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MARIANA KUPFER | ABRIL, 2003



A garota que trocou a fama de patricinha pela carreira de cantora e apresentadora de rádio diz que gosta da coisa, é safada e boca-suja, mas não transa na primeira noite


POR MARCO ANTÔNIO LOPES

FOTO PRISCILA PRADE


Se tivesse que montar um currículo (não vai mais precisar, já tem trabalho fixo), Mariana Kupfer iria perder um bom tempo procurando se lembrar de tudo. "Já fui vendedora, relações públicas, professora de inglês, modelo, repórter, apresentadora de TV, produtora de moda, atriz..." Hoje, aos 28 anos, ela não muda mais de emprego. Apresenta o Pânico, programa humorístico da rádio Jovem Pan FM, em São Paulo, no qual trabalha com oito caras. "Adoro falar besteira. Tomo até cantadas no ar."


Você deve se lembrar dela da segunda edição da Casa dos Artistas, do SBT. Não ganhou o prêmio, mas levou fama. Discutiu com a socialite esquisitona Carola Scarpa, quase saiu no tapa com o rapper Xis (que a chamou de patricinha e racista), tascou um selinho na amiga Syang e viu Silvio Santos anunciar ao vivo que o namoro dela tinha terminado. O namorado ficou com ciúmes de outro participante, Gustavo, um dos gêmeos modelo, e deu entrevista dizendo que não queria mais nada com Mariana. "E nem rolou nada", garante.


Ela não reclama. Depois do programa, Mariana teve uma música tocando em rádio, lançou um CD de "pop romântico" e virou figura infalível de colunas sociais (sua irmã, Karen, é colunista do jornal Diário de S. Paulo), festas e revistas de famosos, fora os programas de TV. "Não ligo e não escondo que gosto dessas coisas", afirma. Grana mesmo ainda não entrou. Mariana mora sozinha num belo e amplo apartamento no bairro chique de Higienópolis, em São Paulo, que herdou dos pais. Foi lá que recebeu o editor Marco Antônio Lopes para a entrevista. Ela é bem bonita (usou um decotão), charmosa e cheirosíssima. Fala pelos cotovelos, é debochada, engraçada. "Sou assim mesmo. Falo o que der na telha."





1. Você adora se ver em coluna social? Não... Não mesmo... Você tá falando por causa daquela polêmica do selinho com a Syang? [Ela beijou a loura na Casa dos Artistas 2.] Criaram a maior celeuma. Mas nada a ver. Cara, se eu fosse homossexual, qual seria o problema? Falaria na boa. Mas o caso é justo o contrário. Eu gosto de homem e gosto muuuuuuito. Eu sou uma safada! Eu gosto da coisa, entendeu?


2. É que você sai direto em coluna, está em todas as festas, eventos... Saí na CARAS outro dia por causa do meu disco. Prefiro estar nas revistas por causa do meu trabalho. Agora, adoro a CARAS. Não vou dizer que não tenho essa necessidade.


3. Você é vaidosa até que ponto? Malho quando dá. O que compensa é ser vegetariana. Tudo na minha casa é light, até o sal. Tomo litros e litros de água. Em casa nem tem chocolate, porque se tiver eu como. Tenho tendência a engordar. Mas não sou neurótica, de medir as calorias. Não sou escrava de moda. Tô cagando se tá na moda bermuda rosa. E não gasto mil reais numa roupa, só se valer muito a pena.


4. Você sempre foi de querer chamar a atenção? Queria mesmo ser centro das atenções quando criança. Se tinha 30 amigos dos meus pais em casa, eu subia em cima da mesa e começava a imitar a Madonna. E eu era meio atirada. Meu pai tocava violão e eu, piano. Era muito boa aluna, nerd, mas muito bagunceira. Sempre aprontava, querendo aparecer. Sempre fui assim.


5. E hoje? Para ficar bonita e gostosa, por exemplo, o que você faz? Mostro as pernas. Só não dá pra estar com este peitão [aperta o decote com as mãos] e usar uma coisa curta. Se eu tô de peitão, uso jeans. Gosto de salto, de ficar gigante. Aproveito o que tenho de bom, tipo a boca, que as pessoas comentam muito. E os olhos [castanhos-escuros] também... Quando eu tô bem com meu corpo, magrinha, me acho muito sexy.


6. Quando chamam você de patricinha, você se irrita ou tudo bem? Se patricinha for uma guerreira, que luta pelos sonhos e tal, que trabalha diariamente, que grava CD independente, então sou patricinha. Não tenho vergonha. Sou cheirosa, sou bonita... [mostra uma tatuagem na nuca]. E não sou tímida. Se te encontrar na semana que vem, vou te abraçar, te beijar, é a minha natureza.


7. Você pôs silicone. Ficou feliz? Pus silicone em 2001. Feliz, sim. Se a mulher quiser pôr, tudo bem. Coloquei 190 [mililitros], mas eu já tinha peito grande. Colocaria até uma prótese maior tranqüilamente. mas não precisou.


8. Mulher tem muita inveja de outra com silicone? Percebo logo, porque me dá dor de cabeça quando sinto que tem gente invejando... Às vezes, eu vou num lugar que tem fila e rola de o cara liberar pra mim. Aí vejo uma mulher falando mal de mim. Não digo nada. Engulo sapo. Depois que eu saí da Casa dos Artistas, rolam essas coisas...


