamente a produção da revista ligou para uma floricultura da região e encomendou quatro dúzias de rosas vermelhas. Para a surpresa do entregador, a própria Bárbara abriu a porta do local para apanhar a encomenda. Detalhe: completamente nua! Diante do espanto do sortudo rapaz, a deusa loira apenas disse: “Não repare nos meus trajes”.



Algumas fotos do ensaio foram inspiradas na exposição O Mito – Os Últimos Dias de Marilyn Monroe, com fotos do acervo do fotógrafo americano Bert Stern, que fez o último ensaio da atriz americana, seis semanas antes da morte prematura da estrela de Hollywood. Algumas das fotos de Marilyn por Bert Stern já haviam sido tema do ensaio da atriz Lucinha Lins, em agosto de 1984.



Nessa parte do ensaio, ambientada num quarto montado no Oficina, Bárbara faz do seu corpo poesia, derramando sua nudez em meio aos lençóis de seda, sorrindo, beliscando suavemente os mamilos dos seus seios. Além, claro, da inesquecível foto em que ela lambe seus próprios pés.



"No meio do ensaio eu disse que queria fazer uma foto exclusiva para o Scavone, pedi para ele me falar uma que ele gostaria... ele disse 'quero que tu beijes seu pé'... eu fiz de brincadeira... deu certo, a foto ficou linda". Impossível discordar, já que uma versão dessa foto, inclusive, foi cogitada como uma possível opção de capa da edição.


E falando em capa, com Bárbara, pela primeira vez na história de PLAYBOY uma edição era distribuída com a capa na horizontal, uma versão exclusiva para assinantes. Uma luva que envolvia a capa original, ação publicitária da Nokia, mas de uma beleza e sofisticação unânimes entre os colecionadores.


Fechando o ensaio, uma imagem de Bárbara nua nas ruas do Bixiga, considerada pela produção a mais difícil do ensaio. A atriz fez questão de ser fotografada na rua e, mesmo sob os avisos da equipe sobre possíveis problemas de ser clicada nua em ambiente público, em plena luz do dia e sem autorização oficial, o que poderia até render uma prisão por atentado ao pudor, ainda assim ela quis ter essa foto no ensaio. “Se a polícia chegar e a gente for preso, continua fotografando”, brincou com o fotógrafo.



Enfim nos despedimos de Bárbara, a mulher que tirou a nossa paz, nua sobre a calçada e de malas prontas para o sucesso que a aguardaria.



PRODUÇÃO CECILIA BELLARD E JULIANA HIRSCHMANN TRATAMENTO DE IMAGEM SÉRGIO PICCIARELLI, CLÁUDIO BOVO E CTI ESTILO FÁBIO PAIVA E ARLINDO GRUND MAQUIAGEM WALMIR SPARAPANE CABELO WILSON ELIODORIO E GEREMIAS AUGUSTO ALVES PRODUÇÃO DE OBJETOS GUEGUELA BACCARI E LUCIA REISFELD PRODUÇÃO DE LOCAÇÃO FERNANDA GERALDINI PRODUÇÃO DE MODA ANSELMO HONORATO ASSISTENTE DE FOTO ARTHUR FUJII, DANILO ALMEIDA E ALBERTO PEREIRA TÉCNICA SISTEMA DIGITAL TATIANA NARDI

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1 Comment


Guest
Aug 12, 2022

Ela é um espetáculo

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