Entre um show e um filme apresentamos Vera Manhães
FOTOS ANTÔNIO GUERRERO
Vera ela é sempre. Vera Manhães e Vera Pitanga, como opções. Um poeta romântico mais retórico e inflamado, sem dúvida, não hesitaria em optar pelo segundo. E justificaria sua escolha discorrendo sobre aromas, frutas sumarentas, travos exóticos, tudo recheado de exclamações e reticências.
Talvez essa seja uma maneira apropriada de se falar de Vera — Manhães ou Pitanga? atriz, bailarina, cantora e manequim, tendo conquistado em todas essas atividades o privilégio de poder colocar antes de cada uma o adjetivo "famosa". Dirão os cariocas que ela é do Rio, pois já mora há seis anos lá. Mas os paulistas reivindicam Vera: afinal, ela nasceu foi em São Paulo, Capital, tendo sido criada no bairro tipicamente paulistano do Ibirapuera. O caso é que Vera Lúcia Manhães, 25 anos, casou-se com o ator de cinema, TV e teatro, Antônio Pitanga, no ano em que foi para o Rio, transformando-se em Vera Pitanga.
"QUER SER RECONHECIDA, AMADA E MUITO QUERIDA". ISTO É, COMO ATRIZ...
Esclarecido o mistério, Vera conta que já fez cinema, desde a chanchada (atenção, "não faço pornô") O Barão Otelo no Barato dos Milhões até o bem-comportado A Moreninha, passando pelo filme feito no Brasil pelo francês Jean-Claude Brialy, Um Animal Dotado de Desrazão.
Do cinema à televisão: novelas como Ovelha Negra, Jerônimo, O Herói do Sertão, O Bofe, O Cafona e Bandeira Dois. No teatro, fez Os Autos Sacramentais, do dramaturgo espanhol Calderón de la Barca, com direção de Victor Garcia, numa temporada por vários países da Europa. Além disso, ainda participou de shows como Unidos de Pujol, onde cantava e dançava, e O Rio Amanheceu Cantando, junto com Elizete Cardoso, o conjunto MPB-4 e o Quarteto em Cy. Foi vedete do show Brazil Export, ao lado dos bailarinos americanos Lennie Dale e Jo-Jo Smith. Como se não bastasse, ainda foi manequim de Courrèges, no Brasil.
Vera morou seis meses na Europa, quando fez parte do grupo de teatro que Ruth Escobar liderou, com o espetáculo Os Autos Sacramentais. Além de atriz, ela foi modelo em Paris, durante três meses. Para ter toda essa forma que vocês estão vendo, Vera dança muito: ela ensina dança moderna e aprende balé clássico com Tatiana Leskova (há sete anos) e moderno com Vilma Vermont.
"OS HOMENS QUEREM TER ONDE SEGURAR. CHEGOU O FIM DAS ESQUELETICAS VIVA AS CHEINHAS!"
Talvez por ter feito tanta coisa em tantos setores, Vera costuma se esquecer de alguns detalhes entre esses fatos, tendo que ser ajudada pelo marido, que põe ordem na distração dela. Pitanga, por sua vez, afirma categórico que o fato da mulher fotografar para Homem não tem qualquer problema, "é apenas um dado na carreira de Vera", e ele dá toda a forca para que essa carreira seja bem sucedida. Suas interferências são palpites e sugestões, como aconteceu há pouco quando Vera recebeu um convite para trabalhar nua numa peça, sendo necessário um teste.
Ele não concordou, por achar que "ela já é muito conhecida e não tem cabimento se pedir isso a uma atriz experiente".
CONFESSA QUE É PREGUIÇOSA, NÃO GOSTA DE COZINHAR. MAS FAZ ALGUMA DIFERENÇA?
Pitanga e Vera há algum tempo eram o que se podia chamar de "casal-badalação" no Rio: não havia festa, bar da moda ou restaurante em que eles não aparecessem. Agora, estão numa fase muito caseira; ela dorme até muito tarde, é preguiçosa e nem gosta de cozinhar.
Moram num tranqüilo apartamento numa calma rua do Leblon, mas Vera sonha com uma casa, talvez não tão calma, já que nos seu planos também estão uns três filhos.
Vera é vidrada em praia e, mal aparece um sol melhor, ela pode ser encontrada na praia em frente Montenegro. Na praia, uma de suas preferências é ficar vendo o surf, que acha "um esporte lindíssimo" e ficar conversando com as cocotas e gatões, na opinião de Vera, "uma gente muito saudável".
Uma declaração exemplar que merece ser divulgada: "Adoro homem. Eu sou muito fêmea. Acho que é maravilhoso agradar ao homem que a gente curte". Atenção! Vera tem uma queixa a fazer sobre o homem brasileiro (alguns, talvez): "Ele ainda é muito criação, imaturo, com uma mania exagerada de bancar o machão".
PRODUÇÃO VANDA CARRILHO
Vi ela atuando no filme ''A Moreninha''.