A CARIOCA QUE AGORA É A MUSA DO INVERNO
Monique Evans, a rainha do verão e do Carnaval do Rio, brilhou também nas passarelas da Fenit, aquecendo o inverno de São Paulo. Por aqui, Monique revela seu pique de mulher e guerreira.
Quando o ar começava a esfriar em São Paulo, ela surgiu nas passarelas da Feira Nacional da Indústria Têxtil, mostrando novidades da moda e aquecendo nosso inverno. Botando firme para quebrar, Monique se destacou de novo. E, com a mesma força com que agitou a galera no Carnaval do Sambódromo, desfilou seu charme irresistível pela Fenit. Aqui ela se revela como jamais foi vista nas passarelas.
"Ela consegue dar tesão até em crianças e velhos", diz o produtor de desfiles Denny Jô. "Nos lugares a que ela vai", diz o também produtor Eduardo Condé, "ela é sempre o centro das atenções." E Renata Malzoni, editora de moda da revista Claudia, que descobriu Monique em 74, observa que "hoje a estrela entra na passarela e dá um show, se dá inteira. Impossível não vê-la". É mesmo.
"Monique é a modelo mais cara de todas, e merecidamente", diz Jorge Almeida Ribeiro, organizador dos desfiles da Fenit, "pois nenhuma se vendeu tão bem como ela nem se esforçou tanto para se firmar como estrela. Além disso, na passarela, Monique é perfeita, sabe tudo." J.R Duran, que fez estas fotos para PLAYBOY, acha que Monique é perfeita também como modelo fotográfico: "Ela é uma das melhores profissionais com quem já trabalhei na vida. É rápida, tem feeling, entende o que o fotógrafo quer e faz perfeito. E é um dos ícones da sensualidade de hoje".
Capaz de poses inspiradoras como a da foto desta página [a última da galeria de fotos], Monique mal da conta dos convites para desfiles — o seu reino — e shows de tevê. Em agosto ela vai aparecer num especial da Globo sobre Lamartine Babo, com Agildo Ribeiro: "Monique tem aquela mistura de Deus e o diabo", diz Agildo, "e seu corpo é a sua ligação com o diabo. Como costumávamos dizer antigamente, vai ser boa assim no inferno". Agora, consagrada musa da galeria erótica nacional, no verão e no inverno, ela exibe o magnífico púbis colorido e as tatuagens desenhadas em pontos estratégicos do corpo esplêndido. E diz, com malícia: "Não sei por que tanta onda. Eu vivo na minha e faço o que quero, sem ligar pra torcida".
CONFISSÕES DE UM MITO SEXUAL
Este ano ela começou arrasando. Primeiro foi no Carnaval, no Rio e em Nova York. Depois na Fenit, em São Paulo. Ela não parou desde que despontou pela primeira vez nas páginas de PLAYBOY no ensaio Pedalar é Preciso, em dezembro de 76. Mais tarde reapareceu num soberbo ensaio, em setembro de 81. E continuou crescendo nas passarelas e notícias. Expansiva, às vezes fala o que dizem que não deve e flutua na onda dos mexericos. Mas, para alegria geral, não perde o equilíbrio e carrega a fama e a beleza com a mesma classe com que desfila. Aqui ela fala ao redator-chefe Carlos Costa sobre sua intimidade, amores e brigas.
Playboy: Como recebem você em outras cidades, quando convidada para apresentações?
Monilque: Sempre tem um esquema especial. A emissora de TV local esperando, entrevistas, uma festa. Nos desfiles tem sempre gente querendo me cumprimentar, indo ao camarim. Mas o quente é à noite. Uma loucura. Sempre tem homem debaixo da cama, alguém escondido no banheiro. Em Goiânia, tempos atrás, o filho do dono do hotel descolou uma chave com a camareira, entrou e tentou me agarrar. Devia estar meio doido ou bêbado. Ele dizia: "Vou te agarrar", mas não fazia nada. Ia ao banheiro, dava a descarga e voltava dizendo a mesma coisa. Numa dessas vezes, saí do quarto correndo e berrando. Na portaria me disseram: "Não podemos fazer nada, ele é filho do dono". Então liguei para um amigo piloto e ele chamou a polícia.
Playboy: Você passou por outras nessas viagens?
Monique: Em Corumbá, uma vez, tiraram a porta do banheiro antes de eu chegar. Do outro lado do banheiro havia um vão, uma espécie de respiradouro. Eu estava tomando banho quando notei um boxixo. Olhei, e o vão estava cheio de cabeças de marmanjos, empoleirados do lado de fora [risos]. Mas não gosto disso. Morro de medo. Tanto que o Leo Jaime, meu namorado, liga sempre para saber se estou bem. E eu só aceito fazer uma viagem se garantirem a presença de dois seguranças.
Playboy: Você recebe muitas propostas amorosas?
Monique: Fazem de tudo. Oferecem dólares ao porteiro para deixar subir. Outras vezes, batem na porta e ouço uma voz de bicha. Se abro, pode ter certeza: entra um grupo de garotões. No fundo, estão mais a fim de uma brincadeira. Uma vez me ofereceram 5 mil dólares, mostrando o pacote de notas verdes. Esse lance de michê é uma coisa aborrecida. Acho que pensam que toda modelo famosa aceita transar por dinheiro. Estou até com um problema sério agora. Uma amiga me contou que ligaram para ela, dizendo que uma agência de acompanhantes do Rio tem fotos minhas e dela, como micheteiras do elenco da casa. Eu tenho até um número no catálogo deles: sou a 235 [risos]. Não sei qual o valor do michê que supostamente eu cobraria [risos]. Mas vou esclarecer isso. Porque estão usando meu nome para dar prestígio ao negócio. O cliente dá uma nota preta para ter uma noite com a Monique, e na hora eles devem mandar outra, dizendo que estou doente. Tremenda sacanagem.
