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MEU MUNDO CAIU

Reportagem


O DIA EM QUE MIKE TYSON CAIU


Em 1990, poucos esperavam que James “Buster” Douglas sobrevivesse ao primeiro round contra o todo-poderoso dos pesos pesados. Vinte e cinco anos depois, a história da derrota do século, contada por quem esteve lá.


POR ERIK RASKIN


Apenas em um esporte como o boxe e com um atleta como Mike Tyson as palavras "rotina" e "destruição" pode­riam andar juntas. E esses foram os termos que Jim Lampsey, comentaris­ta da HBO, usou para descrever o que todos pensavam estar prestes a assis­tir no Tokyo Dome, em 11 de fevereiro de 1990: a "destruição de rotina" de James "Buster" Douglas. Tyson estava com 37 vitórias a zero, com 33 nocau­tes. Era o incontestável campeão mundial dos pesos pesados, o mais fa­moso atleta do planeta (com a possível exceção de Michael Jordan) e o ho­mem mais perigoso do mundo (sem qualquer exceção possível). Enquanto defendia seu décimo título contra o subestimado Douglas (um lutador da segunda geração de Columbus, Ohio, com quatro derrotas e um empate) entre seus 34 rivais, Tyson era listado como um favorito por 42 a 1.


O sino de abertura tocou alguns mi­nutos depois do meio-dia naquele do­mingo em Tóquio, um horário inco­mum, escolhido pela conveniência do público de sábado à noite no Ocidente. Um quarto de século depois, o que Douglas fez com Tyson ao longo de 28 minutos e 22 segundos de pugilis­mo ainda se impõe como a derrota mais impressionante que os dois he­misférios já viram.


Para comemorar o aniversário de 25 anos do combate, 20 participantes do evento refletem sobre a última re­sistência de Buster e a primeira queda de "Iron Mike".


JAMES "BUSTER" DOUGLAS: Vencer uma luta como aquela, isso era o que eu realmen­te queria conquistar. Por gerações, as pes­soas vão saber que eu existi. Vão saber que eu estava lá. Deixei a minha marca.


MIKE TYSON: Dizem que foi uma tempes­tade perfeita de várias coisas o que me le­vou a perder. Só sei que ele acabou comi­go naquela noite.


I. INVENCIBILIDADE E INCONSISTÊNCIA


DOUGLAS: A primeira vez que me lembro de ter visto Tyson foi por volta de 1986. Alguém me perguntou quando eu o enfrentaria, e respondi: "Quando ele vai lutar comigo?" Eu era um lutador mais estabelecido. Ele era um novato, mas que vinha ganhando muita atenção da imprensa.


JIM LAMPLEY, comentarista de boxe da HBO: A única pessoa que me lembro de ter sido percebida como invencível, talvez no mes­mo grau de Mike Tyson, foi Sonny Liston. Liston era um favorito por oito a um sobre Cassius Clay. Assim como Tyson, também era visto como invencível. E pelo mesmo motivo ou seja, o público adora boxeado­res que sabem fazer nocautes.


JOE LAYDEN, autor de The Last Great Fight: Se você estivesse numa arena durante uma luta de Tyson nos anos 1980, a sensação era de estar prestes a assistir uma execu­ção. Era só uma questão de quão devasta­dora e avassaladora a luta seria.


LAMPLEY: Havia uma sensação generali­zada de que Tyson não perderia tão cedo e não teria problema contra Buster Douglas.


J. HUSSEL PELTZ, promotor de lutas de bo­xe: Promovi três lutas de Buster em 1983. Ele ganhou as primeiras duas. A terceira foi contra Mike "the Giant" White. Buster esta­va vencendo cada minuto de cada round, e então, no nono round, teve um colapso. Não lembro de vê-lo tomar nenhum golpe, mas estava tão fora de forma e sem energia que caiu e foi eliminado.


LAMPLEY: Em 1989, Douglas se esforçou para vencer uma luta eliminatória contra Oliver McCall. McCall e Douglas foram am­bos promovidos por Don King, pelo que me recordo, e o vencedor daquele embate en­frentaria Mike. Era um confronto que poderia ter qualquer desfecho. Douglas venceu.


