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NATÁLIA LAGE | AGOSTO, 2010



A ATRIZ DE A GRANDE FAMILIA, UMA DAS MULHERES

MAIS PEDIDAS PELOS LEITORES PARA ESTRELAR

A CAPA DA PLAYBOY, FALA SOBRE CENAS SENSUAIS, PRIMEIRA VEZ, ANDRÉ GONÇALVES, FUNK DOS ANOS 1970, CQC, LEILA LOPES E SEU POSSÍVEL ENSAIO PARA A REVISTA.


POR JARDEL SEBBA FOTO FERNANDO YOUNG





1. Você é uma das mulheres mais pedidas pelos leitores para a capa da PLAYBOY. Já tinha pensado a respeito? O que está acontecendo? Eu não sei se é o cabelo que voltou a ficar loiro, não tenho uma pista, mas acho engraçado que isso aconteça. Não faço ideia de por que acontece, juro por Deus. E, sinceramente, eu nunca tinha pensado a respeito. Acho uma revista bacana, vejo que tem umas fotos que ficam lindas, mas nunca tinha me visto desse jeito.


2. Mas você já encarnou papéis sensuais no seu trabalho? No filme O Homem do Ano, eu tive uma cena de sexo em que não aparecia o corpo, mas tinha a simulação do beijo e do frisson. E uma outra cena em que eu saia do banho. Sofri horrores. Não lido bem, não acho confortável. Apesar de você ter ali a defesa do personagem, de a nudez estar a serviço de uma história.


3. O filme que você vai lançar neste ano também tem cenas sensuais? Não. Como Esquecer é um drama psicológico, fala de separação. Tem até uma coisa sexual, mas não com a minha personagem, e sim com a da Ana Paula Arósio. A personagem dela é gay e tem uma história com outra mulher, representada pela Arieta Corrêa. A personagem da Ana sofre uma separação, a gente vai morar junta, e um dia chega a minha prima, que é a Arieta. E elas têm uma história, um lance juntas.


4. Uau! A primeira coisa que uma mulher precisa para posar para a PLAYBOY é se sentir gostosa. Você está se sentindo gostosa? Houve um momento em que eu fiz terapia de casal com o meu corpo. A gente foi discutir a relação, levei ele para a academia, ele falou que eu era legal, enfim... A gente está se acertando. Essa coisa da mulher aos 30 anos [Natália tem 31] é bem simbólica. Estou me sentindo bem, estou contente comigo, com a minha vida, com as minhas escolhas. E com o meu corpo também.


5. Aliás, qual é a parte dele de que você mais gosta? Meu pé é feio, mas eu gosto dele...


6. E que ensaios da PLAYBOY você viu e gostou? Eu lembro que achei bonito o da Alessandra Negrini [abril de 2000] e o da Fernanda Young [novembro de 2009], que, embora não tenha nada a ver comigo, me pareceu interessante. As duas vão na onda de personagem, o que acho legal, mas não me imagino fazendo.


7. Seu ensaio seria mais Alessandra ou mais Fernanda? [Risos.] Não sei, acho que nenhuma das duas. Minha vaidade não é tanto por aí, não tenho essa coisa de querer ser desejada por todos os homens do Brasil. Juro, eu ficaria meio desconfortável, é o meu jeito. Minha sensualidade é mais privada, fico mais à vontade com o meu namorado.


8. Você entrou numa novela das 8, O Salvador da Pátria [1989], aos 10 anos de idade. Os meninos do colégio te assediavam? Não lembro disso assim. Acho que eu tinha ingenuidade na época e, até como defesa, não achava que as pessoas estavam comigo por interesse ou porque eu era famosa. Nunca tive essa piração. Mais tarde é que comecei a pensar sobre isso; na época era uma brincadeira. Era como uma menina que faz a sua ceninha com a Barbie ali...


9. Com a diferença de que a Barbie, no caso, era o Lima Duarte... É, mas era uma extensão disso. E é muito honesto com a criança porque ela leva a sério. Nossa profissão, no fundo, é basicamente isso, você levar a sério uma brincadeira, acreditar numa coisa que, para os adultos, é absurdo. Você está chorando sem de fato estar chorando, e, pior, pela morte de alguém que não existe! Para mim sempre foi tudo muito natural, nunca teve um peso. Depois que você vai articulando, crescendo e vendo a vida, é que pensa: caramba, era uma criança trabalhando. Mas na prática foi mais tranquilo do que na teoria.


