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1042 itens encontrados para ""

  • N.º 125 DEZEMBRO DE 1985: CLÁUDIA EGITO

    DESEJOS E PRAZERES MULHER BONITA A primeira revelação do concurso Musa do Verão 86 Cláudia Egito, uma superdescoberta carioca, mostra por que mereceu a indicação de Musa Revelação Madonna A rainha do rock retorna às páginas de PLAYBOY em novas fotos da série exclusiva que sacudiu seus fãs no mundo todo A garota do outdoor Alice de Carli, a dona dos generosos quadris do anúncio das calcinhas Hope em Asa Branca, revela o que há por baixo da lingerie As gatas de Jô Soares Um desfile de quatro das mais belas mulheres de "Viva o Gordo" PAQUERA A noite é dos lobos A escuridão cai sobre a cidade e uma necessidade quase biológica se instala nos homens — é hora de os lobos atacarem VIAGEM O roteiro de vinte das praias mais gostosas do país São os lugares mais exclusivos para você e ela curtirem suas fantasias HUMOR Respeito com ele! Luís Fernando Veríssimo e os apelidos usados para chamar o "músculo do amor" O Analista de Bagé Num acesso de ciúme na praia "O Planeta Diário" Um trailer da próxima edição da publicação mais irreverente do país As Piadas de Playboy FICÇÃO Resgate do Halley Jorge Luiz Calife relata, numa aventura espacial, uma missão especial para salvar o cometa em perigo DOCE VIDA Isabel Stasiak e o clip "A Nova Mulher"; Transas; Enriqueça seu Vocabulário Panteras, gatas & coelhinhas As dicas dos pontos por onde circulam as panteras superbronzeadas na temporada das emoções escaldantes Música O que há de novo em discos e um passeio pelos ouvidos de Tetê Espíndola Vídeo TV, histórias e tendências, por Walter Clark Cinema Os filmes da temporada, com dicas e cotações, por Ivan Isola Leitura Comentários, entrevistas e livros, na página de Fernando Moreira Salles PODER E FAMA ENTREVISTA Dias Gomes No auge do sucesso de "Roque Santeiro", seu autor se abre e fala de política, televisão, sexo, da namorada 36 anos mais nova, da descoberta de seu "lado feminino" e sua volta à boemia Patrícia Pillar 20 perguntas para a sensual Linda Bastos da novela das 8 BASTIDORES As henas incríveis de "O Beijo da Mulher Aranha" que não irão às telas REPORTAGEM Elba a mil Muita grana, pouca roupa, alegria contagiante e puro fogo numa turnê eletrizante de Elba Ramalho CLICK Flagrantes indiscretos de gente famosa PRIMEIRA PESSOA DEPOIMENTO O filho de Ronald Reagan e o diário de bordo de sua viagem à União Soviética A SEU SERVIÇO SEÇÕES Entre Nós Caro Playboy Assessoria Mulheres Dicas para os homens curtirem melhor o verão e suas bronzeadas surpresas, por Belisa Ribeiro Homens A resposta à acusação de que os homens são insensíveis no amor, por Asa Baber Zoom Como não fazer de suas férias um suplício, por José Antônio Pinheiro Machado Os Baratos de Verão Uma seleção de idéias e descobertas para transar melhor a nova estação Moda Tecidos mais leves, cores alegres e um corte mais solto para a sua roupa EM CENA Show Room Uma novidade para receber — e dar — telefonemas mesmo que você não esteja no escritório, no carro ou em casa

  • N.º 124 NOVEMBRO DE 1985: MÁRCIA DORNELLES

    DESEJOS E PRAZERES MULHER BONITA Os primeiros jogos eróticos Um delicado ensaio sobre a iniciação de duas ninfetas nos mistérios do erotismo O charme indiscreto dos vestidos transparentes Neste verão elas vão animar as festas que vêm por aí com roupas cada vez mais sedutoras Ela tem nome de Leão mas é uma pantera Márcia Dornelles não sonega aqui nem um detalhe de sua exuberante pessoa física A garota que domou Mick Jagger A supermodelo Jerry Hall mostra por que enfeitiçou o líder dos Rolling Stones CAMA O que elas dizem no instante do orgasmo O acadêmico Antônio Houaiss comenta e doze mulheres especiais revelam esse segredo O MAPA DA MINA Os 20 bares onde elas vão Os melhores lugares para beber e ver as gatinhas nas sete principais cidades do Brasil COMIDA Na virada do ano, a surpresa de uma ceia a dois Antes de tudo, o charme de um jantar a sós, preparado pelo melhor chef da cidade VIAGEM O sonho de uma ilha deserta, com ela, champanhe e caviar Com a hospedagem num hotel em Petit Saint Vincent, no Caribe, você ganha o direito de passar um dia numa ilha deserta CINEMA Sexo em 85 As mulheres voltaram a brilhar nas telas, encantadoras e nuas, deixando para trás os monstrinhos assexuados HUMOR Do diário sentimental de Rambo Reflexões íntimas do herói da era Reagan O Analista de Bagé Nosso herói pouco à vontade numa festa de fim de ano Um trailer de "O Planeta Diário" As piadas de Playboy FICÇÃO Milan Kundera Um conto erótico do autor de "A Insustentável Leveza do Ser" DOCE VIDA Nossas estrelas viram cometas As garotas de PLAYBOY vão longe; Transas; Teste seu vocabulário Música Fagner, Camisa de Vênus, Ritchie: o que há de novo em discos Vídeo A TV, histórias e tendências, por Walter Clark Cinema Os filmes da temporada, com dicas e cotações, por Ivan Isola Leitura Comentários, entrevistas e livros, na edição de Fernando Moreira Salles Insiders Dicas sobre Rio, São Paulo e as grandes cidades do mundo, por gente que sabe das coisas PODER E FAMA ENTREVISTA Bruna Lombardi Uma de nossas mais lindas e desejadas mulheres falando de sua beleza, de sua poesia, de fidelidade conjugal e de seu sucesso nesta temporada no teatro e na TV Sting 20 perguntas para o novo herói do rock, que discute seu passado com o Police, o sucesso do Live Aid, fama e mulheres BASTIDORES Ricardo Amaral narra uma eleição muito especial entre belas profissionais, na Côte d'Azur GRANDE HOTEL Maksoud Plaza Histórias íntimas do hotel que hospeda reis e xeques e já abrigou até um harém SUCESSO Ricardo Scalamandré, o novo craque do departamento comercial da Rede Globo CLICK Flagrantes indiscretos de gente famosa PRIMEIRA PESSOA Homens Ferreira Gullar se confessa intrigado com as mulheres que estão cantando os homens A SEU SERVIÇO SEÇÕES Entre Nós Caro Playboy Assessoria Os conselhos de PLAYBOY Zoom A arte de dar gorjeta, por José Antônio Pinheiro Machado Mulheres O fascínio — e o perigo — das festas de réveillon, por Belisa Ribeiro FESTAS Presentes que são um prazer para dar ou receber Para o bar, a sala ou o corpo, dicas para aumentar a curtição das festas EM CENA Show Room Objetos que facilitam a vida do homem Moda Nas festas, roupa branca para dar sorte

  • N.º 112 NOVEMBRO DE 1984: CHRISTIANE TORLONI

    ENTREVISTA Paul e Linda McCartney O ex-Beatle e a mulher falam sobre John Lennon, drogas e a intimidade da maior de todas as bandas musicais (Ver a entrevista) Eid Walesco "20 Perguntas" respondidas pelo mago do videoclip sobre seus contatos com astros como Julio Iglesias REPORTAGEM Campanha Presidencial Um repórter nos bastidores das máquinas eleitorais de Maluf e Tancredo FICÇÃO Os Mafiosos Mario Puzo, autor de "O Poderoso Chefão", num trecho tenso de seu novo livro, "O Siciliano" SERVIÇO Presentes 15 sugestões para curtir com ela Moda A roupa certa para as noites de festa Ceia a dois José Hugo Celidônio dá a receita para você surpreendê-la no réveillon MULHER Christiane Torloni A nudez gloriosa da musa das diretas, a Mulher do Ano (Ver o ensaio) A garota do príncipe Veja por que o príncipe Alberto, de Mônaco, não resistiu a Patrizia A garota do poster Deborah está conquistando Nova York. Com classe e sensualidade. Mia A francesinha que trocou as p4ssarelas pelo sol do Indico e chegou ao cinema ARTIGO Michael Jackson Trechos inéditos de depoimentos da estrela do break sobre sua vida íntima Conversas na cama 10 perguntas que acabam com o barato de qualquer transa HUMOR Luís F. Veríssimo Mostra como seriam algumas mensagens de boas-festas, se fossem sinceras Mineirinho No Ceará, com uma jangada muito especial O Analista de Bagé E o caso de um cidadão que teme o governo Maluf Celebridades Um jogo para conferir e apostar em quem está brilhando no momento F&M Um novo estilo de executivo ESPECIAL Guia do Dinheiro Tudo o que você precisa saber sobre os mercados de ações, artes, papéis e ouro SEÇÕES Entre nós Caro Playboy Assessoria Em busca do orgasmo e fantasias eróticas Doce Vida Bel, a Craque do Ano; a gíria de hoje; mulheres que querem conhecer você; a fotógrafa de mulheres casadas; música e as dicas de Ana Maria Tornaghi As Coelhinhas Alcione Mazzeo, Nice Meirelles e outras revelam o melhor que um homem deve fazer com elas Click Flagrantes pouco discretos de gente famosa Piadas

  • N.º 88 NOVEMBRO DE 1982: CLÁUDIA REY

    Mulher Surpresa, a colunável carioca Noelza Guimarães Ensaio: Chega mais! Poster: Cláudia Rey As estrelas sexy de 82 Artigo O homem perfeito — Erica Jong As novidades eletrônicas — Ethevaldo Siqueira Especial As lições do amigo — Carlos D. de Andrade Entrevista Playboy entrevista Delfim Netto Ficção 2010, A Odisséia Dois — Arthur Clarke Humor O dia em que o Senhor — Tony Hendra e Sean Kelly Mineirinho, o comequieto — Ziraldo As piadas de Playboy Reportagem O golpe do dólar furado — Marco A. Montandon Os bastidores do disco — Vitu do Carmo Serviço Voar domando as ondas — Klaus Mitteldorf Moda: Noites Brilhantes — Carlos A. Fernandes Presentes que você merece — Carlos A. Fernandes Teste O álbum de escola das celebridades Dicas de Playboy Receitas para uma ceia fácil e gostosa Moda para a formatura Doce Vida Transas Música Agenda Seções Entre Nós Assessoria Homens Converse com as coelhinhas Bazar 5 minutos com Franco Montoro

