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UMA CONFISSÃO SINCERA

Ficção


Ela queria conhecer em detalhes a vida sexual de seu futuro genro. Tinha que conferir se ele poderia ser um bom amante para sua filha tão inocente e pura


Por A.MCK.H.*


Ao regressar a The Larches, após o baile de noivado de sua amiga Georgina, Victorina sentia-se fatigada. A dança, o prazer de desfilar pela sociedade de braços dados com o noivo, algumas taças de champanhe, todos esses fatores combinaram-se para exauri-la. Embora já passasse de meia-noite, a sra. Hapgood os esperava na sala, sozinha, pois havia muito dispensara os criados. Sobre a mesinha, ela pousara uma bandeja com sanduíches frios cobertos com uma toalha fina de linho, para o caso de o jovem casal desejar comer antes de se recolher.


Victorina depositou um beijo de boa-noite na face da mãe, declarou que aquela fora uma noitada magnífica e subiu para seus aposentos. Hedley resolveu ficar para fazer um lanche.


— Neste caso ficarei para lhe fazer companhia — ofereceu-se logo a sra. Hapgood, como uma perfeita anfitriã.


— A senhora deve estar cansada, não quero que se sacrifique por mim — Hedley objetou.


— Não é sacrifício nenhum. Além disso, temos vários assuntos de certa gravidade para discutir.


Um tanto apreensivo, Hedley acomodou-se no sofá, enquanto a futura sogra lhe preparava um pratinho de sanduíches.


— Se preferir uma xícara de chá, posso providenciar — ela declarou, trazendo uma garrafa de conhaque e um cálice de cristal.


— Não é necessário. Um pouco de conhaque será perfeito.


A sra. Hapgood serviu-lhe a bebida e, durante cerca de vinte minutos, conversaram sobre a festa. Hedley descreveu-lhe de forma pormenorizada os trajes das damas presentes, sem esquecer de informar-lhe quem dançara com quem, além das últimas novidades sobre a vida pessoal dos convidados, comentadas com discrição nas diversas rodinhas. Enquanto isso, a sra. Hapgood mantinha seu cálice sempre cheio de conhaque, e Hedley perdeu a conta de quanto já bebera naquela noite.


Por fim, quando a sra. Hapgood observou que já havia embebedado o futuro genro, desviou o assunto para o tema que realmente a interessava. Com muito tato e maneiras delicadas, em breve lhe indagava sobre seus predicados para tornar-se um marido vigoroso para sua filha.


— A senhora pode tranqüilizar-se a esse respeito — Hedley assegurou-lhe, esforçando-se para não enrolar a língua. — Meu equipamento está em ordem, sou um homem saudável e fogoso.


— Eu pensava o mesmo de meu marido antes de nos casarmos — ela confessou com amargura. — Todavia, ele acabou por se revelar um triste desapontamento.


Hedley fitou a futura sogra, lutando por entender o que ela lhe confidenciava.


— A senhora está querendo me dizer que...


— O sr. Hapgood não me negava os direitos de esposa, mas apenas duas vezes por mês. Mais do que isso, ele julgava ser prejudicial à saúde.


— Deus do céu! — Hedley exclamou, atônito. — Duas vezes por mês! Que absurdo!


A sra. Hapgood curvou-se para colocar mais conhaque no cálice dele.


— O senhor decerto compreende que, como mãe, eu me sinto na obrigação de me certificar de que minha filha Victorina será poupada das frustrações que sofri em meu casamento.


— Naturalmente.


— Então, diga-me: com que freqüência pretende procurar minha filha?


— Todas as noites — ele respondeu com um sorriso. — Duas vezes, no mínimo.


— Caro Hedley, não é de bom-tom brincar assim quando se trata de assunto sério. Eu lhe suplico que seja sincero: o senhor já se deitou com alguma mulher?


— Não com vagabundas — ele afiançou-lhe. — Jamais estive com uma mulher que me cobrasse dinheiro.


— Está bem. Contudo, é meu dever insistir: com que tipo de mulheres ? Casadas?


— Sim, é claro — Hedley admitiu, a mente confusa demais para raciocinar. — Muitas vezes. Mas também já estive com moças solteiras em Londres.


— O senhor está se revelando um homem de péssimos hábitos, meu caro! Nunca pensei que fosse capaz de tais infâmias! Com que idade iniciou sua carreira de licenciosidades?


— Eu contava dezesseis anos, na época.


— Céus! — a sra. Hapgood exclamou.