10. Você contracenou com a atriz Leila Lopes em Tropicaliente [1994]. O que lembra dela? Eu lembro que ela era de Escorpião, como eu, e que era muito sensível. Ela era doce, e eu era muito nova. E depois a gente nunca mais teve contato. Acho que ela era uma pessoa que tinha uma fragilidade muito grande. Minha memória dela é muito ingênua, de alguém doce, carinhosa. Quando soube da morte dela, fiquei bem triste.


11. Você atua em A Grande Família, que está há quase dez anos no ar. O formato do programa não é um pouco antiquado para os padrões do humor atual? Não, existe uma fórmula enraizada da família brasileira ali, que se desdobra em todas as famílias. Os perfis da mãe protetora, do cunhado meio malandro, da filha ainda muito apegada à família, do pai careta e organizado. Coisas que, em maior ou em menor escala, você vê em todas as camadas sociais. O programa faz comédia sem apelar. A gente conta uma historinha que tem momentos engraçados, mas que pode ser emocionante também. Eu tenho muito orgulho de fazer A Grande Família. A fórmula é antiga, mas esbarra naquilo que é universal e que se torna atemporal por causa disso.


12. Falando em humor, você gosta do Pânico na TV e do CQC? Do Pânico não sou tão fã, até porque não vejo muito, mas adoro o CQC. Já conhecia o Marco Luque do [espetáculo de stand-up comedy] Terça Insana; os personagens e as entrevistas dele são divertidas. Eu gosto dos meninos do Z.É. [Zenas Emprovisadas], acho essa galera muito boa no stand-up, nesse humor mais seco. Mas tem espaço para tudo, e o legal é poder transitar.


13. Você interpretou a Cleide, namorada do cantor Luciano, no filme 2 Filhos de Francisco. Chegou a conhecer a verdadeira Cleide? Não, até tive essa curiosidade, mas não rolou. Eu conheci o Luciano, e ele disse que eu me parecia muito com ela, ficou até um pouco impressionado...


14. Isso parece uma cantada. Foi? Não sei, não me pareceu. Sou meio ingênua às vezes, não entendi dessa maneira. Ele foi supersimpático, tanto ele como o Zezé, quando estiveram nas filmagens, em Goiás. Acho a história linda e o filme emocionante, muito bem cuidado.


15. Você namorou André Gonçalves. Explica para a gente o que é que esse cara tem. Ele é divertido pra caramba! Isso é 90%! Ele foi um dos meus primeiros namorados, eu tinha 15 anos. Eu gostei muito dele, e é bem legal lembrar porque eu era muito menina. Ele é encantador, inteligente, tem uma história incrível, é um grande ator, e é engraçado, sobretudo. E ele transita muito, né? Acho que ele merecia um 20P.


16. Como foi a sua primeira vez? Um pouco desajeitada, sempre é. Eu tinha 16 anos e estava muito apaixonada. Lembro do primeiro amor, a primeira paixão, o coração acelerado, a mão suando. É uma sensação muito bacana, e foi linda. Eu queria bastante, e rolou de uma forma muito legal.


17. Você costuma discotecar na festa Bailinho, do seu amigo Rodrigo Penna. Qual é o seu hit no comando dos pick-ups? Eu sou muito misturada, não sei se tenho um hit. Gosto muito de funk dos anos 1970, de Jackson Five, Aretha Franklin, Stevie Wonder. Teve uma fase em que ouvi muito Lauryn Hill, Mos Def, Busta Rhymes, Wu-Tang Clan. Escutei muito rap uma época, depois entrei numa onda Brasil anos 1970. O Jorge Ben e o Tim Maia para mim são fundamentais. Gosto muito de samba-rock também.


18. Para terminar, Serra, Dilma ou Marina? Marina, sem sombra de dúvida!


19. Woody Allen ou Jean-Luc Godard? Godard.


20. Fernanda Montenegro ou Maria Mariana? [Gargalhada.] Fernanda Montenegro!


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