  • N.º 77 DEZEMBRO DE 1981: MARIA CLÁUDIA

    Mulher As mulheres mais sensuais do mundo Poster: Fabiana, a suave graça de Minas Alice Pink Pank Maria Cláudia (Ver o ensaio) Entrevista Playboy entrevista Zózimo Barrozo do Amaral Reportagem Os 403 dias que abalaram um império — S. Stefani Mas que escocês é este?! — Alexandre Machado As saídas para ganhar mais dinheiro — Wilson Palhares Serviço Em cada bar uma festa — Suzana Junqueira Presentes em todos os sentidos Maiôs: Para o sol do ano novo — Leopoldo Amorim Pesquisa Você sabe tudo mesmo sobre o clitóris — Shere Hite Ficção Anselmo — Aluísio Azevedo Sexo na suíte presidencial — Alfredo Sirkis Música New Wave — Ruy Castro e Mônica Figueiredo Artigo Atlanta — James Baldwin Humor Acontece cada uma no elevador — L. F. Veríssimo Sexo em Exu é fogo, ó xente! — Ruy Castro Mineirinho, o comequieto — Ziraldo As piadas de Playboy Especial Ganhe um cartão do Hippopotamus Doce vida Especial Comportamento Seções Entre nós Caro Playboy Converse com as coelhinhas Dicas de Playboy 5 minutos com John K. Galbraith — Warren Kalbacker

  • N.º 76 NOVEMBRO DE 1981: LUCÉLIA SANTOS

    Mulher Cinema: Lucélia Santos em "Luz del Fuego" (Ver o ensaio) Reportagem: O verdadeiro paraíso socialista Poster: Esta garota é um desafio Reportagem: Sexcinema 1981 Entrevista Playboy entrevista Oriana Fallaci Reportagem A guerra feroz dos cursinhos — Alexandre Machado Uma noite no mundo das massagens — R. Fernandes Um novo Vietnam em El Salvador? — Christopher Dickey Zás! E o seu carro se transforma Serviço Bebida: Dry Martini — Leopoldo Amorim Moda: Um verão colorido — Leopoldo Amorim Ficção Do arco da velha — Fernando Sabino Humor Mineirinho, o comequieto — Ziraldo As piadas de Playboy Espetáculo Heleno de Freitas — Miguel Paiva e Zé Rodrix Doce vida Bares Noite Restaurantes Viagem Romance Transas Esportes Dicas de Playboy Vídeo-cassete Discos Cinema Moda Livros Seções Entre nós Caro Playboy Assessoria Mundo de Playboy Converse com as coelhinhas Bazar

  • AS FOTOS PROIBIDAS DE XUXA

    Histórias de Playboy O dia em que Pelé foi, pessoalmente, recolher todas as fotos de Xuxa nua De repente, ali estava ele: o sorriso planetariamente conhecido, o topete típico, inimitável, metido dentro de um estranho traje entre o terno e um conjunto esportivo, com calças e uma espécie de paletó ou casaco sem gola e do mesmo material: couro macio azul. No mais, uma camiseta cinza-clara também sem gola, sapatos pretos reluzentes, um relógio vistoso no pulso esquerdo. O Rei, o Atleta do Século, o mago, o mito. O homem mais famoso do mundo, Pelé, acabara de chegar a uma sala no 6º andar da na época sede da Editora Abril, na Avenida Marginal do Tietê, em São Paulo, naquela tarde de um dia de um determinado mês, provavelmente maio, de 1985. Celebridades eram rotina naquele edifício, mas Pelé causou grande alvoroço Naquele edifício era comuníssimo, fazia parte do dia-a-dia o entra-e-sai de celebridades de todos os calibres — governantes, inclusive presidentes, líderes políticos, ídolos do esporte, estrelas da TV e da música popular, modelos de sucesso –, para realizar visitas de cortesia, conceder entrevistas, tirar fotos ou almoçar com jornalistas ou diretores da empresa no restaurante do chamado Roof, um espaço ajardinado situado na cobertura que incluía um heliporto. Mesmo assim, tratava-se de Pelé, s sua chegada provocou grande alvoroço. Corre-corre na chegada, gritinhos, pedidos de autógrafo, uma atmosfera que incluiu até as secretárias, algumas venerandas, do Sexto Andar — o andar abaixo do da redação de VEJA e onde se instalava a diretoria, e cuja numeração ordinal designava, na gíria interna da Abril, o poder na empresa. “O Sexto Andar vai gostar desta capa”, dizia-se. “O Sexto Andar ainda não decidiu pelo lançamento da revista tal”. E por aí vai. A missão do Rei: recolher todas as fotos de Xuxa nua Pelé abrira espaço na sua movimentadíssima agenda para uma missão de caráter pessoal: recolher, ele mesmo, todos os cromos (slides) e negativos de todas as fotos em que Maria da Graça Meneghel, a Xuxa, namorada do Rei desde 1981, aparecia nua nas páginas de PLAYBOY. Xuxa, àquela altura, ultrapassara de longe a categoria de estrelinha em busca de popularidade, que exibia o corpo no Carnaval e surgia seminua ou despida em revistas, e se consolidava havia dois anos na TV como a apresentadora de programas infantis que se tornaria a “Rainha dos Baixinhos”. Preocupada com sua nova imagem, Xuxa, que posara nua em cinco oportunidades para uma concorrente de PLAYBOY de circulação menor, a extinta Ele & Ela, da Bloch Editores, não queria deixar rastros dessa fase de sua vida. Pelo que entendi da conversa, as fotos da revista dos Bloch já haviam retornado a suas mãos, já que ela era a grande atração da também já extinta Rede Manchete de Televisão, do mesmo grupo. (Xuxa iria se transferir no ano seguinte, 1986, para a Globo, onde trabalha até hoje. No mesmo ano terminaria seu longo caso com Pelé). A apresentadora ainda tomaria medidas polêmicas nessa refeitura de imagem, que incluíram a apreensão, graças a uma medida judicial, de todas as cópias em vídeo e VHS do filme Amor Estranho Amor (1982), do respeitado cineasta Walter Hugo Khouri, no qual sua personagem não apenas aparecia nua como introduzia um menino de 12 anos no mundo sexo. Os advogados de Xuxa argumentaram, com sucesso, que o contrato para o filme não previa versão para vídeo ou VHS. Xuxa viu-se muito criticada uma vez que, não mais sendo reprisado no cinema, e raríssimas vezes na TV — hoje em dia, certamente não na Globo –, o filme praticamente desapareceu da cultura brasileira. Apagar o passado de símbolo sexual A reunião na Editora Abril ia na mesma linha de apagar o passado da estrela como símbolo sexual. E Xuxa jogara pesado: enviara ninguém menos do que Pelé como seu emissário. A reunião fora acertada entre Pelé e o diretor de Redação na época, o quase legendário Mário Escobar de Andrade, que comandou direta ou indiretamente a revista desde pouco tempo após o lançamento, em 1975, até falecer de forma prematura em 1991, quando, sem deixar de supervisionar PLAYBOY, vinha acumulando outras funções. Eu era redator-chefe da revista por ocasião da reunião com o Rei – só muito tempo mais tarde, em 1994, depois de trabalhar em diferentes veículos, inclusive fora da Abril, seria convidado a tornar-me diretor de Redação de PLAYBOY. Naquele 1985, como redator-chefe, supervisava o trabalho de editores e repórteres, cuidava das reportagens, entrevistas, matérias de serviço e de todo o texto, da primeira à última palavra, mas nada tinha a ver com a contratação das garotas de capa nem com os ensaios de mulheres nuas, atribuição de outros colegas e do diretor de Redação. Mesmo assim Mário, por alguma razão, me quis presente à reunião, talvez como testemunha. As redações das revistas mensais da Abril não mais cabiam no edifício da Marginal do Tietê, e a maioria delas, inclusive a de PLAYBOY, localizava-se num prédio no bairro paulistano do Brooklyn. De lá viemos para o encontro. À nossa espera estava o dr. Edgard de Silvio Faria, um dos diretores da Abril, cujas funções incluíam a área jurídica. Depois de atravessar com paciência o torvelinho de assédio a que estava inteiramente acostumado há décadas, o Rei chegou à sala sem assessores ou advogados, acompanhado apenas de seu irmão, Jair Arantes de Nascimento, o Zoca, dois anos mais novo, que funcionava como uma espécie de assessor pessoal. Feitas as apresentações, todos se sentaram e, após alguns minutos de small talk, Mário foi à luta. Na reunião, o irmão de Pelé pingava adoçante no cafezinho do Rei Sempre cativante e diplomático, como de seu feitio, Mário de Andrade começou elogiando Pelé pelo que representava para o Brasil e por sua simplicidade a despeito da fama, agradecendo o fato de ter vindo pessoalmente à Abril. Disse que a devolução das fotos era uma deferência especial a ele, Pelé, e também uma consideração para com Xuxa. Nesse meio tempo, me impressionou o relacionamento de Pelé com o irmão que tentou, sem êxito, ser jogador de futebol profissional pelo mesmo time do Santos. Zoca agia como uma espécie de mordomo de Pelé, que por sua vez se comportava em relação ao irmão como patrão. Se o garçom da Abril servia um café a Pelé, Zoca apressava-se, a um sinal do Atleta do Século, a pingar adoçante na xícara. Confesso que fiquei um tanto chocado com o servilismo de Zoca, e com a naturalidade com que Pelé o encarava. Com a passagem dos anos, Zoca também mudara muito fisicamente, em relação à figura do jogador efêmero de que eu me lembrava. Na juventude, embora não fosse parecido com Pelé, tinha a mesma cor e o mesmo tipo de cabelo do irmão. O Zoca à nossa frente, porém, com um bigodinho fininho, pele bem mais clara e cabelos esticados, lembrava um portorriquenho de filme americano. Lá pelas tantas na conversa, Mário de Andrade introduziu espertamente um tema: PLAYBOY completaria 10 anos de existência no mês de agosto daquele ano. Um perfil de Pelé em Nova York – onde ele vivia a maior parte do tempo, como executivo da Warner Communications – seria perfeito para a edição especial planejada. Pelé não poderia, em troca da gentileza da devolução das fotos (algumas, por contrato, ainda poderiam ser publicadas), atender com especial atenção a um jornalista da publicação, “abrindo” sua vida de maneira mais livre do que costumava fazer com jornalistas? Pelé aceita abrir sua vida para o editor Nirlando Beirão Pelé topou na hora e Mário, rápido, já indicou quem iria procurá-lo: o editor Nirlando Beirão que, além de ser um dos melhores jornalistas do país já na época, era (e é) um gentleman impecável, diante de cuja inteligência, simpatia e magnetismo pessoal os entrevistados não costumavam resistir. O dr. Edgard, que pouco interveio durante o encontro porque, experiente, percebeu que as coisas andavam bem, diante do acerto amigável estendeu a Pelé minutas de contrato previamente preparadas para sacramentar a devolução das fotos, pelas quais o Rei se tornou responsável. Mário passou a Pelé um envelope com as fotos de Xuxa. Não era tanto material como muita gente poderia imaginar. Xuxa, na verdade, protagonizou apenas um único ensaio para PLAYBOY, publicado em dezembro de 1982, e ao lado da irmã Maruska. As chamadas de capa falavam em “Segredo de família” e “As fotos que Pelé quase proibiu”. Fotos desse ensaio, algumas inéditas, seriam depois republicadas, em diferentes edições. A última de todas seria um pôster na edição de 10º aniversário, concessão que Mário obteve de Pelé no finzinho da reunião. O que ocorreria é que PLAYBOY, aproveitando a capa com Xuxa e a irmã, acabou explorando o “veio Xuxa” a partir de então. Vieram, em consequência, capas com a hoje atriz Luciana Vendramini (uma das “xuxetes”, denominação que precedeu a das “paquitas”), em dezembro de 1987, com Andréa Veiga (paquita), em setembro de 1988, com Regina Meneghel (cunhada de Xuxa), em maio de 1989, com Deborah Meneghel (prima), em outubro de 1989, com Ângela Matos (secretária e irmã de sua então empresária Marlene Mattos), em abril de 1991, e com a também xuxete Shirley Miranda, em julho de 1992. Em minha gestão, fizemos uma capa com a ex-paquita Andréa “Sorvetão”, em dezembro de 1995. (Eu não conseguiria recuperar a trajetória de Xuxa na revista, nem as de estrelas de capa a ela ligadas, se não fosse o auxílio do Romário de Oliveira, o maior fã de PLAYBOY que já conheci, e que trabalhou no atendimento ao leitor da revista — e na descoberta de garotas para posar — de 1990 a 1998. Romário é um arquivo vivo de PLAYBOY, a quem agradeço aqui pela colaboração). A reunião toda entre Pelé, Mário de Andrade e Edgard de Silvio Faria, presenciada por mim e por Zoca, não durou uma hora. Mário, por via das dúvidas, anotou todos os telefones de Pelé para passar a Nirlando. Feitas as despedidas, Mário e eu, em meio a novo alarido pelos corredores da Abril, acompanhamos Pelé até o térreo, onde um carro com motorista o esperava. Pelé em Nova York: um belo apartamento, casa em meio a milionários, um Cadillac com motorista, amigo de Robert Redford e Muhammad Ali O resultado da negociação, para PLAYBOY, seria um perfil espetacular publicado na edição de 10º aniversário, em agosto de 1985, escrito por Nirlando Beirão sob o título “A Vida do Rei em Nova York”. Ricardo Setti. Advogado e jornalista, atuou nas mais importantes redações do Brasil. Considerado o melhor diretor de redação (1994 a 1999) da história da PLAYBOY, foi redator-chefe entre 1985 e 1986. Este texto foi publicado originalmente em seu site pessoal.