Playboy: A Fafá de Belém contou em entrevista a PLAYBOY que numa ocasião foi agarrada e beijada por um prefeito. E com você?
Monique: Eu sou muito dada, chego, converso com as pessoas, distribuo beijinhos. Sou muito alegre. E nessas ocasiões os prefeitos estão com as suas mulheres. O que acontece é que, depois, eles ligam para o hotel fazendo propostas. Uma vez, num desfile, apagaram as luzes e foi um festival de bolinação. Dei muito soco no escuro. As garotas berravam. Depois recebi o recado de que o prefeito queria ir para a cama comigo; se eu não aceitasse, me fazia desaparecer no Paraguai.
Playboy: Ao que consta, você não desapareceu no Paraguai...
Monique: [Rindo] E nem fui para a cama com ele.
Playboy: Essas experiências já foram além das ameaças?
Monique: Já. Aconteceu até com supostos amigos que me deram carona. Nem é bom falar nisso. E aos 14 anos tive uma experiência que foi barra: eu estava voltando de um encontro com um grupo Hare Krishna e fui presa pela polícia perto da Cinelândia. Fizeram de tudo. Amassos, bolinações... E eu ia dar queixa pra quem? E de quê? Não chegaram a tirar a minha virgindade. Eu nem teria tecnicamente como provar a curra... [pausa]. A sorte é que minha primeira vez, aos 18 anos, aconteceu de uma maneira muito bonita, com todo o romantismo, com amor. Aliás, só vou para a cama com alguém se estiver apaixonada. Mesmo que seja só por aquela noite.
Playboy: Você é muito namoradeira?
Monique: Tive muitos namorados, só que os meus casos viram fofoca. Por exemplo, disseram que eu queria casar com o Antenor Mayrink Veiga por interesse...
Playboy: Você tem saudade do Antenor?
Monique: Não. Tenho o carinho que se tem por um amigo. Ele foi uma grande paixão, morou na minha casa, em Copacabana, um tempo. Na segunda vez que estivemos juntos chegamos a marcar casamento. Fui até falar com um padre. Aí caí na real. Se eu me separasse dele um dia, a mãe iria dizer que eu tinha casado por dinheiro, o que não era verdade. Ele é que morava na minha casa, e eu não deixava ele pôr um tostão lá dentro. Acabei não casando, pelo bem do Antenor. Hoje acho que a mãe dele tinha razão. Se o meu filho começar a namorar, também vou ficar enciumada, vou querer o melhor para ele. E uma mulher com a tradição da Cármem só poderia querer para o filho uma mulher da sociedade.
Playboy: E Pedrinho Aguinaga?
Monique: Eu ainda era muito menina quando ele foi eleito "o homem mais bonito do Brasil". Depois casei com o Oswald Charles Marques Evans [empresário do setor de moda], e a vida estava numa crise danada. A gente morava na Barra, perto da casa do Pedrinho. Então me separei do Oswald, voltei para a casa do meu pai e só então comecei a namorar o Pedrinho. Tive com o Pedrinho meu filho Armando, hoje com sete anos, mas não deu certo. Voltei a morar com o Oswald, e pouco depois ele foi assassinado a tiros. Até hoje não sei direito o que aconteceu. Foi um choque. O fato é que meu estado civil é viúva.
Playboy: Outro caso famoso foi com o Rômulo Arantes...
Monique: A onda foi provocada pelo repórter da revista Interview, o Michael Koellreuter, que publicou uma reportagem falando mal do Rômulo e de tanta gente, e que acabou levando uma surra, ao que dizem. Tenho certo receio, por causa da minha língua solta, mas o Michael é perigoso. Vem com a pergunta e a resposta pronta. Ele me perguntou: "E o Antenor, você tinha ciúme dele?". Eu respondi: "Não, na época em que estava comigo ele não comia ninguém". Aí o Michael publicou como frase minha: "Ih, o Antenor não come ninguém".
Playboy: E como foi o problema com a Roberta Close?
Monique: Isso foi uma coisa ultrachata. Ela é uma pessoa belíssima. O que eu disse foi que a Roberta, desfilando sem ser manequim profissional, estava tirando trabalho das profissionais. Mas não tenho nada contra ela.
Playboy: Você está parecendo uma menina boazinha...
Monique: Certo. Acho que o problema é que eu não penso muito no que falo. Falo e berro quando quero. Aí me chamam de grossa. Depois leio o que falei e me arrependo um pouco. Mas é o meu jeito. Também não sou uma dondoca, daquelas que se fazem de santas, se horrorizam quando se fala em cocaína e aí você vai no banheiro e estão todas lá, curtindo uma fileirinha...
Playboy: Você também curte uma fileirinha?
Monique: Estou com o Leo. Adoro comer, fazer amor, dormir. E a coca corta o barato de tudo isso. Não está com nada.
Playboy: E transar com outra mulher? Está com alguma coisa para você?
Monique: Nunca transei nem tenho curiosidade. Mas não digo que nunca vou transar, porque sexo é secundário. É apenas complemento. A gente se enamora não é pela carne, mas pela pessoa. Se pintar... Mas o que quero mesmo, agora, é ficar numa boa com o Leo...
FOTOS / J.R. DURAN
COORD. PROD. / DULCE PICKERSGILL PRODUÇÃO / KIKI ROMERO
Monique Evans foi excelente nas fotos. A melhor foto de Monique foi a 1a., em que ela fica de bruços no chão totalmente nua. Eu amo a bunda feminina.