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MONIQUE EVANS | JULHO, 1985


Acervo Inside Playboy Brasil (Foto: J.R. Duran)

A CARIOCA QUE AGORA É A MUSA DO INVERNO

Monique Evans, a rainha do verão e do Carnaval do Rio, brilhou também nas passarelas da Fenit, aquecendo o inverno de São Paulo. Por aqui, Monique revela seu pique de mulher e guerreira.


Quando o ar começava a esfriar em São Paulo, ela surgiu nas passarelas da Feira Nacional da Indústria Têxtil, mostrando novidades  da moda  e aquecendo nosso  inverno. Botando  firme para  quebrar, Monique  se destacou  de novo.  E, com a mesma força com que agitou a galera no Carnaval do Sambódromo, desfilou seu charme irresistí­vel pela Fenit. Aqui ela se revela como jamais foi vista nas passarelas.


"Ela consegue dar tesão até em crianças e velhos", diz o produtor de desfiles Denny Jô. "Nos lugares a que ela vai", diz o também produtor Eduardo Condé, "ela é sempre o centro das atenções." E Renata Malzoni, editora de moda da revista Claudia, que descobriu Monique em 74, observa que "hoje a estrela entra na passarela e dá um show, se dá inteira. Impossível não vê-la". É mesmo.

"Monique é a modelo mais cara de todas, e merecidamente", diz Jorge Almeida Ribeiro, organizador dos desfiles da Fenit, "pois nenhuma se vendeu tão bem como ela nem se esforçou tanto para se firmar como estrela. Além disso, na passarela, Monique é perfeita, sabe tudo." J.R Duran, que fez estas fotos para PLAYBOY, acha que Monique é perfeita também como modelo fotográfico: "Ela é uma das melhores profissionais com quem já trabalhei na vida. É rápida, tem feeling, entende o que o fotógrafo quer e faz perfeito. E é um dos ícones da sensualidade de hoje".

Capaz de poses inspiradoras como a da foto desta página [a última da galeria de fotos], Monique mal da conta dos convites para desfiles — o seu reino — e shows de tevê. Em agosto ela vai aparecer num especial da Globo sobre Lamartine Babo, com Agildo Ribeiro: "Monique tem aquela mistura de Deus e o diabo", diz Agildo, "e seu corpo é a sua ligação com o diabo. Como costumávamos dizer antigamente, vai ser boa assim no inferno". Agora, consagrada musa da galeria erótica nacional, no verão e no inverno, ela exibe o magnífico púbis colorido e as tatuagens desenhadas em pontos estratégicos do corpo esplêndido. E diz, com malícia: "Não sei por que tanta onda. Eu vivo na minha e faço o que quero, sem ligar pra torcida".


CONFISSÕES DE UM MITO SEXUAL


Este ano ela começou arrasando. Primeiro foi no Carnaval, no Rio e em Nova York. De­pois na Fenit, em São Paulo. Ela não parou desde que despontou pela primeira vez nas pá­ginas de PLAYBOY no ensaio Pedalar é Preci­so, em dezembro de 76. Mais tarde reapareceu num soberbo ensaio, em setembro de 81. E con­tinuou crescendo nas passarelas e notícias. Ex­pansiva, às vezes fala o que dizem que não de­ve e flutua na onda dos mexericos. Mas, para alegria geral, não perde o equilíbrio e carrega a fama e a beleza com a mesma classe com que desfila. Aqui ela fala ao redator-chefe Carlos Costa sobre sua intimidade, amores e brigas.



Playboy: Como recebem você em outras cidades, quando convidada para apresen­tações?