  • PELÉ

    Perfil A vida do Rei em Nova York Pelé, seus milhões de dólares, sua cama cobiçada e o que ninguém nunca contou de suas aventuras no jet-set. Perfil NIRLANDO BEIRÃO (*) "Um dia desses, descendo para almoçar, acho que no Charley O's da rua 48, com o Robert Redford, estávamos eu e ele na rua, e ele, de repente, espantado, me disse: Fuck, man, how popular you are! Também pudera: eu já tinha dado uns dez autógrafos e ele, o Robert Redford, nenhum." Fuck man, popular é pouco. Raros personagens poderiam ter uma história sobre eles começarem assim: "Um dia, eu e o Robert Redford..." O ator é amigo, vizinho de escritório, mesmo prédio, mesmo andar. Mas o nosso personagem surpreende. É capaz de passear meio casualmente com uma dezena do outras cintilantes celebridades, no curto espaço de uma conversa de fim de tarde. Assim: "A Jackie Kennedy me cumprimentou, e na mesma hora senti aqueles olhares em volta, como se o personagem estivesse pensando: 'Pô, o crioulo está com tudo', e eu lá, pensando, 'Ela nem é bonita, não dá tesão'". "Estraçalhei o Spielberg numa partida de tênis em East Hampton. Ele não acerta uma bola..." "O Beckenbauer, quando vem a Nova York, fica comigo, o Bobby Moore também." "Aí, a Régine Choukroun me ligou: 'Sem você, não tem festa, nem abro a casa'." "Aprendi a esquiar com o Bjorn Borg, aquela vez, na Suíça..." "O Andy Warhol, quando fez meu retrato, me disse que eu era a única celebridade que, em vez de durar 15 minutos, duraria 15 séculos." Histórias desse calibre, para contar, histórias de embasbacar, ele tem centenas. De algumas, ele se orgulha. De outras, porém, modestamente se vexa, como se o incomodassem, ainda hoje, as luzes da ribalta. Esta é das de orgulhar: "Sabe que os Kennedy me ligaram, hoje, pedindo para eu ir até Dublin, Ireland [em inglês], com eles, o Ted, a Eunice, eles todos, uma festa da família, parece — para eu dar uma forcinha, sabe? Mandei dizer, pela Kelly, minha filha: Vamos ver, depende das datas. Só vou se não for politicagem. Apoio político, eu não dou". Como a quermesse irlandesa da família Kennedy estava prevista para meados de agosto e como, em meados de agosto, nosso personagem e um seleto elenco de acompanhantes escolhidos a dedo estariam desfrutando, a 500 dólares por cabeça, só em hospedagem, num condomínio fechado de Marbella, na Costa do Sol espanhola, das delícias da alta estação, era bastante improvável que Ted, Eunice e todos eles viessem a contar com a ilustre companhia de nosso personagem, apesar da torcida de Kelly Cristina, sua filha e secretária. Escutem esta outra história, envolta em vapores orientais de mil e uma noites, na verdade a tradução de uma conversa travada, ao telefone, num inglês bastante razoável, numa tarde outonal do Rio de Janeiro, com alguém que, do outro lado, se identificava como ninguém menos do que Sua Alteza Real, o xeque Ahmed Abdulah Eid, from Jedah, Arábia Saudita, um dos donos do Al-Ah-li, o time de Telê Santana: "Estou aqui cercado de garotas de Ipanema", brinca Pelé. "Sei que você também gosta, não é, Ahmed?" Ahmed é um riquíssimo xeque árabe "Alô, Ahmed... Bom gosto, né? Estou aqui cercado de garotas de Ipanema, girls from Ipanema... Ha, ha, ha... E, eu sei que você também é chegado, príncipe... Ha, ha, ha... Claro que vou. Já tem data certa?... O Alfredo saiu, está no escritório do centro, downtown, se você quiser eu dou o número... Olha, fora o que for acertado entre vocês e o Telê, eu vou, faço questão... Hum-hum... Nice to talk to you... Thank you. Bye". PELÉ DIZ: "ELE, O PELÉ..." Aparentemente, o príncipe Ahmed teve a precaução de evitar que a data de inauguração do novo estádio de futebol de Jedah coincidisse com o pique da saison em Marbella. São histórias realmente acontecidas, extraídas de algumas horas de conversa, em Nova York e no Rio, das quais você pode sair convencido do que for, menos, paradoxalmente, que o personagem é um deslumbrado. As histórias são banalidades para ele, uma celebridade, o Cinderelo da mass-midia mundial, o brasileiro — e talvez o homem — mais famoso do planeta, esportista do século, eleito por jornalistas de todo o mundo, estrela em Pequim, onde a criançada, como nos bons tempos do maoísmo, se aglomerou na porta do hotel, gritando "Pili, Pili", ou em Biafra, na África, onde a guerrilha parou certo dia, na década de 60, para que todos, rebeldes e regulares, numa pausa bíblica, pudessem ver o craque desfilar seu talento com uma bola nos pés. Se dependesse dele e de sua modéstia, tombada e preservada por uma espécie de patrimônio ético que resiste às cintilações mundanas e às afetações pessoais que o envolvem, tentadoramente, seria talvez conveniente recomeçar esta narrativa de uma forma, digamos, mais prosaica, na intimidade doméstica de um prédio de apartamentos da rua 54 com Segunda Avenida, em Nova York: "Aí, eu desci no elevador até o basement, com uma trouxa de roupa, você sabe, cuecas, meias, roupas de criança... Botei tudo na máquina, enfiei as moedas de quarter dollar e a máquina começou a sacudir. Ouvi, num canto, duas vizinhas sussurrando: Looks like Pelei. Mas it's impossible, continuaram elas. Pelei não iria lavar sua própria roupa suja". No fundo, tinham razão, as bisbilhoteiras. Pelei, ou Pelé, não lava suas cuecas. Existem dois personagens relativamente autônomos: um, o Pelei, ou Pelé, a quem ele próprio se refere, com a necessária cerimônia, na terceira pessoa do singular — ele, o Pelé, a criatura famosa, aquele outro lá, distante, como se fosse um display de papelão, uma frase em neon, uma fachada promocional, um produto, enfim, reluzente, cosmopolita, que as vizinhas estranham poder estar ali, num prédio pouco principesco do Midtown; e há o outro, que é quem desce o elevador, carregando a trouxa de roupa, e vai pachorrentamente lavar as cuecas. Quem lava as cuecas é o Edson Arantes do Nascimento, ou o Dico, como têm licença para chamá-lo uma meia dúzia de amigos muito íntimos: um crioulo meio chorão, que adora ficar em casa paparicando os três filhos; que eventualmente mora em Manhattan, o endereço mais chique do universo, mas que tem seu coração provinciano passeando a milhares de quilômetros dali, em Bauru, no Grajaú, na favela do Pavãozinho ou na Ponta da Praia em Santos; o Dico que deixa para cortar cabelo a 12 mil cruzeiros, com o Didi, numa barbearia de uma cadeira só e mesa de fórmica lascada, na Vila Belmiro, em Santos, e que, embora seja sempre generoso em gentilezas, raramente é pródigo na gorjeta; que dispensa champanha e caviar em troca do insuperável torresminho com que as mãos mágicas de dona Rute, sua governanta em Santos há 23 anos, contemplam seu paladar; o Edson que tem vergonha de fazer xixi em avião; que é muito namorador mas que, no fundo da alma, ainda sonha com um bom casamento, como o seu primeiro não foi — sólido, fiel, feliz, camarada e duradouro. Eventualmente, com uma Cinderela loura e dois darde-jantes olhos verdes. O Pelé e o Dico não precisam e nunca precisaram de psiquiatra. Eles são um raro exemplo de excelente convivência. Pelé, que ganha no mínimo meio milhão de dólares por ano só em meia dúzia de anúncios, segundo a inconfidência de um amigo, dá boa vida ao Dico, mas é o Dico quem o consola da mineira e permanente desconfiança que o devora por dentro, que é saber se as pessoas gostam de fato do Pelé ou apenas querem se aproveitar dele. Este episódio ajuda a esclarecer onde termina o Pelé e onde começa o Dico: quando se casou, em 1966, com grande estardalhaço, Pelé passou a lua-de-mel na Europa e ganhou audiência particular com o papa Paulo VI. Pelé e sua então mulher, Rose Cholby do Nascimento, estavam impecáveis: ele, de terno e gravata, ela, com um véu negro, como recomendava o protocolo pontificio. Pelé entrou com todas as honras, a Guarda Suíça perfilada. Paulo VI o abraçou e disse: "Meu filho, você está feliz, casou-se, é um campeão, mas não se esqueça que a vida é feita de espinhos, tem altos e baixos". O envaidecido Pelé saiu de cena e o Dico, emocionado, chorou. O PRIMEIRO US$ MILHÃO Pelé é executivo de uma corporação multinacional, a Warner Communications, com dez anos de casa e responsabilidades de globetrotter, Dico é preguiçoso e costuma acordar de madrugada para arriscar um sambinha novo, ao violão. Dico pega um yellow cab na esquina, Pelé desfila num Cadillac preto do ano, com telefone a bordo, presente da empresa. Pelé recebe telefonemas ilustres e internacionais a toda hora, o Dico remancha e diz que não está. Dico é preto, Pelé quase não é. Dico é um solitário de raros amigos, Pelé, um desbravador das noites, das louras vaporosas, dos amores secretos, das incansáveis badalações do jet-set. Nova York desconhece o Dico, ou o Edson. Mas adora o Pelé. Taí o Robert Redford que não deixa mentir. Taí a família Kennedy. Taí o Muhammad Ali. A propósito, foi o mais famoso, o mais tagarela, o mais histriônico, o mais polêmico, o mais admirado boxeur de todos os tempos quem deu o veredito final na involuntária competição em que se meteu com o mais celebrado jogador de futebol da história. Pelé acabava de chegar nos Estados Unidos: 15 de junho de 1975. Aposentado na Seleção, em 1971, no Santos, em 1974, Pelé chegava ao Cosmos para ensinar os americanos a amar o soccer. Perguntaram a Ali quem era o mais famoso, se ele ou se Pelé. Ali resmungou, fingindo aborrecimento: — Ele é mais famoso porque tem mais gente que vê futebol do que boxe. Mas eu sou mais bonito. Ali é outro de quem nosso personagem tem o direito de falar, assim, casualmente: "Uma noite, indo jantar, eu e o Ali..." Hoje, eles se vêem menos. "Ele chorou na minha festa de despedida", diz Pelé. Em compensação, Pelé chora hoje por um amigo que sofre as seqüelas das muitas pancadas que enfrentou, num ringue. "Com ele", diz Pelé, "aprendi uma lição: você tem que parar com o que está fazendo enquanto ainda está por cima. Quando parei com o Cosmos, em outubro de 1977, eu ainda tinha muito fubebol para jogar. O Ali voltou mal, levou muita porrada, ficou assim, com esses tremeliques." Pelé (**) — Não tenho mais tantos negócios como eu tinha há alguns anos atrás, quando tive uma fábrica de fazer borracha, a Fiolax, uma firma de exportação e importação no porto de Santos... Playboy — ... uma firma de material de construção, a Sanitária Santista... Pelé — E, eu não tenho mais. O que eu tenho agora é meu contrato com a Warner, que termina em 1989, mas pode ser renovado. Tenho um escritório que toma conta das minhas publicidades, em Santos, a Pelé Administração, Comércio e Propaganda, sou sócio da Rádio Clube de Santos, meio a meio com o Vasco Faé, ex-presidente do Santos. É o que eu tenho, o que eu faço. Faço cinema, faço publicidade, faço televisão. Playboy — O americano tem uma frase: "difícil é o primeiro milhão de dólares; o segundo, o terceiro, o quarto vêm em seguida" . Quando você chegou ao primeiro milhão de dólares? Pelé — Não tenho idéia. Porque fui comprando imóveis, fui aplicando o dinheiro, tinha minha família que eu cuidava. Todo mundo fala: "Ah, você ganha..." O importante é ver o que você produz, para quantas pessoas você dá oportunidade. Independente da família, que é grande, tem tios em Três Corações, primos, que eu ajudo, meu pai, que é funcionário