DOUGLAS: A luta contra McCall era a única luta que sabia que tinha que vencer. E me colocou na linha para enfrentar Tyson.


LAMPLEY: Eu já vinha cobrindo as lutas de Tyson havia quatro anos. Ele tinha passado por muitas mudanças nesse período. Pri­meiro, Cus D'Amato [seu técnico e sua figu­ra paterna] morreu. Depois, seu empresá­rio, Jimmy Jacobs, morreu. Foram duas enormes transformações que afetaram sua relação com o boxe. E depois vi as chega­das de Robin Givens e Don King.


LARRY MERCHANT, comentarista de boxe da HBO: Tyson falava sobre as possibilida­des do que King poderia fazer com ele, ain­da enquanto estavam assinando.


LAMPLEY: O que Don King realmente ven­deu para Mike Tyson foi algo como: "Você está com 21 anos, não vai mais ser manipu­lado por homens brancos. Chegou a hora de você cuidar da sua vida e fazer as coisas como quiser". E isso abriu as portas para todas as piores ideias de Mike.


AARON SNOWELL, técnico de Tyson: Mike estava realmente apaixonado por Robin Gi­vens. Esse relacionamento com Robin teve um efeito mental enorme sobre ele.


LAMPLEY: Eu vinha observando de perto a separação de Robin e todos os eventos incomuns que surgiram com ela, incluindo o incidente em que Tyson bateu com o carro em uma árvore no norte de Nova York. Era impossível saber se ele tinha dormido ao volante ou se era uma tentativa de suicídio. Houve muita especulação.


KEVIN ROONEY, ex-técnico de Tyson: Tyson me demitiu pouco depois do combate con­tra Michael Spinks. Mike tinha um poten­cial enorme, e o objetivo de Cus era torná­-lo o maior boxeador da história.


LAMPLEY: Ele nocauteou Spinks em 27 de junho de 1988. Aquela noite talvez tenha si­do seu melhor momento. Na vez seguinte em que ele entrou no ringue, em fevereiro de 1989, Frank Bruno acabou com ele com um gancho de esquerda. Mike já tinha se deteriorado muito em fevereiro de 1989.


TYSON: Quando eu estava realmente na ativa, a máquina estava lubrificada e era realmente difícil alguém me vencer. Mas comecei a lutar duas, uma vez por ano. Quando me envolvi com caras como Don, eles não me mantinham ocupado. E assim comecei a fazer outras coisas, a me envol­ver com mulheres com quem não devia ter me envolvido. Se Cus estivesse lá, grande parte de tudo isso não teria acontecido.


II. TRAGÉDIA E TUMULTO


DOUGLAS: Eu sabia que merecia o título. Isso é o que realmente me mata. Alguns acham que eu estava andando pela rua e Don King me perguntou: "Ei, quer lutar pelo título?" Não, tive que vencer combates du­ros para ter essa oportunidade.


J. D. MCCAULEY, tio e cotécnico de Dou­glas: O empresário de Buster, John John­son, me telefonou e disse que lutaríamos contra Mike Tyson. Quase desmaiei. Dis­semos já naquele momento: "Seremos campeões mundiais dos pesos pesados".


TYSON: Eu não estava nem um pouco preocupado, porque alguns dos caras que venci com facilidade já o tinham derrotado. Tony Tucker, a quem derrotei com tranquilidade, o havia nocauteado. Jesse Ferguson também o tinha vencido. Acho que eu não tinha respeito por Buster Douglas como lutador. Se fosse Evander Holyfield, eu teria treinado com mais seriedade.


EVANDER HOLYFIELD, ex-campeão dos pesos pesados: Eu era o rival número 1, mas tive que esperar mais uma luta para ter minha chance. Don King cuidava do boxe peso pesado e sentiu que eu não era um rival suficientemente seguro. Ele queria arrumar mais um lugar para Mike com o objetivo de ganhar mais dinheiro.


JOHN JOHNSON, manager de Douglas: Fomos a Tóquio porque ninguém nos Estados Unidos pagada um centavo para ver Buster Douglas enfrentar Mike Tyson.


