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ANA LÚCIA FERNANDES | AGOSTO, 2015


Muito prazer

Você já conhece. Ana Lúcia Fernandes, nossa deliciosa coelhinha ruiva. Mas agora ela está bem mais à vontade, safada, mais provocante do que nunca


POR SÉRGIO XAVIER FILHO

FOTOS J.R. DURAN


Há nove anos ela hipnotiza o universo masculino. Ana Lúcia Fernandes é modelo profissional, mas, se bobear, ela escreve "Coelhinha de PLAYBOY" como profissão ao preencher ficha de hotel. "PLAYBOY é a minha vida. Há milhares de mulheres deslumbrantes que queriam estar no meu lugar. E ser Coelhinha mexe muito com o nosso ego também", diz. Ana está com 33 anos e tem muitas histórias para contar. Uma única vez um fã passou do ponto e apertou o seu bumbum. "Chorei de raiva, mas chamei o segurança e não tive mais problemas." No mais, diversão pura. Com a roupa de Coelhinha, fez wakeboard, andou de skate e até saltou de paraquedas. "Fiquei muito orgulhosa e satisfeita com o convite para posar na edição dos 40 anos, e justamente para um fotógrafo como Duran." Nós também ficamos muito satisfeitos, Ana Lúcia.



O QUE HÁ POR TRÁS DAS FOTOS DE J.R. DURAN,

O HOMEM QUE RETRATOU A HISTÓRIA DE PLAYBOY


Chove lá fora. Só isso explica o fato de o badalado café em Higienópolis estar às moscas em um sábado. Ana Lúcia espera nervosa a chegada do fotógrafo. Não é uma foto qualquer, não é um fotógrafo qualquer. A ruiva talvez seja a cara (e o corpo, claro) da PLAYBOY brasileira. Desde 2006 é a Coelhinha oficial da revista. Nada mais natural que Ana Lúcia Fernandes seja a estrela da edição de aniversário. Nada mais natural que J.R. Duram seja o homem a clicar o ensaio principal dos 40 anos. Ninguém fotografou mais do que ele. Foram 130 ensaios na história de PLAYBOY. Dos 40 ensaios fundamentais dos 40 anos, Duran assinou 16 deles. É Duran que Ana Lúcia espera no café. Está tensa, sabe que o catalão é exigente, tem uma personalidade forte.


Duran chega minutos depois com uma capa de chuva que parece mais indicada para alguma navegação ártica. A conversa se desenvolve entrecortada. Duran bombardeia Ana com perguntas. O que ela faz, o que gosta... Aos poucos, ele vai propondo um tom mais sacana. Pede para ver fotos no celular dela, provoca, atiça. Ana está quase envergonhada. Os primeiros detalhes do ensaio que acontecerá semanas depois em um hotel na Zona Sul de São Paulo vão sendo acertados. A conversa no café tinha essa função e uma mais importante: "Não existe um bom ensaio sem intimidade. Ela precisa confiar em mim, precisa acreditar que aquilo que ela não está vendo ficará bom."



Faz um dia lindo lá fora. A suíte do hotelzão paulistano é de cinema. Duran fez força para que a locação fosse mesmo naquele lugar que conheceu em um outro trabalho. Fazia sentido. O quarto era lindo, tinha cama, sofá, sofisticação, um terraço com vista para uma São Paulo com jeito de Nova York. Mas a razão principal da escolha da suíte é a luz. Duran vive da luz. É um naturalista, foge feito um morcego do sol da luz artificial. Nenhum flash, rebatedor, nada. Apenas a luz natural entre Ana Lúcia e a Hasselblad H2, sua máquina predileta.


A inseparável Hassel de Duran e o esboço da foto: técnica, planejamento e arte.

O dia ainda estava escuro quando a pequena equipe de produção abriu os trabalhos. Era uma foto, um trabalho artístico, mas lembrava mais o mundo coorporativo pelo processo meticuloso. Cada um sabia o que fazer. Durar tinha desenhado cada cena, e cada um desses desenhos tinha um código que era compartilhado com a stylist, com a maquiadora, com o assistente. Cada look era um projeto especifico que seria executado da melhor forma e no menor tempo possível. Ter todo o básico planificado abre espaço para o improviso. Como em uma banda jazz, o improviso só acontece com o andamento da música bem ensaiado.



Nas primeiras fotos, o planejamento é meticulosamente executado. O que foi pensado e desenhado vira imagem de 40 mega. A câmera de formato médio é pesada, quadrada, nasceu para ser apoiada em um tripé. Em algumas cenas Duran até a utiliza na mão, como um repórter fotográfico em busca do ângulo perfeito. Mas é no tripé que dirige melhor a cena. Ele ajusta a luz, o foco, o enquadramento e fica ao lado do tripé com a mão no disparador. A impressão é de que não vai ter foto, não há ninguém atrás da câmera. E Durar conversa com a modelo, provoca, pede gestos. Conversa e clica. Parece estar um segundo à frente do tempo de reação de Ana. Ou atrás. O fato é que o clique não vem no momento em que se espera. Um interessante jogo de gato e rato. Ou seria de rato e gata?


Enquanto o figurino é trocado para a foto seguinte, o assistente de Duran descarrega o cartão da Hassel em um Macintosh. A primeira edição do ensaio é feita nesse intervalo de tempo. O clima vai esquentando. A intimidade buscada no sábado chuvoso do café está surgindo. Agora Ana sugere posições, simulações. O controle ainda é de Duran, mas o fotógrafo tem a melhor das assistentes. Duran faz cara de espanto com algumas propostas. Jogo de cena, claro. De repente, metade Ana Lúcia se joga para fora da cama. A outra metade permanece, de bruços... A foto é linda, mas falta algo. Duran pega o travesseiro, Ana apoia nele os cotovelos. Um pouco depois, já no computador olhando a foto, teoriza sobre uma palavra inventada pelo escritor francês Roland Barthes. O "punctum" é o elemento da foto que não é principal, mas que, de alguma forma, traz significado à imagem. O travesseiro é o "punctum", É ele que torna a cena real. Real e deliciosa.


Da esquerda para a direita: a stylist Eleonora, nossa coelhinha Ana Lúcia e a maquiadora Leticia da equipe de J.R. Duran

STYLING ELEONORA BOTELHO COORDENAÇÃO ARIANE SOUZA

BELEZA LETICIA DE CARVALHO PRODUÇÃO DE MODA LARISSA MORENTE E BRUNA VERGA ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA LEANDRO RODRIGUES

TRATAMENTO DE IMAGEM MARISA TOMÁS CRÉDITOS ANDREA CONTI


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1 Comment


Leonardo José Raimundo
Leonardo José Raimundo
Dec 01, 2023

Ana Lúcia Fernandes foi excelente nas fotos. A melhor foto de Ana Lúcia foi a 2a., em que ela se ajoelha no chão nua da cintura para baixo. Eu amo a bunda feminina.

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