público. A pessoa física paga "uma nota" de imposto de renda. A pessoa jurídica alimenta 50 bocas, do Japão à Alemanha, de Nova York a Três Corações Playboy — Quantas pessoas trabalham com você, diretamente? Pelé — Mais de 50, talvez mais ainda. Veja só: tenho um representante que ganha comissão no Japão, tenho na Inglaterra, aqui nos Estados Unidos, no meu escritório são uma dez pessoas, dez pessoas representam 30, porque cada família tem no mínimo três pessoas, aqui em Nova York tenho mais 10, quase todos casados, sem contar os agentes individuais que nós temos pelo mundo afora. Playboy — Você paga imposto de renda em Nova York ou no Brasil? Pelé — Aqui e no Brasil. Aqui, tenho o contrato com a Warner, pago o que recebo aqui. No Brasil sou cidadão brasileiro, pago pelo que recebo lá. Playboy — Quanto? Pelé — Não dá para calcular. Playboy — Uma nota? Pelé — Uma nota. Mas não dá para calcular porque o forte é o que vem em royalty, faturamento da publicidade, de merchandising. Aí varia, se vende mais, eu faturo mais. Nosso personagem dá idéia, por temperamento ou conveniências contratuais, de viver num eterno mar de rosas, tudo bem, bicho, tudo legal, um São Francisco de Assis que fez judô, fez karatê, e não briga desde moleque — mas o fato é que o cash flow levou, subitamente, de janeiro para cá, uma pancada. Culpa do patrão, a Warner Communications, que anda mal das pernas. Pelé não pode ser botado no olho da rua, o contrato assegura. Ninguém há de lhe tomar o carrão do ano, outra mordomia prevista no papel, e tampouco o apartamento de dois salões e três quartos para o qual ele se mudou, em 1979, depois de separado, presente da Warner, que hoje vale uns 700 mil dólares, incluindo o fetiche de pertencer a uma estrela, coisa bem de Nova York, onde até um aluguel pode ficar mil dólares mais caro se você quiser ter como vizinho alguém como Dustin Hoffman ou Al Pacino. UM MITO ACIMA DA CRISE Pelé se segurou, mas a Warner passou com um caterpilar em cima de seu próprio e milionário sonho esportivo. O Cosmos quase não joga mais na América e não joga de jeito nenhum no exterior. Dispensou os cobras. Uma das fontes de renda de Pelé eram as diárias que recebia, quando acompanhava o time, em excursões de além-mar. Tinha de ir: fazer um rapapé, dar o chute inicial, marcar presença. A razzia pegou do principal executivo do Cosmos, Rafael de la Sierra, à secretária de Pelé. O corte de despesas sacrificou até as ambições geofísicas de seu escritório, no 23.° andar do prédio da companhia, na Rockefeller Plaza — reduzido, agora, a duas saletas, alguns sofás, cadeiras confortáveis, cores sóbrias, uma mesa redonda com pose de mesa de reuniões, uma televisão, um videocassete, nada além do que mereceria um executivo comum, se não fosse a abundância de fotos na parede, lembrando momentos épicos de uma carreira incomparável. Marjorie, filha do professor Júlio Mazzei, que ele trouxe de Santos, atende a porta, e Kelly Cristina, a filha de 17 anos, os telefonemas — ambas pagas com dinheiro da pessoa física Pelé. Cuidam também de responder, com uma palavrinha encorajadora e uma foto autografada, as 800 cartas que chegam por mês, em média. O mito permanece, mas a Warner encolheu e o trabalho diminuiu, o que contempla o Dico, que, como já se viu, é dengoso e dorme tarde. Até o ano passado, os compromissos prendiam Pelé por sete meses em Nova York e Hemisfério Norte e o liberavam para passar apenas os outros cinco no Brasil. Este ano, ele inverte tudo: quatro, na América, com a adicional indulgência de uma e outra escapadela, como a semana de sol em Marbella, e o resto no Brasil. "A rigor, tive dois meses de férias, em maio e junho", confessa. E só pegou o avião no dia 10 de julho porque ainda se sente meio responsável pelo Soccer Camp que tem o seu nome — embora seja a Warner quem fature. A Warner já teve, no pique do futebol, três desses acampamentos para garotos e garotas aprenderem futebol, nas férias. "Um ano, só no meu, tivemos quase 2 mil alunos", recorda Pelé. Para este ano, juntando tudo, não esperava mais de 150. O inseparável professor Mazzei, pai por adoção, dá uma força. Mazzei também viveu os anos de ouro do Cosmos, chegou a ser seu técnico, hoje está desempregado. Usando sua influência, Pelé quer enviá-lo rumo aos petrodólares da Arábia. ROSE PELE VS. GAL COSTA Importante não perder o aplomb. O alto executivo sai de casa, invariavelmente, de terno e gravata, alguns da Brookes Brothers, embora outros possam ocultar a etiqueta Canalonga, de uma família de alfaiates de Santos. Como se recomenda, nesses ambientes endinheirados do Midtown, chega no trabalho de Cadillac, embora a distância, da rua 54 à Rockefeller Plaza, pudesse propiciar a ocasião para uma saudável caminhada de quatro quadras. O horário é que é camarada: ele nunca chega antes das 10 e, ao meio-dia, quando não há almoço de negócios marcado, dá para cruzar a ponte e dar uma fugida até o Queens, para uma partida de tênis com o jornalista Lucas Mendes, correspondente da Rede Globo. A quadra fica num lugar distante o suficiente para que ninguém jamais se dê o trabalho de conferir a versão sempre conflitante sobre quem joga melhor. Só volta ao escritório à tarde se tiver de acertar um ou outro contrato publicitário, que é de onde jorram os dólares. Cadillac preto do ano, com telefone e motorista, Rolex de ouro no pulso, o executivo chega à Rockefeller Plaza para trabalhar duas horas O filé publicitário tem o nome Puma e o sobrenome Pelé. Puma é o gigante alemão de produtos esportivos, com sede em Munique e negócios multinacionais, que batizou de Pelé toda uma linha de chuteiras, tênis e acessórios. Se um tailandês adquire, em Bangkok, um calção Pelé, nosso personagem fica um pouco mais rico. "A Puma vende muito", diz ele. "Mas tem época que vende mais, tem época que vende menos." É esta oscilação que ainda atazana a tranqüilidade do empresário Pelé, sobretudo se você levar em conta que não há nada que chame mais sua atenção — depois das mulheres — do que o dinheiro. Aliás, o contato ocasional de uma dessas idéias fixas com a outra costuma ter efeitos explosivos, para nosso personagem. O melhor exemplo foi sua tumultuada separação com a primeira mulher, Rose, mãe de seus três filhos, Kelly, a mais velha, de 17 anos, Edinho, de 13, e Jennifer, de 6. Duraram dois anos as desgastantes batalhas no fórum de Nova York. Quatro anos depois, Pelé paga perto de 800 dólares semanais de pensão, fora todas as outras despesas — como médico, escolas, etc. Edinho, que estuda em colégio interno, custa-lhe, por exemplo, 8 mil dólares por mês. E, vira e mexe, as relações com Rose, que se tornaram mais amistosas, recentemente, voltam a se azedar. Há poucos meses, Rose apresentou a Pelé uma salgada conta de quase 28 mil dólares, só em roupas para as crianças. Mais uma vez, o caso foi parar na Justiça. Pelé abre o coração: Pelé — Eu nunca disse isso para ninguém: eu gostei muito da Rose numa época, quando eu a conheci ela tinha uns 13 para 14 anos, e eu 18 para 19. Eu saía pra caçar com o pai dela, pra pescar, ia na casa dela, eu e outros jogadores do Santos, a gente ia em grupo. Ela e as irmãs, são três irmãs, eram fanáticas pelo Santos, a gente fez amizade, começamos a sair juntos, amigo, amiga, acabei namorando e casando. Depois eu descobri que não amava, eu casei sem amar. Playboy — E ela? Pelé — Não sei, da mesma maneira que eu pensei que amava, e não amava, só gostava, talvez ela tivesse pensado que amava e só gostava. Mas, por educação religiosa, essas coisas, eu não queria separar de jeito nenhum. Um dia, ela quis separar, propôs uma coisa que eu não iria cumprir, porque eu sou honesto. Ela queria, depois que a gente veio para cá, em 1975, que eu deixasse de fotografar, de fazer comerciais com mulher, que eu deixasse de filmar, que eu vivesse só para ela e pro Cosmos. Ou isso ou a separação. Quer dizer, ela me botou na parede. Playboy — O que houve: ciúme, insegurança dela? Pelé — É o que todo mundo fala, um problema de insegurança. Olha, eu sempre gostei de música, e comecei a dar música para gravar, quando dei para Elis Regina foi uma bronca danada, depois veio a Gal, sempre tinha problema em casa... Você sabe que já não é mole conviver, no casamento, com uma pessoa que você ama. Quando você só gosta, fica mais difícil ainda. Playboy — Mas vocês ainda tiveram a filha Jennifer, foi uma tentativa de salvar o casamento ou aconteceu sem esperar? Pelé — É uma coisa meio difícil pra eu explicar, porque a gente não tinha combinado nada, já estávamos aqui em Nova York e já tínhamos tido problemas. Ela tomava pílula depois do Edinho, engordou, depois recuperou, mas ela não queria tomar. E, um dia, me disse que estava grávida. Playboy — Cá entre nós, talvez tenha sido uma tentativa de te segurar... Pelé — É, pode ser, mas acontece que... Playboy — Acontece que nasceu e vocês se separaram. Pelé — É, nasceu, e na mesma semana a gente se separou. Eu voltei da Copa do Mundo [na Argentina, em 1978] e a gente se separou. Foi um negócio chato, triste, a educação religiosa que eu te falei, minha família não aceitava muito. Agora, a gente tem uma amizade relativa. Não é uma coisa muito boa, mas a gente se conversa. Playboy — Foi divórcio litigioso, na Justiça, muitos problemas entre vocês, não foi? Pelé — Eu não queria ir para a Corte. Ela não aceitou e quis pegar advogado. Eu conversei com o advogado dela e quis saber se ele não poderia fazer a separação dos dois, a gente acertava, eu e ela, e ele disse que não, que era ética profissional, que eu tinha de ter outro advogado. Quando peguei o advogado, as coisas ficaram mais difíceis, porque aí meu advogado queria provar que era o bom... A gente passou dois anos na Corte, separando. Estamos separados há cinco. Playboy — Gastaram um dinheirão... Pelé — O dinheiro que a gente dividiu com os advogados a gente deveria ter dividido para os filhos. Playboy — Você tem tais e tais dias para ver os filhos? Pelé — No acordo, ela abriu mão, disse que eu podia... Nos dois primeiros anos foi meio difícil, havia um pouco de mágoa. Playboy — Na Corte, quem ganhou? Ou o jogo deu empate? Pelé — Pra ser honesto, com todo o amor que tenho por meus filhos, acho que se a gente não fosse para a Corte ia ser melhor pra ela, eu estava oferecendo quase tudo, não me preocupava porque eu tinha condições de trabalhar. Playboy — Ela mora aqui em Nova York. Muito longe? Pelé — A umas dez quadras daqui, em Manhattan mesmo. Antes, morava na rua 56, ela mudou agora há pouco tempo para a... a... (não se recorda). Playboy — Você vai na casa dela, entra lá? Pelé — Normalmente evito entrar, pego as crianças e vou pra casa. Quando ela quer falar comigo, aí eu entro, a gente conversa sobre as crianças, o colégio. Playboy — Você, como pai, como é? Pelé — Às vezes fico com um pouco de remorso, porque fico pouco com eles, queria ficar mais. Mesmo assim eles me adoram. Você vê, a menina de 5 anos, a Jennifer [a Jennifer vai fazer 7], não quer sair daqui, se deixar ela fica morando aqui. E quando Jennifer e os outros entestam de ficar, aí entra em ação o Super-Pelé, Rei do Lar, que dispensa empregada doméstica, embora pudesse se dar a esse luxo, mesmo na América. Naquela noite, ele terá