DOUGLAS: Meu cachê era de 1,3 milhão. Acho que o de Tyson era de 6 milhões. Eu não ligava. Estava lá pela oportunidade.


JOHNSON: Vinte e três dias antes da luta, a mãe dele sua melhor amiga morreu.


DOUGLAS: Eu já vinha treinando havia quatro ou cinco semanas quando aconteceu. Era algo que já estava se anunciando. Ela tinha dias melhores e outros não tão bons, mas, ainda assim, foi inesperado.


JOHNSON: Buster disse: "Minha mãe queria que eu lutasse, e queria minha vitória".


JOHN RUSSELL, cotécnico de Douglas: Provavelmente seis ou sete dias antes do voo para Tóquio, lembro que ele olhou para mim e estava arrasado pelo que tinha acontecido com sua mãe. Ele é um homem forte. Nunca demonstrou sinal algum durante os treinos. Foi só nesse momento.


TYSON: Eu quase cancelei a luta com Buster Douglas. Eu não queda treinar. Tinha 23 anos e queria me divertir. Na verdade, minha equipe quase teve que me perseguir e me bater para me levar aos treinos. Fui a uma discoteca e eles entraram gritando e berrando, me deixando constrangido, dizendo às pessoas: "Avisem o Mike que ele precisa treinar! Mike tem uma luta, façam-no treinar!" Eles me perseguiam em meu carro. Eu bati na limusine deles. Isso foi em Nova York. Chamei a polícia e pedi para eles fazerem aqueles caras pararem de me seguir. "Eles estão me seguindo. São parte da minha equipe. mas prenda-os."


LAMPLEY: Quando fui a Tóquio para a luta, alguém próximo de Mike me disse que ele andava taciturno, deprimido, que passava horas e mais horas em seu quarto assistindo ao filme Faces da Morte. Também recebi de alguém muito próximo a ele a informação de que andava fazendo viagens do Japão a Honolulu para se recuperar e participar de festas antes da luta contra Douglas.


SNOWELL: Bem, não sei aonde ele ia [risos], mas ele andava desaparecendo.


BERNARD FERNANDEZ, jornalista especializado em boxe do Philadelphia Daily News: Nós ouvíamos todo tipo de história... Que ele estava em Tóquio, transando com quatro japonesas a cada noite. Isso era verdade? Talvez fossem apenas três. Se a antiga máxima for verdadeira nada de fazer sexo por seis semanas antes de uma luta, para não cansar as pernas , então é impressionante o fato de Tyson ter conseguido se arrastar até o ringue.


TYSON: Meus treinos em Tóquio foram terríveis. Quando cheguei à concentração, acho que estava com 120 ou 115 quilos. Grande parte do tempo passado na concentração teve como objetivo eliminar o excesso de peso. Acho que perdi a maior parte do peso transando no Japão. Não me lembro de ter corrido, talvez uma ou duas vezes.


SNOWELL: Quando um grande campeão como Mike Tyson não quer treinar, ninguém ninguém, mesmo é capaz de forçá-lo. Foi o que ele me disse: faria as coisas do seu jeito e, se levasse um chute no traseiro, assumiria a culpa. Quando a parte mais fraca da corda arrebentou, ele nunca disse nada de ruim a meu respeito. Muitas outras pessoas disseram. Ele, nunca.


TYSON: Aquela equipe me ferrou. Não eram técnicos profissionais. Aaron Snowell é um cara legal, mas não é técnico de verdade.


LAMPLEY: Os sinais, quando você olha para trás, eram muito óbvios. Tyson quase perdeu a luta contra Quick Tillis. Chegou longe com Tony Tucker. Foi longe com Bonecrusher Smith. Chegou aos últimos 10 segundos contra José Ribalta. Chegou longe com Mitch "Blood" Green. O que todos esses caras tinham em comum? Eram todos mais altos do que Mike e todos sabiam golpear. Buster tinha 1,93 metro, 106 quilos e era ex-jogador de basquete, com uma qualidade atlética. Provavelmente era melhor atleta do que Green, Tucker, Ribalta ou Mis. Agora, acrescente a motivação gerada pela morte de sua mãe e o fato de que Buster estava, talvez pela primeira vez na vida, em boa forma, e então deveríamos ter previsto o que aconteceria.