Monilque: Sempre tem um esquema espe­cial. A emissora de TV local esperando, en­trevistas, uma festa. Nos desfiles tem sem­pre gente querendo me cumprimentar, in­do ao camarim. Mas o quente é à noite. Uma loucura. Sempre tem homem debai­xo da cama, alguém escondido no banhei­ro. Em Goiânia, tempos atrás, o filho do do­no do hotel descolou uma chave com a ca­mareira, entrou e tentou me agarrar. De­via estar meio doido ou bêbado. Ele dizia: "Vou te agarrar", mas não fazia nada. Ia ao banheiro, dava a descarga e voltava dizen­do a mesma coisa. Numa dessas vezes, saí do quarto correndo e berrando. Na porta­ria me disseram: "Não podemos fazer na­da, ele é filho do dono". Então liguei para um amigo piloto e ele chamou a polícia.

Playboy: Você passou por outras nessas viagens?

Monique: Em Corumbá, uma vez, tiraram a porta do banheiro antes de eu chegar. Do outro lado do banheiro havia um vão, uma espécie de respiradouro. Eu estava toman­do banho quando notei um boxixo. Olhei, e o vão estava cheio de cabeças de marman­jos, empoleirados do lado de fora [risos]. Mas não gosto disso. Morro de medo. Tan­to que o Leo Jaime, meu namorado, liga sempre para saber se estou bem. E eu só aceito fazer uma viagem se garantirem a presença de dois seguranças.

Playboy: Você recebe muitas propostas amorosas?

Monique: Fazem de tudo. Oferecem dóla­res ao porteiro para deixar subir. Outras ve­zes, batem na porta e ouço uma voz de bi­cha. Se abro, pode ter certeza: entra um grupo de garotões. No fundo, estão mais a fim de uma brincadeira. Uma vez me ofere­ceram 5 mil dólares, mostrando o pacote de notas verdes. Esse lance de michê é uma coisa aborrecida. Acho que pensam que to­da modelo famosa aceita transar por di­nheiro. Estou até com um problema sério agora. Uma amiga me contou que ligaram para ela, dizendo que uma agência de acompanhantes do Rio tem fotos minhas e dela, como micheteiras do elenco da casa. Eu tenho até um número no catálogo de­les: sou a 235 [risos]. Não sei qual o valor do michê que supostamente eu cobraria [ri­sos]. Mas vou esclarecer isso. Porque estão usando meu nome para dar prestígio ao ne­gócio. O cliente dá uma nota preta para ter uma noite com a Monique, e na hora eles devem mandar outra, dizendo que estou doente. Tremenda sacanagem.

Playboy: A Fafá de Belém contou em entrevista a PLAYBOY que numa ocasião foi agarrada e beijada por um prefeito. E com você?

Monique: Eu sou muito dada, chego, conver­so com as pessoas, distribuo beijinhos. Sou muito alegre. E nessas ocasiões os prefeitos estão com as suas mulheres. O que aconte­ce é que, depois, eles ligam para o hotel fa­zendo propostas. Uma vez, num desfile, apagaram as luzes e foi um festival de boli­nação. Dei muito soco no escuro. As garo­tas berravam. Depois recebi o recado de que o prefeito queria ir para a cama comi­go; se eu não aceitasse, me fazia desapare­cer no Paraguai.

Playboy: Ao que consta, você não desapare­ceu no Paraguai...

Monique: [Rindo] E nem fui para a cama com ele.

Playboy: Essas experiências já foram além das ameaças?

Monique: Já. Aconteceu até com supostos amigos que me deram carona. Nem é bom falar nisso. E aos 14 anos tive uma experiên­cia que foi barra: eu estava voltando de um encontro com um grupo Hare Krishna e fui presa pela polícia perto da Cinelândia. Fizeram de tudo. Amassos, bolinações... E eu ia dar queixa pra quem? E de quê? Não chegaram a tirar a minha virgindade. Eu nem teria tecnicamente como provar a cur­ra... [pausa]. A sorte é que minha primeira vez, aos 18 anos, aconteceu de uma manei­ra muito bonita, com todo o romantismo, com amor. Aliás, só vou para a cama com alguém se estiver apaixonada. Mesmo que se­ja só por aquela noite.

Playboy: Você é muito namoradeira?

Monique: Tive muitos namorados, só que os meus casos viram fofoca. Por exemplo, disseram que eu queria casar com o Ante­nor Mayrink Veiga por interesse...