— Minha mãe morreu quando eu nasci, e meu pai entregou-me aos cuidados de babás e criadas. Um dia, em conseqüência de uma de minhas freqüentes travessuras, minha babá resolveu dar-me uma surra. Eu apanhava muito, pois era muito traquinas. Mas, naquele dia, quando ela desabotoou minha calça e abaixou-a para aplicar-me o corretivo, meu órgão endureceu. Fiquei tão embaraçado... Ela parecia nem ter notado a causa do meu constrangimento. Sentou-se numa cadeira da cozinha e prendeu-me entre seus joelhos. Enquanto, com uma das mãos, me dava palmadas no traseiro, com a outra manipulava meu membro enrijecido. Oh, sim, ela havia percebido meu estado e resolvera aproveitar-se disso! Mabel segurava-o bem apertado, a mão indo e vindo num ritmo crescente... até atingir seu objetivo. Uma sensação diferente e muito forte apossou-se de mim... e eu esguichei meu primeiro jato de sêmen no avental dela.


— Sua sórdida história demonstra apenas capacidade de entregar-se às mãos de uma fêmea depravada. Entretanto, tudo o que me descreveu está longe da intimidade conjugal. O senhor já teve relações sexuais completas com uma mulher?


— Centenas, talvez milhares, de vezes. Na verdade, perdi a conta. Comecei quando ainda era apenas um colegial.


— Declaro-me deveras chocada com seus hábitos dissolutos. Como pôde tornar-se tão devasso?


— Eu explico. Quando completei dezessete anos, papai enviou-me para passar as férias com uma irmã solteira dele. Ela vivia só, com uma única criada, numa propriedade pequena mas confortável em Potters Bar.


— Poupe-me dos detalhes. Já sei que o senhor traiu a confiança de sua tia seduzindo-lhe a criada.


— De forma alguma! — Hedley negou, indignado. — Tia Maude foi quem me seduziu.


A sra. Hapgood fitou-o com o queixo caído de espanto. E ele continuou:


— Recordo-me de que começou certo dia, após o almoço. Nós nos sentamos lado a lado no sofá, conversando. Demorei muito para perceber o que titia desejava, e só o fiz quando ela resolveu excitar-me ostensivamente, pousando a mão sobre a minha coxa, junto à virilha, ao mesmo tempo que encostava o seio em meu braço. Puxa, meu pau ficou desse tamanho! Depois ela conduziu minha mão de forma a apertar-lhe os peitos fartos e depois começou a abrir minha calça, libertando meu pássaro. Nem preciso dizer que este já estava completamente duro quando ela o segurou.


Depois, ela conduziu minha mão de modo a apertar-lhe os peitos fartos e começou a abrir minha calça

A sra. Hapgood engoliu em seco.


— Prossiga.


— O que eu podia fazer, além de retribuir as carícias? Enfiei a mão no meio das pernas dela, por baixo da roupa, até encontrar aquela coisinha gostosa, úmida. Aquele foi um instante memorável! Sentir os pelinhos ondulados, finos, e a bocetinha cálida molhando meus dedos... Ah, que êxtase!! Não pude me controlar mais, e esporrei nas mãos que me manipulavam o pau!


O semblante tempestuoso da sra. Hapgood traia-lhe a indignação. Sua curiosidade fora castigada com um cruel insulto à sua modéstia. Quando, por fim, ela conseguiu falar, foi com grande dificuldade, pois faltava-lhe o ar.


— O que aconteceu entre vocês não foi diferente do episódio com a babá. O que desejo saber é se o senhor já... copulou de verdade.


— Já vou chegar lá — Hedley replicou. — Depois ela retirou a roupa de baixo e, completamente nua, mostrou-me como os raios de sol que se filtravam pela janela conferiam um tom dourado a seus pentelhos. Para ser franco, eu já sabia como era uma xoxota, por causa de minhas brincadeiras com Mabel, mas jamais tivera a oportunidade de contemplá-la em plena luz do dia, apreendendo-lhe todos os detalhes e reentrâncias como naquele momento. Foi uma verdadeira revelação! Então, tomou meu pau, que já voltara a endurecer, entre as mãos e guiou-o para dentro de sua vagina. Quase gritei de prazer ao sentir que penetrava uma mulher pela primeira vez em minha vida!


Hedley falava enrolando a língua e, ao terminar a história, aproximava-se da inconsciência. Sua voz soava quase inaudível, murmurando palavras incompreensíveis.


— O que foi que disse? — a sra. Hapgood perguntou. — Não consegui ouvi-lo.


— Maude gemia: "Enfia tudo, meu menino! Quero acabar com sua virgindade, enfia tudo!" Então, Maude me beijou e murmurou: "Eu fiz de você um homem".


Tendo encerrado a narrativa, Hedley adormeceu. A sra. Hapgood fitou-o por alguns instantes, as mãos crispadas de horror, a mente convulsionada pelas confissões que arrancara do futuro genro. Por fim, ergueu-se e ajudou-o a sair da poltrona e a subir as escadas, enlaçando-o pela cintura. Podia chamar um criado para colocá-lo na cama, mas não queria que ninguém o visse naquele estado.


