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ESMERALDA DE BARROS | JULHO, 1976



Conheça a mexicana dos bang-bangs italianos (que nasceu na Bahia).


31 anos, solteira, mais linda do que nunca, Esmeralda está de volta na viagem anual que faz ao Brasil para matar as saudades do sol. Antes de ir para a Europa, Esmeralda já tinha um certo cartaz no cinema nacional graças aos seus desempenhos em Um Homem Nu, e num episódio de As Cariocas.


Em 1968, ela partiu para a Itália apenas com a cara e a coragem. Mas como a cara — e o corpo — se encai­xava perfeitamente numa série de pro­jetos erótico-exóticos desenvolvidos em Cinecittá, e como a coragem era de uma decidida baiana de Ilhéus, oito anos depois Esmeralda de Barros está voltando ao Brasil com um substancial currículo composto por quase vinte fil­mes feitos na Europa. "Onde precisassem de uma índia ou mestiça, lá ia eu. Cheguei até a fazer uma série para a TV onde era uma espécie de Tarzan de saias. Ou melhor, sem saias."

A decisão de tentar o mercado euro­peu aconteceu num momento em que Esmeralda, revelada por um concurso de beleza em 1964, e já tendo atuado tanto no teatro como no cinema e na televisão, descobriu que nada mais ti­nha para aprender no Brasil. "Queria ser dirigida por um Fellini ou um Antonioni. Isso ainda não acon­teceu, mas hoje já sou uma figura reco­nhecida em toda a Itália." Uma das maiores contribuições à sua popularidade européia, sem dúvida, foi o tumultuado romance que manteve com o ator Maurizio Arena, badaladís­simo na Itália, e que culminou — ao menos segundo a espalhafatosa im­prensa local — com uma frustrada ten­tativa de suicídio da estrela. 


Ela nega o episódio e prefere dar mais importância aos filmes em que atuou — quase todos eles ainda inédi­tos no Brasil — e às reveladoras fotos que fez para a revista PLAYBOY. "Depois dessas fotos, voltei ao Brasil e fui quase massacrada. Parece que hoje já houve uma evolução, um entendimento de que nudez e obscenidade não têm nada a ver entre si. Por isso, apesar de mil compromissos, topei fazer essas fotos para a Homem. Afinal, não vejo por que privar meus patrícios de um privilégio que os estrangeiros já tiveram." 



"Não é possível dissociar o amor da manifestação do desejo. Não é possível, seria um amor pela metade. E amor, pra mim, é totalidade, entrega." Esmeralda não define uma figura física do que seria o seu homem ideal, mas garante, apoiada em sua experiência internacional, que estrangeiro nenhum consegue superar o homem brasileiro: "Em geral, ele é vaidoso, infiel, ciumento e dotado de um absurdo sentimento machista. Entretanto, a esse machismo, nas horas certas ah, realmente não ah quem possa resistir".


FOTOS / LUIZ TRIPOLLI


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