JIMMY VACCARO, diretor de apostas esportivas do cassino Mirage: O Mirage era o único cassino em LAS Vegas que apostou na luta. Abri o embate em 27-1. Dentro de algo como uma hora e meia, tive a primeira aposta. Um cara apostou 54 mil em Tyson para ganhar 2 mil. O cara imaginou que colocaria 54 mil e receberia 56 mil um minuto depois do começo da luta. Então mudei o preço. Fui de 27-1 para 31-1. O próximo cara apostou 93 mil para ganhar 3 mil em 31-1. Naturalmente, todos os jornais começaram a ligar. A coisa chegou a 42-1 se você quisesse apostar em Tyson.


MERCHANT: Havia mais discussão sobre a próxima luta de Tyson do que sobre esta. Esta seria apenas um aquecimento. Eles achavam que fariam um dinheiro rápido no caminho para a luta contra Holyfield.


TIM MAY, jornalista especializado em boxe do Columbus Dispatch: Até Donald Trump estava lá. Voar até lá para anunciar a luta Holyfield-Tyson foi hilário. E não era "Holyfield versus o vencedor de Tyson-Douglas". Era "Mike Tyson vai enfrentar Evander Nolyfield depois de vencer Buster Douglas em um round e meio". Perguntei ao empresário Shelly Finkel e ao promoter Dan Duva no dia que antecedeu a luta contra Buster: "O que vai acontecer se Buster derrotar Tyson?" E eles disseram: "Ora, isso nunca vai acontecer". E começaram a rir.


HOLYFIELD: O contrato estava todo definido para junho, estipulando quanto eu receberia e quanto Tyson receberia. Para mim, ficaram garantidos 15 milhões. E acho que 20 ou 24 milhões para ele. Eu estava em Tóquio porque a coletiva de imprensa depois da luta seria a primeira oportunidade de fazer um anúncio. Mas havia um Buster Douglas no meio do caminho.


III. CHOQUE E TERROR


LAMPLEY: Desde o primeiro minuto da luta, Buster descarregava com vontade, e é quase impossível saber o que dizer porque Mike estava oferecendo seu traseiro para ele. Larry Merchant ficou surpreso, Pay Leonard também, eu também, mas era impossível ignorar o que estávamos vendo. Não estávamos imaginando coisas. Estava ali.


TYSON: Ele dava socos bons, mas não tinha um soco devastador. Em momento algum me fez sentir dor. Eu sabia que a qualquer momento o atingiria e ele cairia.


LAMPLEY: Na metade do quinto round, os olhos de Mike estavam inchados e sua equipe estava despreparada para aquilo.


TYSON: Não acho que o olho tenha sido um grande problema. A minha equipe era um lixo, mas não dependia dela, dependia de mim. Foi uma falha minha, eu sou o lutador.


LAMPLEY: Aí aquele uppercut derruba Buster no chão no fim do oitavo round. Pensei: "Buster não vai vencer a contagem".



MAY: Pensei que tudo acabava ali. Quem se levanta depois de um uppercut de Tyson?


DOUGLAS: A primeira coisa que fiz foi uma rápida verificada no sistema todo. Não sentia dor. O soco foi forte, mas não teve efeito negativo além de ter me derrubado.


HOLYFIELD: Dava para ver que Buster não estava tão ferido. Ele se sentia frustrado. Bateu na lona e se levantou.


TYSON: Veio então aquela contagem de 15 segundos, 16 segundos. Você não precisa que eu lhe diga que foi uma contagem lenta. Se sabe contar, vai perceber isso.


OCTAVIO MEYRÁN, árbitro: Quando Douglas estava caído na lona, coloquei meus dedos na frente do rosto dele e fiz minha contagem, como de costume. E ele se levantou. Se você assistir à luta, as contagens para Tyson e para Douglas foram exatamente iguais. É uma contagem até dez, não se trata de dez segundos. Não temos um cronômetro na mão.