9. Como foi o convite para você participar da Casa dos Artistas? O diretor de elenco do SBT [Fernando Rancoleta] já passou por outras emissoras, como a Record. Lá, ele tinha me testado para algumas novelas. Aí assinei o contrato, três meses antes de o programa começar. Eu só imaginava aquela clausura, filmada o tempo todo. Tive pesadelos à noite...


10. Antes da Casa, você fez até terapia. Por quê? Tive de aprender a ser mais tolerante. E também a lidar com a instabilidade de humor das pessoas. Só por isso... E também porque ia ficar trancada um tempão, 24 horas filmada e tal...


11. Com quem você se deu bem? Com a Joana [Prado] eu falo direto, a Suzana [Alves] também... A Syang, o Rafael [Vanucci]... Todos viraram amigos. Agora, não me prendo ao que aconteceu de ruim. Bola pra frente. Teve o lance da Carola [Scarpa, com quem ela discutiu], do Xis [o rapper acusou Mariana de ser racista]... Posso ter todos os defeitos, e não são poucos, mas não sou preconceituosa. Como eu, de origem judaica, posso ter preconceito? O Xis levantou essa de "Periferia contra burguesia"... Ridículo.


12. Na rua ainda comentam sobre a Casa dos Artistas com você? Às vezes, sim. Vou à farmácia aqui no bairro, todo mundo me conhece pelo nome, vou à locadora, mesma coisa. Tem lugares que eu entro e ouço o pessoal cochichando: olha aí a Mariana Kupfer. Mas não fico tentando medir popularidade, nada disso. Tenho fã-clube, que às vezes me segue.


13. Como foi quando você ficou sabendo, pelo Silvio Santos, que seu namorado queria terminar? Surpresa desagradável, sofri muito. Mas a gente é muito amigo hoje. Ele surtou de ciúmes do Gustavo. Esse homem que terminou o namoro comigo durante a Casa foi um dos caras da minha vida. Teve um outro com quem eu morei dos 19 aos 21 anos. Amei muito, mas hoje ele tá casado. Cada relação que eu vivi foi especial, intensa.


14. Lembra do primeiro namorado na vida? Eu tinha 15 anos, ele, 17. Hoje gosto de homem mais velho. Não sei por que... Já me relacionei com um de 50 anos. Foi um banqueiro, que eu amei. Ele me deu maturidade, e eu dei vida pra ele. Mas, pra pagar com a língua, só tô saindo com moleque [risos].


15. E a primeira vez, como foi? A gente já namorava havia um tempão. Foi na casa dele. E foi com amor, como eu tinha visto nos filmes, como minha mãe tinha explicado. Doeu... [ri]. Depois, eu gostei muito da coisa e não consegui viver sem! [risos]. Minha pele muda, meu humor muda. Preciso...


"A primeira vez foi especial, com amor. Depois, eu gostei muito da coisa e não consegui viver sem. Minha pele muda, o humor muda...

16. Você é de transar na mesma noite que conhece um cara? Não. Preciso de flores, estar junto um tempo, quero day after maravilhoso. A coisa que mais me deixa satisfeita é o cara muito carinhoso. Por isso não vou na primeira noite. Não tem clima. Como trepar com um cara que é um Deus, com um pau gigante, se você não admira o cara? Ai, nossa, sou muito boca suja... [ri muito]. Cara que você gosta é quando você muda de posição várias vezes, beija muito na boca, goza várias vezes, dorme abraçadinha. No dia seguinte, gosto que o cara ligue, tipo 10 da manhã, que diga que tá de pau duro pensando em mim, que quer ficar comigo outra vez.


17. Jura que você nunca transou na primeira noite? Nunca... Já dei uns beijos. Mas do mesmo jeito que eu sou fogosa, que eu gosto, provoco, sou muito Poliana, muito Branca de Neve mesmo. Na primeira noite, não dá. Não sei se o cara é cheiroso, do que ele gosta, como ele se comporta, se ele beija, se é cavalheiro. Não gosto do risco. Sou bem tradicional. Embora goste muito da coisa, nunca chamei urna terceira pessoa pra cama. Já fui à sex shop, mas sou superconvencional. Nunca transei em lugar inusitado. Na praia, nunca transei. Só em alto-mar, no barco.


18. Que homem a deixa louca? Cheiroso, dentes bonitos... Ah, vou contar a melhor cantada da minha vida. Eu estava num restaurante. Tinha uma vela na mesa. O cara levantou da mesa dele, pegou a vela da minha, deixou um bilhete: "Você trouxe a luz..." Guardo até hoje o bilhete.


19. Você tem namorado hoje? Estou só, de verdade. Ah, sim. Tô a fim de alguém. Queria muito ficar com ele, mas... Ele nem tá aí comigo.


20. Nunca te deu bola? É... [Pega o telefone. Liga pra esse cara no viva voz.] Deixa eu perguntar pra ele, né? Oi! [fala ao telefone com o cara]. Tô aqui com o Marco, da PLAYBOY. Ele me perguntou se eu tô apaixonada. Disse que sim, por você... Responde pra ele! [risos]. Ih, o cara ficou mudo... Então... [o cara enfim responde: "Não vou falar isso pra você agora, Mariana. Mas na verdade é você, Mariana, quem não me dá bola!"...] Mentira! [Olha pro repórter. Depois volta ao telefone.] Quero saber. Por que você não me dá bola? [Segundos depois, o cara diz: "Depois a gente conversa!"] Ih, desligou! [risos]. Ah, mas eu ainda dou sorte com ele. Depois te conto, tá?


PRODUÇÃO LUANA PRADE ASSISTENTE CLÁUDIA TAMBELINI

MAQUIAGEM E CABELO JÚNIOR MENDES


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