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LUMA DE OLIVEIRA | MAIO, 2001


É impossível falar dela e não lembrar da PLAYBOY. Afinal, foram seis ensaios, um superpôster, cinco capas regulares, uma capa especial. Uma história que percorreu duas décadas, começando em agosto de 1985 e tendo como ensaio mais recente a matéria de janeiro de 2005

Mito, Mulher da Década, Musa do Carnaval, Miss Playboy Internacional, Deusa da Luxúria, Nossa Estrela Maior. Em maio de 2001, de volta às páginas da PLAYBOY, em uma edição repleta de polêmicas.


A história começa em maio de 1999. Luma foi a escolhida para estampar a Edição Especial do Milênio, janeiro de 2000. As negociações correram e o contrato foi assinado em agosto de 1999. Foi o estopim de uma crise em seu casamento com o empresário Eike Batista. Após muitas conversas entre o casal, o contrato com a revista foi rescindido e Eike pôde respirar tranquilo, após pagar a multa de 20% do valor do cachê, de estimados R$ 1 milhão.


Mas a tranquilidade do lar da família Batista durou pouco. Numa noite do fim de fevereiro de 2001, Luma, vestindo um sensual conjunto de lingerie azul e sandálias de salto alto, adentrou o quarto pintado em tons pastel e com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio de Janeiro. Diante do marido, cruzou as pernas e lançou a pergunta: "Eike, eu estou bem?" Com entusiasmo, ele respondeu: "Bem? Você está ótima". Era a deixa para Luma comunicar que estava sendo novamente cortejada pela PLAYBOY.


Contrariado, Eike tentou demovê-la da ideia. Passou alguns dias sem trocar uma palavra com a modelo. Depois abriu a guarda e, cheio de carinhos, começou a agradá-la com chocolates e outros doces. Luma sabia que era uma estratégia para fazê-la engordar. Por fim, a cartada final: ofereceu o dobro do valor que Luma receberia da revista para que ela encerrasse de vez as negociações com a PLAYBOY.


"Ele não gostou nem um pouco. Disse que eu tinha dois motivos para posar: dinheiro e vontade. O dinheiro ele cobria, mas não tem quantia que pague a minha vontade".

Luma queria voltar. E assim foi. Contrato assinado. Não tem volta. Depois de 11 anos, Luma e seus 1,74 de altura, 58 kg, 96 de quadril, 67 cintura e 90 de busto finalmente voltaria à PLAYBOY.


Carnaval de 2001. Luma era madrinha de bateria da Escola de Samba Viradouro, que tinha como enredo ‘Os Sete Pecados Capitais’. Sua fantasia representava o terceiro pecado, a Luxúria. E esse foi o tema que ela escolheu para seu quarto ensaio na PLAYBOY. “É meu maior pecado, que traduzo como alegria, encantamento e sedução.” A fantasia usada no Carnaval, a pedido de Luma, estaria presente em um dos cliques, onde ela aparece nua, usando apenas os adereços carnavalescos e acompanhada dos 19 (sortudos) ritmistas da Viradouro.



O ensaio de 22 páginas, a cargo de J.R Duran, tem algumas características únicas. A primeira delas, o filtro de contraste amarelado, causou estranheza. Outra propriedade que apareceu somente nesse ensaio foi a disposição horizontal de todas as fotos, e que também foi muito criticada. Mas foram pequenos tropeços em uma matéria inesquecível.


As fotos foram feitas duas semanas após o Carnaval, em uma mansão no Jardim Botânico e em uma boate localizada em Copacabana. E é definido pela modelo como o seu primeiro ensaio de gente grande: "Nos anteriores eu aparecia na praia, de pé no chão. Neste fui clicada como um mulherão, de unhas e batom vermelhos”.



Apesar de a Luxúria ser a tônica do ensaio, os outros pecados também foram representados em imagens e textos que exaltaram a beleza de Luma. Eram os pecados que ela despertaria no leitor.


“Origem da GULA, fruto proibido no jardim das delícias, sublime banquete de formas”. Luma na cozinha, usando apenas uma blusa preta e nada mais. Recostava-se na geladeira, depois a abria, apreciava as guloseimas, debruçava-se sobre o fogão. Desperta o apetite.

“Única consequência da AVAREZA dos deuses. Protegida do Olimpo, dona de todas as belezas”. Agora totalmente nua, cercada por paredes de blocos de vidro. Quem a tem, não pretende dividir.

“Turbilhão de impulsos. Despertar de IRA entre as iguais. Iguais?” Solta, impecável, escultural, linda aos 36 anos, Luma se destaca em meio aos luxuosos cômodos. Todas as mulheres duvidam que ela seja real...

“Tentação passível de INVEJA. Atrai olhares ávidos e febris e ela, indiferente a tudo. Absoluta”. Por que Luma atrai tantos homens? Seriam o sorriso inebriante, os belos seios, as curvas mais que perfeitas? Apenas ela conhece o segredo que faz Luma ser Luma.

“Descanso aos olhos, suave PREGUIÇA à imaginação já satisfeita, extasiada com a visão”. Deitada num divã, Luma vislumbra o horizonte distante. E nós perdemos a vontade de fazer qualquer outra coisa a não ser contemplá-la.

“Riqueza da espécie, ORGULHO dos homens, alquimia dos desejos masculinos”. Luma sabe que é desejada. Sua vaidade a trouxe à PLAYBOY. Suas joias pessoais, presentes recebidos em dez anos de casamento, são exibidas no ensaio.


Como Narciso, Luma faz das águas o espelho que reflete sua beleza. E nós nos apaixonamos por ela.


E o maridão ciumento? Ainda teria algumas dores de cabeça por causa da PLAYBOY.  Logo após o lançamento da revista, o site Mercado Livre colocou à venda um par de sandálias e um conjunto de calcinha e sutiã de paetês, usados por Luma no ensaio. O leilão de peças usadas pelas modelos era uma tradição da PLAYBOY. A confusão estava feita. Luma não gostou da ideia de ter suas peças íntimas nas mãos de um estranho. Eike tentou arrematar as peças, mas os lances haviam sido encerrados. 


Por R$ 7.000, um comprador anônimo levou os objetos. Ao saber que o valor arrecadado seria doado à APAE de Búzios (RJ), ele dobrou o valor e assinou um cheque de R$ 14.000. A ação chamou a atenção da produção do Domingão do Faustão, que convidou o vencedor dos lances a receber o kit das mãos da própria Luma, no palco do programa. Ela e Eike aceitaram participar do dominical da Rede Globo, no intuito de recomprar as peças antes de entregá-las. Mas aí veio a surpresa: o vencedor anônimo era Oscar Maroni Filho, empresário do ramo do entretenimento adulto e diretor da edição brasileira da revista Penthouse, rival da PLAYBOY. Maroni, numa jogada de mestre, divulgou ao vivo sua revista para 40 milhões de telespectadores. E nem cogitou devolver as peças para Luma.


Dias depois, a calcinha de Luma foi destaque mais uma vez, dessa vez na festa de lançamento da revista. Ela costurou um broche de ouro e 35 corações de brilhantes formando as iniciais 'EB' – do marido, Eike Batista – na lateral da calcinha, devidamente revelada por uma fenda até a cintura do vestido vermelho. Fala a verdade, Eike, valeu ou não a pena?



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