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JOÃO KLÉBER | NOVEMBRO, 2013



O irreverente apresentador do programa Teste de Fidelidade, da RedeTV!, fala sobre infidelidade, baixaria, brochadas, as capas de PLAYBOY que já pegou e sua saída da Rede Globo


ENTREVISTA LUAN FLÁVIO FREIRES

FOTO GABRIEL RINALDI





1. O Teste de Fidelidade é armado? Como os testados não percebem as câmeras? O Teste de Fidelidade é real. O que a gente faz é uma edição muito bem-feita. Trabalhamos com câmeras de alta definição que são menores do que o seu celular. Tem também o truque do espelho. Você pode colocar três, quatro câmeras atrás de um espelho. Entendeu? Pô, veja a postura do Oliver. Ele estava lá na Fazenda, na concorrência, e disse: "Tinha dias que a gente pegava cada tranqueira, mas tinha de ser profissional" [risos]. Se fico triste? Não! Isso faz parte da polêmica. E outra coisa: eu faço entretenimento, não faço jornalismo.


2. Por que as pessoas são tão infiéis e se interessam tanto pelo tema da infidelidade? Ah, eu não sei... É o voyeurismo do ser humano, aquilo de gostar de ver a pessoa aprontando e depois se dando mal. Só vi quatro casos fiéis até hoje: três no Brasil e um em Portugal.


3. E como são escolhidos os atores e as atrizes? Tem o dedo do apresentador durante a escolha? Elas são escolhidas pelo diretor. A palavra "dedo" é pejorativa, seria melhor dizer que elas passam por uma avaliação profissional. O máximo que eles me mostram é uma imagem da menina e como ela se articula. Eles têm autonomia para escolher.


4. Você se considera um cara fiel? Se você tem um casinho e sai com outra pessoa, isso não é traição. Todas as vezes que eu estive numa relação séria, sé-ri-a, eu nunca traí, nem quando era garoto. Pode pegar o Google de ponta a ponta, você vai ver que falam tudo de mim, menos "João Kléber foi pego traindo". Vontade todo mundo tem, não sou hipócrita, mas não vale a pena. Uma mulher já dá trabalho, duas então...


5. Você já foi amante de alguém? Não, nunca fui amante. Na verdade, quando tinha lá meus 25 anos, eu saía com uma mulher que estava se separando. Ela vivia na mesma casa que ele, mas estava se separando. Eu não me considerava amante, era mera formalidade deles.


6. Você se submeteria a um Teste de Fidelidade? Tranquilamente, mole, mole. Não cairia. Sou uma pessoa pública, assédio eu recebo 24 horas por dia. Por todo tipo de mulher, mais novas e mais velhas. Tem aquela que diz: "Eu vou entrar na sua casa, vou descobrir onde você mora". Já tive cenas em hotéis que eu fiquei e tive de avisar pra não deixar a pessoa entrar, e ela continuou insistindo. No quarto! Isso aconteceu em Portugal e a moça era uma brasileira, por incrível que pareça.


7. Você está solteiro agora? Estou. O relacionamento mais recente foi com a Ester [Matchuga, uma das sedutoras do Teste de Fidelidade], durou dois meses. Não deu certo porque não deu certo. Ela é fabulosa, faz Direito, fala outros idiomas, eu conheci a família dela... Ela tem 20 e poucos anos, é muito jovem. Eu cheguei pra ela e disse claramente: "Olha, eu acho que lá na frente não vai dar certo". Ela falou: "Por quê, João?" Não ia dar certo. E ela continua no Teste, não tem nada a ver uma coisa com a outra.


8. E você, já foi traído? Foi comentado que a minha ex-mulher, a Wanya de Barros, me traiu, tal, não-sei-o-quê. Mas eu já estava separado dela. Ela podia sair com quem quisesse. O que aconteceu foi que não estávamos separados oficialmente, mas eu já estava morando fora da minha casa. Foi com um ator do Teste, é verdade... Mas não foi o Oliver, não! Foi um outro rapaz. Ela saiu com esse cara três meses depois que eu me separei. Uma ironia do destino, não fiquei bravo. Ela é uma mulher fantástica, hoje mora na Itália, trabalha com televisão lá. Eu tive três casamentos, me dou muito bem com as três ex-mulheres.


9. Todos os programas que você apresenta ou apresentou receberam acusações de "baixaria". O que você acha disso? Hoje, o Teste de Fidelidade, perto do que acontece nas novelas e em outros programas, pode passar na igreja, né? O que é baixaria? É muito subjetivo. Por exemplo, pra uma pessoa o fast-food pode ser uma comida maravilhosa, mas pra outras é uma coisa cafona, uma porcaria. É trash. Entendeu? O Nelson Rodrigues era tachado de baixaria e hoje é tratado como um dos maiores dramaturgos que o Brasil teve. Chacrinha foi expulso da televisão e hoje é considerado um mito. É que o Chacrinha estava na vanguarda, entendeu? Que tipo de televisão eles querem? Uma TV Cultura? Eu faço entretenimento, eu tenho que dar audiência e faturamento.