de sacrificar o requinte gastronômico do Les Pyrénées, na rua 51, dos amigos Jean-Claude e Claudinha Pujol, pelo improviso de um TV dinner, que ele esquentará no forno de microondas. Vem até tomando gosto pelo fogão: nos domingos em que está em Manhattan, mete o avental para receber os amigos mais chegados em torno de um guisado de peixe ao molho de camarão — sua especialidade. É comovente vê-lo, no apartamento da rua 54, tentando reproduzir a atmosfera doméstica das domingueiras na casa paterna de Bauru ou de Santos: musiquinha ligeira ao fundo, o papo dos companheiros, barafunda de crianças, ele, refestelado na poltrona favorita, com ares de patriarca. Mais tarde, sozinho, ele botará os pratos sujos na máquina de lavar, recolherá, como extremoso pai solteiro, as roupas de Jennifer, limpará os cinzeiros, passará os olhos numa revista e candidamente adormecerá. Pena que, para desespero dos leitores enternecidos, nem sempre esta cena aconteça exatamente assim: sozinho, o Pelé quase nunca está. Só nos seis primeiros meses do ano, 120 mil quilômetros de avião. Ele já preencheu, com selos e carimbos, 14 passaportes E quase sempre tem um pé num avião. Não faltará quem ache um luxo o fato de que esse homem tenha viajado 120 mil quilômetros de avião, sempre de primeira classe, é claro, só nos seis primeiros meses deste ano — 134 horas a bordo. Este último passaporte — dos 13 ou 14 que já completou de vistos e carimbos — registrou: Nova York, inúmeras vezes, Los Angeles, Tóquio (duas vezes), Frankfurt, Munique, Londres, Paris, Sidney, Nairobi, Kampala (Uganda), Saint Thomas, Guadalupe (ambas ilhas do Caribe), Assunção, Santa Cruz de la Sierra. E, com certeza, no segundo semestre, os filhos teriam de competir pelos afetos do pai com suas responsabilidades de ir à Arábia Saudita, para o jogo do príncipe; Bahrein, Kuwait, Roma etc. Da Austrália, ligam: querem o Pelé na abertura da Olimpíada dos Imigrantes. 24 países. Ele, o homenageado especial. Data? Está marcada para o final de setembro. Mas, se for preciso, eles mudam. Os maiores compromissos continuam sendo os publicitários: um seriado no Japão, um analgésico chamado Panadol, da Bayer, vendido nos Estados Unidos e América Central, a Puma. Sem falar nos contratos brasileiros tipo Café Pelé, o Pelezinho do Maurício de Souza, o Vitasay. Ele é um Midas que nem sempre usufrui os benefícios de seu toque mágico mas que, com ele, sempre enriquece os amigos e associados. Acertou, por exemplo, um contrato com a Rede Bandeirantes de Televisão, como comentarista das eliminatórias e dos jogos brasileiros na Copa — após ser cozinhado por mais de dois meses pela Globo. Resultado: por alguma razão que sua modéstia o impede de dizer que é só pela sua presença, a Bandeirantes, pela primeira vez em seus 18 anos de história, chegou a bater a Globo, num programa. Foi no jogo Brasil x Paraguai, em Assunção, em junho. Nos outros, esteve por perto. A Bandeirantes, que estava pedindo três milhões de dólares pela cota de transmissão para a Copa do México, em 1986, já passou a fechar por cinco milhões cada patrocínio. Cinqüenta por cento da diferença, por disposição contratual, é de Pelé. Alguém cometeu a temeridade de perguntar a ele se estava ganhando da Bandeirantes 500 mil dólares, como se sussurrou. "Por esse preço, eu nem saio de casa", fuzilou. Copa do Mundo sempre significa uma safra generosa de bons contratos para aquele que, mesmo há oito anos fora do gramado, ainda é o seu maior ídolo. Se a Bandeirantes promete, imaginem a Coca-Cola, que já acenou com uma campanha só para ele, tomando carona na feliz circunstância de que Pelé era, até pouco tempo, garoto-propaganda da sua maior concorrente, a Pepsi: "Faça como Pelé, troque pela melhor". Sem falar dos filmes que estão para lançar: no nosso caboclíssimo Pedro Mico, dirigido por Ipojuca Pontes, Pelé não é apenas o galã com direito à cena de cama e tudo, com aquela que é, constrangedoramente, a mulher do diretor na vida real, a atriz Teresa Rachel. Na hora da filmagem, Pelé, que não é disso, vacilou. Mas, enfim, além de ator, Pelé é co-diretor de Pedro Mico — e leva 50% do lucro. Ele detém também os direitos brasileiros de Minor Miracle, o último filme de John Huston, seu diretor em Fuga para a Vitória. Em Minor Miracle, Pelé faz o confortável papel de um famoso futebolista chamado Pelé. AS LOURAS E AS OUTRAS É curioso que, com tudo isso, os amigos ainda percebam nele a estranha mania de sair de casa, quando está em Nova York, em pleno paraíso do cartão de crédito, com o invariável bolinho de notas de cem dólares. Andar com notas de cem, em Nova York, é uma excelente maneira de não pagar pequenas contas. Uma das poucas chances que ele tem de se livrar das notas de cem pode ser, à noite, no Clube A, de Ricardo Amaral, ou então no Régine's. De nenhum dos dois se pode exatamente dizer que é onde a ação está, mas ambos têm sua clientela cativa, e Pelé se inclui aí, irrestritamente, com uma ou outra exceção para alguma festinha particular. Não tem mais a ânsia de variar. Pede uma dose de White Label ou de Chivas, puro, sem gelo, e jamais passa daí. A bebida serve apenas para compor a atmosfera. O que freqüentemente varia são as companhias que embarcam na limusine, no fim da noite. Amir, o motorista, discreto escudeiro, irrepreensível cidadão de Minas Gerais, nada ouve, nada vê. Convivem harmoniosamente a lenda de seu atletismo sexual — "ele é doente por mulher", diz um amigo muito próximo, repetindo o que outros que o conhecem bem assinariam embaixo — e a habilidosa administração de um enternecido romance que, como admite o nosso próprio protagonista, tem tudo para dar, um dia, em casamento — "ele está amarrado", assegura o mesmo amigo. Fica mais difícil compatibilizar uma coisa com a outra, naturalmente, quando a Xuxa está em Nova York, hospedada no apartamento da rua 54, cumprindo sua promissora incursão pelo mundo da moda, com contrato de exclusividade de 5 mil dólares mensais com a Ford Models. Quando a Xuxa está, nosso habilidoso personagem vira um homem caseiro. A boa administração do affair cobra dele, ainda, um discurso que os amigos tanto de um quanto de outra sabem ser uma coisa meio da boca para fora. Diz o discurso: "Eu sou uma pessoa ciumenta com os amigos, mas não sou ciumento com a Xuxa. Eu tenho toda a liberdade, a gente namora, mas ninguém tira o espaço um do outro. Ela é minha namorada, mas eu também tenho outras amigas". Ela, 22 anos. Ele, 44 para 45 — os primeiros cabelos brancos aflorando-lhe caprichosamente nas frontes; ainda imperceptíveis nas fotografias e na TV. Ela, lourinha. Ele, negro. Liberdade de lado a lado. E dá certo há quatro anos. Vale um intervalo romântico: Pelé — Foi engraçado como eu conheci a Xuxa. Veja como são as coisas: fiz uma reportagem, capa da Manchete, que se chamava "A Gaiola de Ouro", falando da minha liberdade, eu, homem separado. Posei, para a capa, com quatro modelos, a Xuxa, a Luíza Brunet, a Márcia Porto e uma gaúcha, uma garota nova. A Xuxa tinha de 16 para 17 anos... Ele se ligou na Luíza Brunet: "Que tal a gente dar uma saída?" Ela esfriou: "E que tem o meu marido..." Mas, aí, tinha aquela outra lourinha... Playboy— A Luíza, você já conhecia? Pelé — Não conhecia nenhuma, eram todas modelos que estavam começando. A Xuxa eu acho que conhecia só de fotografia. Eu me amarrei na Luíza: "Pô, que garota!" Aí, achei que a gente podia levar um papo. Naquela semana, eu tinha sido convidado para ver o show da Simone, no Canecão, eu tinha os ingressos. Aí, eu cheguei na Luíza: "Luíza, depois do trabalho a gente podia ir ver o show da Simone, não é?" A Xuxa estava perto, ouviu. Eu percebi: "Você se quiser ir, pode ir também". Aí, a Luíza falou: "Olha, estou esperando meu marido, vamos ver se ele quer ir..." E eu: "Pô, com 17 anos e você já é casada?" Ela: "Pois é, sou". Aí, esfriou o negócio. Playboy — Quer dizer, você foi com o marido da Luíza... Pelé — Não, ninguém foi. Aí, eu fui pro Rio, um dia, e convidei a Xuxa para sair. Playboy — Já estava com o telefone na mão, para qualquer coisa... Pelé — Tinha o telefone de todas. Aí, liguei pra Xuxa: "Vamos ver o show?" Liguei também pra Márcia. E chamei meu advogado, o Samir. O Samir ficou com a Xuxa, eu fiquei com a Márcia, conversando, aquele negócio de papo. Depois de um tempo, o Samir reclamou: "Pô, essa menina é muito criança pra mim". Ele tem a minha idade. "E tem mais uma coisa: estive batendo um papo com ela e ela é virgem." E eu: "Modelo, assim, virgem?" Playboy — Modelo e virgem? Pelé — É, ficou só no papo. Passou uma semana, voltei ao Rio e telefonei pra Xuxa: "Olha, tem uma festa aqui no Alfredo Saade". E ela, "tenho que falar com meu pai, eu não saio sem falar com meu pai e com minha mãe", e eu falei, "tá bem, deixa que eu falo com seu pai". Convidei o pai, a mãe, o irmão e assim começou minha amizade com ela, ela começou a me ligar, "cara, tou com um problema", e eu, "tá, vamos conversar", eu passei a chamar ela de carinha, ela me chamava de cara, ô, cara, "pô, pintou uma demais". E eu dizia, "você, uma menina tão bonitinha, falando palavrão igual gente grande", e comecei a gostar, fiquei gostando dela. Ousadia do crioulo: roubar o coração de uma lourinha meninota, tesão nacional. Não bastasse o insuportável fato de ser preto e ter subido na vida, andar de Cadillac, ter relógio Rolex de ouro, vestir black tie. Para ele, a fama sempre teve mão dupla: de um lado, afaga, de outro, espanca. Já viveu quase três décadas de celebridade e ainda não consegue entender o que move os homens da Alfândega brasileira, por exemplo, a revistá-lo com a avidez de quem fuça um meliante, toda vez que desembarca na sua pátria. A falta do Pelé, tomaram um radinho que sua filha, Kelly, trazia para o Brasil, tempos atrás. "Fizeram um estardalhaço", reclama. A CASA MILIONÁRIA DO REI A envaidecedora circunstância de ser Pelé irá custar-lhe quase meio bilhão de cruzeiros a mais do que lhe custaria a construção de uma magnífica mansão, numa extremidade deserta da belíssima praia de Pernambuco, a mais elegante do Guarujá. Um antigo prefeito cedeu-lhe, em carta, uma tripa a mais, que corria ao lado do terreno — um charco, que não pertencia a ninguém. Pelé plantou ali exatamente os pilares que sustentam o segundo andar. Um vereador protestou, tempos depois, e Pelé foi obrigado a negociar, em troca, a construção de uma creche em Vicente de Carvalho, o bairro mais miserável da Baixada Santista. Só que naturalmente ficou furioso em perceber que o projeto incluía parapeito de mármore, dobradiça de latão, fechadura de bronze e piso industrial. "Ali, em Vicente de Carvalho, não vai durar um dia", explica. O acerto foi de 6.500 ORTNs, 300 milhões, mais ou menos — e isso ele vai honrar. O resto do meio bilhão ele andou distribuindo em gorjetas, para amaciar a ciumeira. Por trás do episódio está o vereador Gilson Fidalgo Salgado, cheio de razões por ter tanta bronca de nosso personagem: Gilson foi seu reserva no Santos Futebol Clube. Estranho país o Brasil, onde a corrupção grossa tem habeas-corpus e onde há sempre alguém disposto a achar tramóia onde ela realmente não existe. Pelé comprou o terreno em Guarujá com seu dinheiro. Talvez o insuportável seja exatamente isso. "Me