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NYVI ESTEPHAN | OUTUBRO/NOVEMBRO, 2016



A CAÇULA

Por Ana Paixão


Nyvi é a caçula de quatro filhos. Por isso, seu desenvolvimento foi mais rápido que dos demais. Com 2 anos, já possuía um vocabulário impressionante, e com 4, aprendeu com o irmão a jogar xadrez. Sapeca e irreverente, aos 5 questionava tudo e todos e picotava todas suas roupas novas. Queria ser estilista. Não me dava trabalho na escola, exceto quando cabulava aula para jogar videogame ou subir no pé de amora. Foi uma das melhores alunas da escola, campeã em olimpíadas de matemática, prata na de português e bolsista integral na universidade por nota.



Dona de uma inteligência emocional surpreendente e de muita compaixão, eu sempre disse que ela era uma estrela. Pois é leve e sabe interagir em qualquer ambiente. Versátil, tudo que tenta consegue fazer. Poderia trabalhar na área que bem escolhesse. Sempre amou música e artes. Adorava tocar piano e, ainda adolescente, participou de peças teatrais, deu aula de percussão em uma ONG de uma favela, atuou com moda e, agora, jogos. Entrou no mercado financeiro para atuar como atendente e ajudar na renda familiar e, em pouco tempo, foi promovida e montava operações complicadas. Em casa, até torneira e fechadura ela consertava (risos). Sempre foi livre e corajosa. Eu desejo que continue sendo feliz em qualquer coisa que fizer, pois nunca duvidei de seu bom senso e sua capacidade de escolha. É uma pessoa otimista e generosa, respeita todos e brilha pela simplicidade. É a conciliadora da família, uma pessoa de paz, e sempre foi a mais adulta entre nós.


É minha menininha, meu orgulho e meu amor.



I BLOODY LOVE TO LOVE YOU

Por Bruno Sutter


Nyvi, quando eu te conheci, você era uma grande fã do meu trabalho. Aquela fã que escrevia cartas, que achava de forma “detetivesca” o endereço e o número do telefone no catálogo... Aquela coisa bem adolescente.


Hoje, o fã adolescente sou eu. Fascinado pela mulher maravilhosa que você se tornou. Não apenas pela beleza incontestável e estonteante que vemos nestas páginas, mas pela Nyvi que só eu tenho a honra e o privilégio de conhecer.



Você conseguiu quebrar muitos preconceitos que o meu machismo datado do século passado construiu com a pompa hipócrita dos anos. Você me ensinou a usar a empatia no lugar do julgamento, me ensinou a ser mais altruísta e mais autoconfiante – você me ensinou a ser uma pessoa melhor, um homem melhor.


Relacionamentos sólidos são construídos com cumplicidade, parceria, amizade e companheirismo. Se isso funciona com nossos melhores amigos, por que não funcionaria em uma relação amorosa?


Somos amigos, somos parceiros, somos amantes.


A sua felicidade é a minha. O seu sucesso é o meu.


Se você voa, eu voo junto.


E vice-versa. Sempre pensei como seria a vida dos personagens dos contos de fadas depois do final feliz... Vivo isso todos os dias com você! Te amo... demais!



SI TU CONNAISSAIS MA MÈRE


Preciso falar sobre Ana Paixão.


Se você conhecesse a minha mãe, entenderia quem eu sou, como sou e por que sou. Ela nasceu um espírito livre. Proveniente de família nobre nordestina, mas que perdeu tudo e só restou o pau de arara. Que se emancipou, se graduou, foi contracultura, tropicalista, guerreira e guerrilheira. Devoradora de livros, trabalhos manuais e cultura popular.



Despertada por autenticidade e a beleza da simplicidade. Por cores primárias, arquétipos e orixás. Foi atriz, artista, rosa dos ventos, mãe e mártir. De Gal Costa e seu folhetim a Lily Braun. Pelos pontos cardeais e subcolaterais ao centro da minha essência. Me fez! Sendo cria de uma sobrevivente, ser decidida e independente era minha obrigação. Do meu pai herdei o amor à música. Às 88 teclas e às peles de pandeiro. Às “Mots qui vont très bien ensemble” e ao “Samba e Amor” de Chico.



Mas foi com ela que aprendi a ser forte. E essa nunca foi uma opção. Aprendi sobre algumas pequenas e grandes belezas da vida e o poder de gargalhar da mesma sabendo que nem sempre ela sorri de volta. E que mesmo quando parece quase impossível suportar, uma força inexorável aparece. Aprendi com ela que algumas escolhas definem o que fazes, mas não quem és. Posto que vem de dentro, do íntimo, e nada pode mudar, exceto o crescimento pessoal. Que aceitar quem se é sem invejar o que não é de seu pertencimento é o primeiro passo para potencializar a chama que existe dentro de ti.



Aprendi que é necessário correr com garra atrás de seus objetivos, mas que a benevolência deve estar em primeiro plano. E que cortar o cordão umbilical apavora e dá saudade, mas que, para o seu colo, eu sempre poderei voltar. E eu não poderia ter mais orgulho dela nem me imaginar nascida de outro ventre. Mesmo nos momentos mais difíceis, “quem me viu apanhando da vida me viu aguardando o Carnaval chegar”, nunca desejando ser outro alguém. Porque, independentemente dos obstáculos, “sou mais eu, porque sou você”...


Nyvi Estephan



FOTOS DANIEL ARATANGY


DIREÇÃO DE ARTE GIAN LUCCA AMOROSO STYLING KIKA CABRERA BELEZA CAROLINE SAN CRISTOBAL CABELO TAYLLA BELARMINA PRODUÇÃO EXECUTIVA GIAN LUCCA AMOROSO ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA OTAVIO GUARINO CAMAREIRA MARIZA EUGÊNIA TRATAMENTO DE IMAGEM NELSON EUFRACIO VÍDEO SELO.MS



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