10. Você teve um começo muito promissor na Rede Globo e até chegou a se apresentar ao lado do Chacrinha. Por que saiu de lá? Eu não sei por quê, mas saí. O próprio filho do Chacrinha, o Leleco [Barbosa], queria dar continuidade ao programa, mas o Boni decidiu encerrá-lo. Continuei na Globo, fiz dois especiais de humor, mas eu queria fazer um programa de auditório. Não tinha esse espaço naquele momento, só tinha o Faustão no domingo e no sábado eles não queriam fazer nada. Então eu saí.


12. Dizem que você saiu da Globo por conta do seu envolvimento com a campanha do Collor. O que tem de verdade nisso? Umas pessoas dizem isso, outras dizem que não. Mas eu acho que não, sabe por quê? Porque a Cláudia Raia também apoiou o Collor. E continua lá até hoje. Ela é amicíssima do Collor, mais amiga do que eu. A Marília Pêra, até quebraram o teatro quando ela fez a campanha do Collor, e ela não teve nenhum problema, continua na Globo até hoje. Assim como vários outros atores.


13. Você se arrepende? Não me arrependo, lógico que não. O projeto que o Fernando tinha não deu certo, mas era legal. Não só eu, como 30 milhões de brasileiros votaram nele. Hoje, graças a ele, nós temos uma tecnologia melhor, avançada. Em outras coisas ele foi infeliz. Ele mesmo confirmou que aquele plano da Zélia [Cardoso de Mello, ministra da Fazenda entre março de 1990 e maio de 1990] foi infeliz, o sequestro da poupança, aquela coisa toda. Os caras que mais o criticaram hoje são parceiros dele. O Lula e ele são grandes amigos.


14. Você considera Fernando Collor seu amigo? Considero. Acho uma excelente pessoa. E era amigo, amicíssimo do irmão dele, o Pedro. E sou amigo particular da Teresa Collor.


15. Uma a gente já sabe, a Wanya de Barros, que foi sua esposa e posou para PLAYBOY em junho de 1992, mas quantas capas de PLAYBOY você já pegou? Ah, umas três. Sem nomes, mas umas três que saíram depois de 1990. A mais recente não vou dizer. Cavalheiro não tem memória [risos]. Aliás, contando a Wanya, foram quatro.


16. Você tem uma estimativa do número de mulheres com quem você já transou? Não tenho ideia. Porra, tenho 56 anos de idade! Imagina, pô, comecei com 14. Caralho! Aí, se for fazer essa conta, vou mentir. Na minha época era diferente de hoje também, não se transava como se transa hoje. Agora, dos 18 pra frente foi uma porrada, bicho.


17. Você se acha um cara conquistador? Eu sou até tímido com mulher, por incrível que pareça. O que eu tenho é mais uma coisa de chegar, sentar e conversar. Hoje os caras não conversam mais com a mulher. Chegam e já querem comer, entendeu? Seduzir... O homem é meio otário nessas coisas.


18. E você prefere o "um pra um" ou aceitaria mais de uma pessoa na cama? Já fiz com duas mulheres, óbvio. Foi bons. A minha geração tinha essa fantasia, né? Foram só umas duas ou três vezes. Você se achava o fodão, o gostosão. Porra, duas mulheres na sua cama e tal. Mas depois você vê que não é por aí o caminho. Eu acho que a dois é muito mais legal. Nunca participei de suruba. Já fui convidado, lógico. Já estive em lugares em que estava rolando suruba, mas nunca participei.


19. Já brochou? Claro, pó! Todo mundo já brochou. A mulher foi muito legal comigo. Nunca tínhamos transado, cheguei numa vontade louca e, na hora, pá! Talvez tenha sido ansiedade. Ela falou: "Relaxa, acontece". Nota mil. Depois foi uma trepada maravilhosa, das melhores que já tive. Tinha uns 20 e poucos anos. Brochei só outra vez depois dessa, há uns 15 anos.


20. Onde o João Kléber se imagina daqui a dez anos? Quando eu saí da Globo, falei: "Tenho uma meta a atingir". A minha meta era ganhar da Globo. Os caras gozavam da minha cara, diziam: "Como? Você está na RedeTV!, uma emissora que está começando, e vai ganhar da Globo?" Ganhei, com três anos de emissora. Todo dia tento me reinventar. E tenho projetos, mas sempre digo: segredo que é bom é guardado. Vamos ver. Sou muito ambicioso, não me conformo com pouco.


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