ofereceram terreno na Grécia, em Nice, em Cancun, em Port Wyath, em Natal", choraminga. "Tudo de graça, desde que eu fizesse uma casa e fosse morar lá. No Guarujá, que é praticamente uma extensão de Santos, minha terra do coração, me tratam assim." Mas, enfim, ele não é muito de reclamar. Vai se mudar para a mansão, quando estiver de volta, em outubro. Talvez seus 45 anos ele já possa comemorar na casa nova; a de Santos, suntuosa, com ares de fortaleza, situada na Ponta da Praia, ele deixa para o pai, Dondinho, e a mãe, Celeste. Tem uma outra casa em São Paulo, um apartamento de cobertura, na alameda Jaú, nos Jardins. No Rio, prefere a hospedagem principesca que lhe oferece Alfredo Saade, empresário de futebol, proprietário de um triplex que descortina Copacabana, no exclusivo Edifício Chopin, ao lado do Copacabana Palace. No balneário chique dos nova-iorquinos, um bangalô, uma piscina, uma lancha e Lauren Bacall na vizinhança. E ele, o único crioulo de East Hampton No Guarujá, privará da intimidade praiana de ofuscantes sobrenomes quatrocentões. Está acostumado. Os 1.500 metros quadrados de um dos mais valorizados braços de mar de East Hampton, o balneário chique dos nova-iorquinos, onde ele fez, de um bangalô, uma casa digna de revista de decoração, mais piscina, lancha e barco a vela, são igualmente cercados de vizinhos ilustres — a atriz Lauren Bacall, o cineasta Sidney Lumet, o jornalista Ben Bradlee. A casa, reformada, ele já recusou vender por 300 mil dólares. Ali, não há quem não conheça Pelé. Mesmo porque é o único negro das redondezas. Pausa para uma questão melindrosa: a cor da pele. Playboy — Por que você prefere as louras? Pelé — Não tenho preferência, já disse. Esse negócio surgiu porque casei com uma branca, a Rose, mas a Rose tinha cabelo preto, isso o pessoal esquece, depois é que ela tingiu de loiro. Eu saí, numa época, com a Marina Montini, que era a modelo mais cobiçada da época e que é mulata; saí uma época — para fazer música — com a Gal Costa, que é morena. Não tenho preconceito. Playboy — Nenhum? Pelé — Nenhum. Pra começar, a primeira namorada foi uma japonesinha, a Neusa, lá de Bauru. Playboy — E o Pelé, antes de ficar famoso, sentiu-se vítima de algum preconceito? Pelé — Eu não. Mas vi amigos meus que tiveram. Minha família, acho que não, não posso garantir, era garoto na época, lá em Bauru, e o Dondinho era jogador de futebol, muito conhecido. Preconceito social, eu sei que existe. Tinha lugar onde eu entrava e alguns meus amigos de cor, não. Playboy — Vamos supor que alguém que nunca tenha visto você, que jamais assistiu futebol, um esquimó, esteja conversando com você, por telefone, e lhe pergunte "qual é a sua cor?" O que você responde? Pelé — Se você estiver perguntando sobre o Pelé, eu digo que o Pele não tem cor, não tem raça, não tem religião, porque o Pele é ídolo em qualquer lugar, em qualquer lugar onde ele for recebido não tem problema nenhum. Agora, se você perguntar sobre o Edson, o Edson é de cor negra. Por essas e por outras é que, alguns anos atrás, quando a Warner pensou em produzir um musical, na Broadway, ilustrando, em som e luz, a carreira de seu astro, e começou a pesquisar, a chamar produtores e roteiristas, todos a aconselharam a desistir: Pele é um santo. Santo demais para um musical da Broadway. Ele é quem conta e se orgulha. Assim como lhe envaidece a circunstância de jamais se lembrar, em quase três décadas de carreira, de uma única inimizade contraída no esporte. Se você arriscar o nome de Carlos Alberto Torres, por exemplo, ex-Santos, ex-Cosmos, ex-capitão da Seleção, ele desviará: "Não, eu não me sinto inimigo dele". Se você insistir, "ele guarda mágoa, diz que você não compareceu na festa de despedida dele, no Cosmos, dizendo que ia para Los Angeles", ele tentará desconversar, dizendo que não foi bem assim, escorregará com a ex-periência do libriano que ele é. Fique por aí. Da vizinhança astrológica com o escorpião, pode vir a estocada cruel: "Acho que a bronca dele é que conheci a Terezinha Sodré antes dele". LULA, MONTORO E O BANERJ Tem essa malandragem, na vida, é misturar os dois atributos de uma que contraditória vizinhança astrológica, sempre a seu favor, naturalmente. No terreno movediço da política, que 'ele vem percorrendo, cada vez com maior entusiasmo, finge, de um lado, hesitação — "Estou cru, tenho muito o que aprender" — e, de outro, exibe surpreendente segurança — "Já viajei pelo Brasil todo, conheço o mundo, em termos de conhecimento de filosofias de vida, de costumes diferentes, não tenho medo de competir com nenhum político do Brasil". O político Pele tem amor à camisa, mas ainda pisa na bola e tromba na zaga. Num grupinho de amigos, enquanto traça uma costelinha na cobertura de Alfredo Saade, no Rio, você é capaz de ouvi-lo omitindo opiniões do seguinte teor: "Tá legal, vocês dizem que o Brizola rouba, mas eu digo que o que importa é que ele tenta ajudar os outros". "O Maluf foi um injustiçado. Ele é um vencedor, também, e isso provoca muita inveja" (Pele dizia, contudo, torcer por Tancredo). "O melhor presidente foi o Juscelino. O Jânio tinha umas idéias malucas, mas bem que podia... Eu votei no Jânio, ainda sou amigo dele, pessoalmente. O Castello Branco podia ter sido bom. Nós perdemos a grande oportunidade de arrumar o Brasil. Os militares perderam o freio." "Uma vez, no avião, o (Henry) Kissinger me disse, 'Pelé, tudo bem que o brasileiro roube, que exista essa corrupção entre vocês, mas, pelo menos, a roubalheira podia ser produtiva, a favor do país, e não a favor de uns poucos'. Aí, eu disse para Kissinger, 'sabe que você tem razão?'" Depois das mulheres e do dinheiro, eis sua mais recente obsessão: a corrupção nacional. Anda tão tomado que, em junho, no Rio, foi assaltado pelo fantasma da roubalheira, de madrugada, quando dormia, sacou do violão e começou a compor uma modinha onde corrupção rima com indignação. Fez progresso quem, em 1970, foi abraçar, comovido, o presidente Médici, achou-o "um grande praça" e passou anos com a ligeira impressão de que Chico Buarque era um sinistro radical e que o povo brasileiro não sabia votar. "Meu negócio era a bola, não a política", justifica, a propósito de Chico. A respeito do voto, engoliu o comentário, tentou emendá-lo ("Não foi bem assim"), mas, no íntimo, mantém a suspeita. Assim como não se acanha ainda de dizer que o líder negro que mais o impressionou, em suas excursões internacionais, foi o Idi Amin. "Ninguém nunca me tratou tão bem", recorda. De namoro firme com a política, admitiu concorrer até para a Presidência. Corrigiu: "Era um papo com amigos, eles dizendo, 'Pô, Pelé, estão falando em presidente do consenso e, nesse país, ninguém tem mais consenso do que você'. E, no dia seguinte, estava nos jornais". Nos jornais, também, mais recentemente, a surpreendente idéia de que ele topava ser candidato à Prefeitura de São Paulo, pelo PDT de Brizola. Explicações: Doce sonho: trocar Nova York por Brasília. Desde que vire ministro do Esporte, é claro. Brizola saiu na frente e já quer fechar negócio "O Brizola me chamou na casa dele, em Copacabana, e disse, Pelé, nós temos uma idéia. Nós achamos que, no Brasil, ou você tem de ser presidente da República ou prefeito de São Paulo. São Paulo é o coração do país. Você quer pensar nisso?'" Em vez de perguntar, "nós, quem, cara pálida?", Pelé perguntou, "por que não?" E foi tratar, em São Paulo, com Ademar de Barros Filho, o Ademarzinho, presidente regional do PDT. De oficial, Pelé assume um sonho: quer ser ministro dos Esportes. Extra-oficialmente, conspira, com Brizola e aspones brizolistas, para que isso aconteça. "Tem um assessor do homem, o Helinho, que fica buzinando na cabeça dele horas seguidas, todos os dias", desabafa seu advogado Samir Abdul-Hak, amigo e confidente há 26 anos, referindo-se a Hélio Viana, da entourage de Brizola. A conversa com Brizola e assessoria caminhava, antes da volta para Nova York, para os finalmentes: Pelé entraria para o PDT, asseguraria o apoio a Brizola para presidente, em 1988, ou em 1986, como sonha Brizola, apóia os candidatos do PDT já e ganha, em troca, a promessa do futuro Ministério e um belo contrato por uns anúncios do Banerj, o Banco do Estado do Rio de Janeiro. Nada como juntar ao idealismo o pragmatismo. A união não teria as bênçãos incondicionais dos amigos, como o advogado Samir ou o irmão Loca — Jair —, outro companheiro inseparável, Jair na hora de pôr o adoçante no cafezinho, mas o dote talvez acabe removendo as resistências. Até o último momento, porém, o noivo há, ao seu estilo, de escorregar: "Estou em contato com todos os grupos, todos eles querem o Pelé". Para ele, política se faz desta forma. "Estive com o Lula, na TV Record, na saída do programa do Sílvio Luís, e ele me falou: 'Temos muito que conversar'. E aí vem o pessoal do Montoro, que também quer o Pelé, mas o Pelé só está vendo uma grande confusão, Os grupos não têm filosofia coerente." Brizola, pelo menos, atiçou mais rápido um coração cheio de candura. Pelé filmava, no primeiro semestre, o Pedro Mico, locações nas favelas do Pavãozinho e do Cantagalo. Ficou desolado. "Nem água tinha, lá em cima, pra gente tomar." Um dia, a Teresa Rachel, sua parceira, machucou o joelho. "Desceu de maca, porque ambulância não sobe." Desabafou com os repórteres que enxameavam as filmagens: "Assim não dá, não sei como essa gente vive". Dia seguinte, manchete dos jornais antibrizolistas: "Pelé condena governo pelo abandono das favelas". Brizola se tocou e começou a doutrinar. Quando inaugurou a água no Pa-e no Cantagalo, levou Pelé a tiracolo. Posaram para as fotos juntos, o Pelé ainda meio constrangido. Foi um dos primeiros a pedir: diretas já. Por trás, uma bronca com Figueiredo e a história meio esquisita de um antigo convite para Xuxa Reconheça-se que, na campanha das diretas, o perna-de-pau fez um golaço. Saiu na frente de muita gente boa, inclusive, é bom lembrar, do hoje presidente José Sarney. Foi claro e corajoso. Ainda que, por trás de seu destampatório, residisse uma justificada dor-de-cotovelo: ele não morria de amores pelo presidente Figueiredo. Data de quatro anos atrás o motivo do desgosto: outubro 1981. Pelé já conhecia Xuxa, tinham aparecido juntos em fotos, eram, de certa forma, namorados. Pelé estava de viagem, no México, quando ela recebeu um convite, pretensamente honroso e sério, para trabalhar em Nova York. Cachê de 5 mil dólares, nada mal. Desembarcou em Nova York e percebeu a arapuca. Não era bem em Nova York que a queriam, e sim em Cleveland. Não era bem um desfile de manequins, mas uma festinha particular, onde ela serviria de bálsamo aos humores abalados de um certo número de cortesãos do Planalto, reunidos ali para consolar Figueiredo, recentemente enfartado. O intermediário, revelou-se depois, era o ajudante-de-ordens da Presidência, major Dias Dourado. Xuxa perdeu os 5 mil dólares mas preferiu ficar em Nova York. ILUSTRAÇÃO JACK RONC (*) Colaboraram Luís Fernando Mercadante e Lúcia Guimarães, em Nova York. (**) Todos os diálogos reproduzidos nesta reportagem são produto da entrevista de Luís Fernando Mercadante com Pelé, em Nova York. Publicado em agosto de 1985, ed. 121. Editora Abril, São Paulo - SP.