Playboy: Você tem saudade do Antenor?

Monique: Não. Tenho o carinho que se tem por um amigo. Ele foi uma grande paixão, morou na minha casa, em Copacabana, um tempo. Na segunda vez que estivemos jun­tos chegamos a marcar casamento. Fui até falar com um padre. Aí caí na real. Se eu me separasse dele um dia, a mãe iria dizer que eu tinha casado por dinheiro, o que não era verdade. Ele é que morava na mi­nha casa, e eu não deixava ele pôr um tos­tão lá dentro. Acabei não casando, pelo bem do Antenor. Hoje acho que a mãe de­le tinha razão. Se o meu filho começar a na­morar, também vou ficar enciumada, vou querer o melhor para ele. E uma mulher com a tradição da Cármem só poderia que­rer para o filho uma mulher da sociedade.

Playboy: E Pedrinho Aguinaga?

Monique: Eu ainda era muito menina quan­do ele foi eleito "o homem mais bonito do Brasil". Depois casei com o Oswald Charles Marques Evans [empresário do setor de mo­da], e a vida estava numa crise danada. A gente morava na Barra, perto da casa do Pedrinho. Então me separei do Oswald, vol­tei para a casa do meu pai e só então come­cei a namorar o Pedrinho. Tive com o Pe­drinho meu filho Armando, hoje com sete anos, mas não deu certo. Voltei a morar com o Oswald, e pouco depois ele foi assas­sinado a tiros. Até hoje não sei direito o que aconteceu. Foi um choque. O fato é que meu estado civil é viúva.

Playboy: Outro caso famoso foi com o Rô­mulo Arantes...

Monique: A onda foi provocada pelo repórter da revista Interview, o Michael Koellreuter, que publicou uma reportagem falando mal do Rômulo e de tanta gente, e que acabou levando uma surra, ao que dizem. Tenho certo receio, por causa da minha língua sol­ta, mas o Michael é perigoso. Vem com a pergunta e a resposta pronta. Ele me per­guntou: "E o Antenor, você tinha ciúme de­le?". Eu respondi: "Não, na época em que estava comigo ele não comia ninguém". Aí o Michael publicou como frase minha: "Ih, o Antenor não come ninguém".



Playboy: E como foi o problema com a Ro­berta Close?

Monique: Isso foi uma coisa ultrachata. Ela é uma pessoa belíssima. O que eu disse foi que a Roberta, desfilando sem ser mane­quim profissional, estava tirando trabalho das profissionais. Mas não tenho nada con­tra ela.

Playboy: Você está parecendo uma menina boazinha...

Monique: Certo. Acho que o problema é que eu não penso muito no que falo. Falo e berro quando quero. Aí me chamam de grossa. Depois leio o que falei e me arrepen­do um pouco. Mas é o meu jeito. Também não sou uma dondoca, daquelas que se fa­zem de santas, se horrorizam quando se fa­la em cocaína e aí você vai no banheiro e es­tão todas lá, curtindo uma fileirinha...

Playboy: Você também curte uma fileirinha?

Monique: Estou com o Leo. Adoro comer, fazer amor, dormir. E a coca corta o barato de tudo isso. Não está com nada.

Playboy: E transar com outra mulher? Está com alguma coisa para você?

Monique: Nunca transei nem tenho curiosi­dade. Mas não digo que nunca vou transar, porque sexo é secundário. É apenas com­plemento. A gente se enamora não é pela carne, mas pela pessoa. Se pintar... Mas o que quero mesmo, agora, é ficar numa boa com o Leo...



FOTOS / J.R. DURAN

COORD. PROD. / DULCE PICKERSGILL    PRODUÇÃO / KIKI ROMERO


5.459 visualizações1 comentário

1 Comment


leonardojoseraimundo
Nov 23, 2023

Monique Evans foi excelente nas fotos. A melhor foto de Monique foi a 1a., em que ela fica de bruços no chão totalmente nua. Eu amo a bunda feminina.

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