Hedley, inconsciente do que acontecia, deixou-se guiar e deitar sobre o leito. Com gestos hábeis, a sra. Hapgood despiu-lhe as roupas.


— Pode me explicar por que sua ceroula está molhada? — ela indagou.


— Devo ter ejaculado.


— Eu sei disso! — ela retrucou, sacudindo-o para mantê-lo acordado. — Mas quando, e em que circunstâncias? Nem ouso imaginar se seria na companhia de minha filha, se o senhor se atreveu a abusar da ingenuidade dela!


— Claro que não! — Hedley exclamou. — Minha querida noivinha permanece imaculada como a neve!


— Nesse caso, como aconteceu essa vergonhosa polução?


— Realmente, é intrigante... esporrar e não lembrar quando nem por quê — ele resmungou. — Será que a senhora não me masturbou lá embaixo?


— Hedley!!! — a sra. Hapgood explodiu, ultrajada. Todavia, sua indignação não chegou ao conhecimento de Hedley, que adormecera profundamente.


Quando despertou, ele se viu deitado de pernas abertas e nu. A sra. Hapgood se achava ao lado dele e parecia examinar o sr. Pinto de perto, pois segurava-o na palma da mão, bem junto ao rosto. Ela também estava quase despida, tendo apenas a roupa de baixo para cobri-la. Hedley piscou várias vezes, sem entender o que ocorria, e voltou a dormir.


Ao despertar mais uma vez, sentiu-se invadido por ondas de prazer. A sra. Hapgood ajoelhara-se por cima dele, como se montasse a cavalo. À luz mortiça do lampião, a pele nua dela brilhava, os seios grandes tremiam com o movimento para cima e para baixo. Hedley estendeu as mãos para ampará-los, mas ela empurrou-as, imprensando-lhe os braços contra os travesseiros. Hedley percebeu que a vulva da sra. Hapgood lhe engolia e apertava o pênis com uma habilidade que jamais encontrara em outra mulher.


— Puxa vida, como você é... — ele murmurou.


— Sou o quê? — ela instigou-o. — Tão desavergonhada com você? Acha que sou depravada como você revelou ser?


— Ahn...


— Eu o desagrado? Sou velha demais para satisfazer um jovem cavalheiro da capital? Tenho a mesma idade que sua tia na época em que o desvirginou. Contudo, se quiser que eu pare e volte para os meus aposentos, é só dizer, e eu irei.


— Não, não! — Hedley arquejou, receoso de que ela se fosse. — Continue... estou gostando muito, não quero que pare!


— Então... o que eu sou? Como você me descreveria? Uma vagabunda?


— Não! Como uma caixa de surpresas — ele respondeu, movendo o quadril no ritmo dela. — Uma adorável, cálida e úmida caixa de surpresas! Deixe-me sugar esses peitos!


A sra. Hapgood mantinha os braços dele firmemente presos sobre os travesseiros, impedindo-o de usar as mãos. Para provocá-lo, balançava o seio diante do rosto dele, quase tocando-o. Hedley lutava para alcançá-lo e ela ria.


— Se quer mesmo, peça de novo!


— Por favor, eu quero sugar seu seio!


— Assim, não! Isso não é hora de ser tão formal!


— Tem razão. Olhe, me dá logo esses peitos para eu chupar!


Com uma risada rouca, ela introduziu o bico do seio na boca voraz de seu parceiro.


Hedley assombrava-se mais e mais com o desempenho de sua futura sogra. Ela soube dosar o ritmo de forma a retardar ao máximo o clímax, que os dois atingiram no mesmo momento e com a mesma intensidade. Hedley teve a impressão de que não pararia mais de jorrar, que sua própria alma se esvairia junto com o sêmen. A sra. Hapgood colou os lábios em sua boca para conter-lhe os gritos, enquanto Hedley a abraçava com força.


Ambos pareciam febris quando, por fim, se separaram. A sra. Hapgood suspirou ao passar a mão pela própria vulva e constatar que estava inchada e completamente molhada.


ILUSTRAÇÃO BRAD HOLLAND


 

* Uma Confissão Sincera reúne alguns trechos do sexto capítulo do romance Segredos de Alcova, uma tradução do inglês que chega às bancas no final de maio pela editora Montmartre. A identidade do autor não é revelada. Segundo os editores, só o que há dele são as iniciais A.Mck.H. Pouco importa. A narrativa deste A.Mck.H. (ou seja lá quem ele for) é de um erotismo explosivo, à altura da tradição dos melhores textos do gênero.


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