  • N.º 135 OUTUBRO DE 1986: TEREZINHA SODRÉ

    DESEJOS E PRAZERES MULHER BONITA Fafá tem uma sósia mais que perfeita Nos traços e na generosidade das formas, a excitante semelhança de Lílian Ramos com a estrela das diretas Luciane Quadros A pedidos: a volta triunfal (agora também em poster) da deslumbrante prima de Jânio Quadros Tereza Sodré Pela primeira vez nua, todo o charme e a sedução da mulher do capitão da vitória na Copa de 70 (Ver o ensaio) RESTAURANTE Coma-se (ou converse-se) com um barulho desse O cardápio indigesto de ruídos servido em alguns dos mais movimentados restaurantes brasileiros INTIMIDADE O detetive que descobre adultérios Descobrimos — para sua maior segurança — os métodos e instrumentos usados para espreitar amantes clandestinos AVENTURA Por que eles viram seu carro de pernas para o ar Os perigos e a curtição de testar o carro mais veloz do Brasil, com os pilotos da revista "Quatro Rodas" FICÇÃO O homem que disse não a Deus Um sobrevivente do apocalipse nuclear desafia a vontade divina e se recusa a desaparecer: por Bernard Malamud HUMOR Os autógrafos da fama As assinaturas que revelam algo mais, por Miguel Paiva O analista de Bagé E um restaurante muito "a la fresca", tchê As piadas de Playboy DOCE VIDA Mais uma forte candidata ao "Garota Playboy 87". E mais: liberada a transa dentro de carros Música A velha fórmula de Rod Stewart em ascensão; os últimos lançamentos dos roqueiros tupiniquins Vídeo Criatividade e ousadia em falta nas novelas globais das 8; mercado do vídeo erótico em alta Cinema Mais um belo espetáculo de Spielberg. E Carla Camuratti está pintando na tela Leitura A história de um estranho carnaval em Porto Alegre, por uma grande revelação da literatura brasileira Insiders Os encantos de Los Angeles, sorvetes em Paris, Lingüini Verdi à Sorrentina e a versão tropicalizada do kir PODER E FAMA ENTREVISTA Arnaldo Jabor Uma conversa apaixonada com o diretor de Eu Sei que Vou Te Amar sobre amor, fidelidade, cinema, Censura, Constituinte e Plano Cruzado Verônica Sabino 10 perguntas para a mais nova musa dos palcos brasileiros BASTIDORES O Vaticano não é o mesmo depois de João Paulo II SUCESSO Ruyzito Ferraz, Nisan Guanaes e Marcos Pereira — dicas preciosas de gente que chegou lá! CLICK O novo estilo de Yoná Magalhães e o flagrante indiscreto da gata Roseli Neves PRIMEIRA PESSOA Os dez segredos de Akio Morita, o mago da Sony O mais famoso empresário japonês em todo o mundo revela em primeira mão as fórmulas do seu sucesso Homens Happy Hour — o sagrado ritual para finalizar um dia de trabalho, por Nirlando Beirão A SEU SERVIÇO NÁUTICA Todos ao mar! Uma seleção dos melhores barcos para você deslizar (ou voar) sobre as águas do Atlântico As melhores coisas da vida Mais alguns toques que fazem a vida muito mais gostosa MODA Um guia com dicas charmosas para você brilhar no verão 87 SEÇÕES Entre Nós Caro Playboy Assessoria Mulheres As reveladoras fantasias sexuais femininas, por Edith Elek Machado EM CENA Um aparelho revolucionário que emite imagens por telefone