MAURICIO SULAIMÁN, filho de José Sulaimán, então presidente do Conselho Mundial de Boxe: Acredito que a mecânica da contagem tenha sido incorreta. O fato é que, quando Douglas estava caído, as orientações diziam que a primeira coisa que o árbitro deve fazer é garantir que o outro lutador vá até um canto neutro. Depois é que ele pega a contagem do cronometrista e prossegue com ela. Aí as polêmicas surgem a TV claramente mostra que Meyrán começou a contar o "um" quando o cronometrista já marcava quatro ou cinco. Em meu modo de ver, foi Mike quem venceu a luta. Foram duas lutas. Ele desferiu um soco que funcionou como uma fiança, e o erro do árbitro estragou tudo. Não acho que Buster pudesse ter vencido se a contagem tivesse sido correta.


TYSON: Tenho certeza de que o árbitro estava contra mim. Todos estavam contra mim naquela época. Eu era muito arrogante, dizia o que me passava pela cabeça.


DOUGLAS: A contagem dele foi mais longa do que a minha. Porra, do que ele está falando? Isso é uma bobagem! Simplesmente não faz sentido. Ele pode dizer o que quiser, cara. Ele ficou arrebentado.


TYSON: O sino tocou quando estava indo na direção dele. Se aquele knockdown tivesse vindo 30 segundos antes no round, acho que teria vencido. Quero acreditar nisso, mas não posso ter certeza.


MERCHANT: Parecia que poderia ser o começo do fim para Douglas. Mas não sabíamos que era o começo do fim para Tyson.


IV. INÍCIO E FIM


BOB SHERIDAN, comentarista internacional da Don King Productions: O maior choque foi a forma como Buster Douglas conseguiu absorver o castigo que recebeu no oitavo round e voltar e fazer um nono round tão bom. Foi extraordinário. Ninguém fez aquilo contra Mike Tyson, receber um knockdown e voltar.


MAY: O nono foi um bom round de pesos pesados lutando boxe. Ainda me arrepio lembrando daquilo. Buster saiu para o décimo round e deu um passo para a direita e o pegou com um uppercut, errou o alvo em um cruzado, encostou a mão direita nele. Mike começou por baixo, e Buster lançou um direto pela esquerda até o centro. E depois seguiu Mike e o levou à lona.



DOUGLAS: Aqueles quatro socos foram dos melhores que já dei. Eu esperava que ele fosse se levantar, mas ai o vi de quatro, tateando em busca do protetor bucal. Então percebi que tinha acabado.


TYSON: Eu não me lembro de nada disso, só via uma névoa.


SNOWELL: Fui ao ringue acudir Mike. Ele estava de pé e disse: "O que aconteceu?" "Cara, você foi nocauteado." Eu o abracei e disse: "Vai ficar tudo bem. agora aprenda".


TYSON: Não tenho problemas em assistir a reprises daquele nocaute. Aconteceu.


DOUGLAS: A ideia de que Tyson não estava em sua melhor forma, por isso eu o venci... Acho que ele estava muito próximo de seu melhor ponto, afinal os golpes que eu dava no décimo round eram os mesmos que dava no primeiro. E ele estava se saindo muito bem até então. Ele estava preparado.


SNOWELL: Mike não estava em uma forma superior, mas estava em boa forma. Você não toma os golpes que ele tomou se não estiver em uma forma minimamente boa.


TYSON: Se não fosse Buster Douglas, teria sido outra pessoa. Eu não estava muito dedicado à minha luta naquela época. Se eu tivesse enfrentado Holyfield no outono, ele certamente teria me vencido.


DOUGLAS: Alguém teria derrubado Tyson logo, mas aproveitei minha oportunidade.


TYSON: Quando cheguei em casa, voltando de Tóquio, tirei muita pressão de cima de mim. Não era mais o campeão. Foi um alivio. As pessoas não me viam mais como invencível. Eu me tornei mais humano depois daquilo, o que é positivo. As pessoas pensavam: "Esse cara é um ser humano. É filho de alguém. e não o monstro que parece ser". Eu ainda tinha muitos amigos porque ainda tinha muito dinheiro. Eles só vão embora quando o dinheiro acaba.



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