Dia de alegria, 18 de julho de 1997: com um coquetel, comemoramos o recorde histórico de número de páginas de publicidade em uma única edição de PLAYBOY — espantosas 168 páginas e meia, número jamais alcançado depois. A atração era a edição de 22º aniversário, no mês seguinte, agosto, que teria a estrela Marisa Orth na capa.
A capa com Marisa Orth nunca foi superada como a sétima edição mais vendida em bancas da história da revista, com 669,5 mil exemplares — aos quais devem se somar cerca de 170 mil assinantes na época. Arrebatou, ainda, recorde histórico, igualmente nunca ultrapassado, de 168 páginas e meia de publicidade vendidas, diante da expectativa do mercado com o sucesso que faria Marisa, então no auge da popularidade como a personagem burra, mas sensual, da “Magda” do programa cômico Sai de Baixo.
Mulher diferenciada, inteligente, culta, formada em psicologia e atriz consagrada também no teatro, seu contrato foi negociado diretamente por mim. A primeira reunião ocorreu em seu apartamento no Alto de Pinheiros, com uma ampla sala e uma vista espetacular. Levei de presente a ela um belo livro, encadernado, contendo os melhores contos de grandes autores norte-americanos publicados pela revista nos Estados Unidos.
O bom relacionamento que estabeleci com Marisa, infelizmente não se estendeu à equipe de PLAYBOY que participou do processo de feitura do ensaio. Digo que nossa equipe, capitaneada pela editora Ariani Carneiro, “participou”, e não conduziu, porque Marisa impôs como condição de expor sua nudez na revista a escolha do fotógrafo, o excelente Willy Biondani — que jamais havia feito trabalhos anteriores para PLAYBOY —, descartou nosso pessoal, altamente experiente, e exigiu ter todo o trabalho de produção e direção de arte a cargo do artista e cenógrafo Gringo Cardia, também um ótimo profissional.
O problema não foram Biondani e Cardia, foi Marisa. Ela revelou-se autoritária, criando problemas para a atuação do time da revista — cada vez mais limitado a assistir o que se estava passando e a ter um papel secundário num trabalho no qual a Editora Abril estava investindo uma fortuna —, agindo por conta própria.
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Marisa, contrariando a ótima impressão que eu dela tivera naquele primeiro contato e, depois, em dois almoços de que participou sua advogada, Denise Jardim, revelou uma faceta que me surpreendeu. Furioso com o que se passava, conversei com Ariani, resolvemos que uma intervenção minha, dando uma dura em Marisa Orth, só complicaria mais as coisas. Impressionantemente dedicada a suas funções, Ariani me disse, textualmente, que era melhor engolir sapos do que correr o risco de atrasar a edição de aniversário. Além disso, apesar de se sentir desrespeitada, ela considerou que a feitura do ensaio andava bem e o resultado final valeria a pena.
De fato, o que salvou o trabalho acabou sendo o profissionalismo dos principais envolvidos — as ótimas fotos de Biondani, os cenários e adereços bolados por Cardia e, sim, o comportamento impecável de Marisa diante das câmeras. Foi, contudo, a única vez em cinco anos como diretor de Redação de PLAYBOY em que meu time não teve o pleno controle do andamento de um ensaio.
Passamos, todos, dias de muita tensão que, no final, acabaram compensando. No 22º aniversário de PLAYBOY, Marisa Orth estava na capa, a revista explodiu nas bancas e bateu o recorde de páginas de publicidade.
Por Ricardo Setti. Advogado e jornalista, foi diretor de redação da PLAYBOY entre 1994 a 1999. Este texto foi publicado originalmente em seu site pessoal.
Tenho para mim que ela não fez as fotos nuas. Muito photoshop e mal feito. Reparem que a cabeça na maioria das fotos é desproporcional ao corpo. Em várias fotos foi trocado apenas olhos, boca, nariz..... A iluminação no rosto não bate com a iluminação do corpo em algumas fotos, logo, foi uma fraude.
eu adoro o machismo em dizer que ela foi autoritária, o que ela teve foi DIRECAO e controle coisa que macho na decada de noventa nao aceitava... e pelo visto ainda nao aceita
Marisa Orth foi excelente nas fotos. A melhor foto de Marisa foi a 10a., em que ela se senta totalmente nua. Eu amo a bunda feminina.
Ainda bem que ela tomou as rédeas e foi autoritária! Esse ensaio é infinitamente superior a muitos outros dos quais Setti tinha controle total! Hahahaha!
Que delícia. Tava linda.