  • N.º 135 OUTUBRO DE 1986: LÍLIAN RAMOS

    DESEJOS E PRAZERES MULHER BONITA Fafá tem uma sósia mais que perfeita Nos traços e na generosidade das formas, a excitante semelhança de Lílian Ramos com a estrela das diretas Luciane Quadros A pedidos: a volta triunfal (agora também em poster) da deslumbrante prima de Jânio Quadros Tereza Sodré Pela primeira vez nua, todo o charme e a sedução da mulher do capitão da vitória na Copa de 70 (Ver o ensaio) RESTAURANTE Coma-se (ou converse-se) com um barulho desse O cardápio indigesto de ruídos servido em alguns dos mais movimentados restaurantes brasileiros INTIMIDADE O detetive que descobre adultérios Descobrimos — para sua maior segurança — os métodos e instrumentos usados para espreitar amantes clandestinos AVENTURA Por que eles viram seu carro de pernas para o ar Os perigos e a curtição de testar o carro mais veloz do Brasil, com os pilotos da revista "Quatro Rodas" FICÇÃO O homem que disse não a Deus Um sobrevivente do apocalipse nuclear desafia a vontade divina e se recusa a desaparecer: por Bernard Malamud HUMOR Os autógrafos da fama As assinaturas que revelam algo mais, por Miguel Paiva O analista de Bagé E um restaurante muito "a la fresca", tchê As piadas de Playboy DOCE VIDA Mais uma forte candidata ao "Garota Playboy 87". E mais: liberada a transa dentro de carros Música A velha fórmula de Rod Stewart em ascensão; os últimos lançamentos dos roqueiros tupiniquins Vídeo Criatividade e ousadia em falta nas novelas globais das 8; mercado do vídeo erótico em alta Cinema Mais um belo espetáculo de Spielberg. E Carla Camuratti está pintando na tela Leitura A história de um estranho carnaval em Porto Alegre, por uma grande revelação da literatura brasileira Insiders Os encantos de Los Angeles, sorvetes em Paris, Lingüini Verdi à Sorrentina e a versão tropicalizada do kir PODER E FAMA ENTREVISTA Arnaldo Jabor Uma conversa apaixonada com o diretor de Eu Sei que Vou Te Amar sobre amor, fidelidade, cinema, Censura, Constituinte e Plano Cruzado Verônica Sabino 10 perguntas para a mais nova musa dos palcos brasileiros BASTIDORES O Vaticano não é o mesmo depois de João Paulo II SUCESSO Ruyzito Ferraz, Nisan Guanaes e Marcos Pereira — dicas preciosas de gente que chegou lá! CLICK O novo estilo de Yoná Magalhães e o flagrante indiscreto da gata Roseli Neves PRIMEIRA PESSOA Os dez segredos de Akio Morita, o mago da Sony O mais famoso empresário japonês em todo o mundo revela em primeira mão as fórmulas do seu sucesso Homens Happy Hour — o sagrado ritual para finalizar um dia de trabalho, por Nirlando Beirão A SEU SERVIÇO NÁUTICA Todos ao mar! Uma seleção dos melhores barcos para você deslizar (ou voar) sobre as águas do Atlântico As melhores coisas da vida Mais alguns toques que fazem a vida muito mais gostosa MODA Um guia com dicas charmosas para você brilhar no verão 87 SEÇÕES Entre Nós Caro Playboy Assessoria Mulheres As reveladoras fantasias sexuais femininas, por Edith Elek Machado EM CENA Um aparelho revolucionário que emite imagens por telefone

  • N.º 123 OUTUBRO DE 1985: SANDRA BRÉA

    DESEJOS E PRAZERES MULHER BONITA A prima de Jânio Luciane Quadros mostra que tem tudo para ser tão — ou mais — famosa quanto seu primo ex-presidente Sandra Bréa O novo visual e a nudez gloriosa da estrela de "Ti ti ti" (Ver o ensaio) A Musa do Verão 86, em nossa eleição Que tal construir a mulher dos seus sonhos? Ou escolher uma já pronta? Para isso você ainda ganha prêmios! Boy George, a porção mulher As roupas vão caindo e surgem seios, curvas e tudo o mais. Será ele? Não. É Georgina, seu sósia! COMIDA E VIAGEM Aventuras na busca do prazer As emoções surpreendentes do trabalho de quem faz os guias "Quatro Rodas" HUMOR Confissões de um videomaníaco Luís Fernando Veríssimo e o novo rei de sua casa: o videocassete O Analista de Bagé E o caso do macho convicto "O Planeta Diário" Um trailer da próxima edição do jornal mais irreverente do país As piadas de Playboy FICÇÃO Alberto Moravia O adultério estimulado pelo marido, num trecho do último romance da grande autor italiano lançado no Brasil DOCE VIDA O string é nosso Cláudia Lúcia lança uma sigla que não vai deixar ninguém indiferente; Transas; Teste seu Vocabulário Música O que há de novo em discos Insiders Dicas sobre Rio, São Paulo e as grandes cidades do mundo, por gente que sabe das coisas Vídeo A TV, histórias e tendências, por Walter Clark Cinema Os filmes da temporada, com dicas e cotações, por Ivan Isola Leitura Comentários, entrevistas e livros, na edição de Fernando Moreira Salles PODER E FAMA ENTREVISTA José Wilker O Roque Santeiro da novela das 8 fala sobre os bastidores da TV, droga, comunismo e as mulheres de sua vida Andrea Beltrão 20 Perguntas à antigata mais gostosa da TV (Ver a entrevista) DOCUMENTO A noite em que o Cavaleiro da Esperança ganhou sua dama Como Luís Carlos Prestes conquistou Olga Benário, numa das melhores passagens do novo livro do repórter Fernando Morais BASTIDORES Os perigos do sexo milionário da Fórmula 1 As conquistas dos pilotos fora das pistas PRIMEIRA PESSOA DEPOIMENTO Iacocca Como me vinguei de Henry Ford, salvando a Chrysler SUCESSO Dicas de quem chegou lá: Raul Souza Sulzbacher, dono da Jeans Store MUNDO DE PLAYBOY CLICK Flagrantes indiscretos de gente famosa A SEU SERVIÇO SEÇÕES Entre Nós Caro Playboy Assessoria Os conselhos de Playboy Mulheres Belisa Ribeiro diz o que os homens devem fazer quando vão ao apartamento delas Homens Os segredos e macetes para sair com uma mulher pela primeira vez — e dar certo Zoom O que você deve comprar ou evitar nas "free shops" do mundo Moda A elegância do paletó no verão EM CENA Show Room Os instrumentos que você deve ter — ou alugar — para ver melhor o cometa de Halley Bazar

  • N.º 171 OUTUBRO DE 1989: MÁRCIA RODRIGUES

    DESEJOS E PRAZERES MULHER BONITA Mulheres Dez estrelas contam até onde podemos ir no primeiro encontro Um Domingão com Márcia A nudez de uma gata que arrebenta a telinha no programa do Faustão Erika, a Loba do Mar Nenhum marujo vai resistir ao canto desta sereia Déborah Meneghel, a Doce Prima da Xuxa Apresentamos a nova deusa da família da Rainha dos Baixinhos FICÇÃO Pânico em Moscou Um drama de espionagem e perseguição é o novo sucesso de John Le Carré HUMOR O Dia Seguinte Nosso profeta do humor, Luis Fernando Veríssimo, imagina cada um dos presidenciáveis recebendo a notícia de sua vitória As Piadas de Playboy A SEU SERVIÇO DOCE VIDA Assessoria Insiders As belezas de Cancun, o cabeleireiro do presidente argentino e a receita do Dark Daiquiri Casa de Praia Dois projetos de casas à beira-mar, em uma avant-première da revista Elle Decoração Se Meu Kadett Falasse No teste do namoro, o novo carro da GM mostrou seu surpreendente desempenho Os Melhores Charutos do Brasil A Confraria de Playboy se reuniu para testar os charutos nacionais — e eles se saíram muito bem Portugal, as Vinhas, as Cidades e as Serras Um mergulho nos prazeres da mesa de além-mar Os Campeões de Audiência O nosso corpo de jurados analisou as dez fitas eróticas de maior sucesso nas locadoras GASTRONOMIA O Homem na Cozinha O linguado com que o proprietário da Adviser Consultores, Luiz Álvaro de Oliveira Ribeiro, conquistou Franco Iviontoro MODA Com a Cara do Verão As roupas que vão dar as cores da próxima estação PODER E FAMA ENTREVISTA Edson Musa O presidente da Rhodia fala da revolução dos anos 90 e de sua vida apaixonante entre São Paulo e Paris Chico Buarque Histórias exclusivas do livro que o jornalista Humberto Werneck lançará em novembro sobre a vida de um dos ídolos da MPB 10 PERGUNTAS Cristina Prochaska Uma conversa gostosa com a atriz que já foi repórter, publicitária, auxiliar de fotógrafo e apresentadora de TV CLICK Flagras Indiscretos da Fama A lingerie de Luciana Vendramini e o dardo de Sueli dos Santos alcançando o Japão Especial, Guia do Primeiro Voto PLAYBOY traz dicas, reflexões e informações surpreendentes para ajudar você a decidir em quem votar no dia 15 de novembro Prazeres Culturais O que há de novo para se ouvir e a Sensação de Setembro, a nova trama do romancista Marcos Rey Entre Nós Caro Playboy

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