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MICHELLY MACHRI | AGOSTO, 2001



Que delícia!

Desde que foi revelada como a garota Sukita, em 1999,

ficamos com água na boca.


FOTOS VALÉRIO TRABANCO


"Tio, aperta o 21 pra mim?" Foi com essa frase que Michelly Fernanda Machri começou a ficar conhecida em todo o Brasil, a partir de 1999. Em atuação junto ao ator Roberto Arduini, a modelo catarinense protagonizou série de comerciais do refrigerante Sukita (a bebida alaranjada da Brahma), na qual era uma jovem repelindo sutilmente o interesse implícito de um homem mais velho.



A fama trazida pelo primeiro comercial — viriam mais três — já fez com que Michelly virasse, quase imediatamente, a "Garota Sukita". E foi assim que seu visual chamou atenção. Processo que chegou ao ápice em agosto de 2001, quando ela foi a estrela da capa da edição que celebrava os 26 anos de PLAYBOY no Brasil.



Machri já era bastante veterana em matéria de trabalhos como modelo. Por eles deixara a Florianópolis natal, rumo a São Paulo, aos 16 anos, em 1996, contratada pela agência Ford. Mais um ano, e ainda foi eleita "Garota Carícia", prêmio de uma revista homônima da época, publicada pela extinta Editora Azul.



Mas sem dúvida nenhuma, foi com a série de comerciais para a Sukita que a modelo teve sua imagem catapultada. E nem precisou demorar tanto assim para ensaios fotográficos um pouco mais ousados: já em outubro de 1999, estampava a capa da revista Trip, numa fórmula ensaio e entrevista, que era habitual daquela publicação. Ali Michelly deixava claro: encarava a fama como algo transitório, e tinha o objetivo de comprar uma casa de praia ("em Floripa ou na Bahia") e ser bióloga marinha.



Os sinais iam aparecendo. A série de comerciais da dupla Michelly Machri-Roberto Arduini seguiu ao longo do ano 2000 — assim como o interesse da PLAYBOY em ter Michelly em suas páginas (e como as insistentes piadas vinculando a modelo a "tios"). Em 2001, na reta final das campanhas publicitárias para o refrigerante, veio a estocada final: a proposta para estampar a capa de aniversário de PLAYBOY naquele ano.



Proposta aceita: no fim de junho daquele ano, se anunciava que a florianopolitana seria a estrela da edição de 26 anos da publicação. Houve tempo até de fazer uma foto que iria para a seção habitual que a revista tinha naquela época — Nossa Próxima Capa, obviamente publicada na edição de julho de 2001. Contudo, não se sabiam detalhes: o jornal O Estado de S.Paulo dizia apenas que "a locação ainda não foi definida".



Logo foi: um apartamento em São Paulo, mesmo. Ali Michelly foi o foco das fotos de Valério Trabanco, com a habitual produção de Ariani Carneiro para o ensaio, feito ao longo de julho de 2001. A começar pela chamada de capa ("Desta vez a gente vai brindar com refrigerante!"), as piadas evocando a campanha publicitária que lhe deram o momento de fama foram mencionadas aqui e ali. Contudo, ficaram em segundo plano.



O que chamou a atenção, no ensaio, foi a repetição do ar "lolita" que ensaios de PLAYBOY tinham periodicamente. E Michelly assumiu isso, numa das frases citadas ao longo das fotos: "Morei em Florianópolis, sou garota de praia, meio moleca mesmo. Não me preparei para lidar com o sex appeal. Mas estou me saindo bem, né?".


O lado ingênuo foi até exacerbado. E isso deixou o ensaio bastante delicado, calmo, tímido, até infantil (sem ser infantilizado). Com um chapéu florido, poucos peças de roupa e batom forte apenas em poucas fotos, Michelly raramente foi ousada. A foto mais notável mal poderia ser chamada de "forte": Michelly tentando morder o dedo do pé, traquinagem algo infantil. Esse caráter ameno fez o ensaio ser justificado e defendido por ela, numa frase dita em entrevistas para apresentar o ensaio: "Hoje todo mundo tira a roupa e faz fotos sensuais. A diferença é que alguns não mostram os pêlos".


Outra declaração deixou claro como aquele ensaio fazia questão de ser até brincalhão: "Para eu me sentir criança de novo, é só colocar um doce na minha frente. Vale chocolate, sorvete, pipoca...". E, no entanto, Michelly ficaria longe de ser conhecida por consumir tais guloseimas. Muito longe disso. Tanto que PLAYBOY estamparia, em outra edição de aniversário — agosto de 2010, exatos nove anos depois daquele ensaio de celebração: numa matéria com levantamento estatístico sobre as estrelas de capa, informou-se que Michelly fora a estrela com menor percentual de gordura, entre todas as capas de 1975 até ali.



O ensaio foi o ápice da fase célebre de Michelly Machri. No mês seguinte, setembro de 2001, ela ainda estamparia a capa de outra revista da Editora Abril (Boa Forma). A campanha publicitária da Sukita uma hora chegou ao fim. Michelly ainda tinha planos aqui e ali: apresentar programas vinculando esporte e natureza, fazer mais campanhas publicitárias, chegou até a assinar contrato com a TV Globo (não passaria de uma participação no infantil Sítio do Pica-Pau Amarelo). Anos depois, por volta de 2003, em nova fase, chegou até a cortar os cabelos e deixá-los com um tom platinado, além de assinar contrato com outra agência de modelos, a Marilyn. Entretanto, até mesmo essa fase passou.



Aos poucos, Michelly foi voltando ao anonimato. Conseguiu realizar seu sonho de viver num ambiente praiano. De vez em quando, lembra-se dos tempos de modelo. Ainda assim, indiretamente, realizou o que já dizia que viveria, na supracitada entrevista de 1999 à revista Trip: "Eu pretendo continuar assim, normal, tratando as pessoas do mesmo jeito". Em suma: realizou seu sonho.



E os tempos de visibilidade, simbolizados naquela série de propagandas para a Sukita, tiveram um ápice naquele ensaio intimista para PLAYBOY.



EDIÇÃO ARIANI CARNEIRO COORDENAÇÃO MAINA HELENA FALAVIGNA

PRODUÇÃO SUSANNE SASSAKI CABELO E MAQUIAGEM LILI FERRAZ

ASSISTÊNTE MÁRCIA SATÚ


Resenha de autoria do leitor Felipe Souza, de São Paulo - SP.
7.261 visualizações1 comentário

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1 comentario


Leonardo José Raimundo
Leonardo José Raimundo
26 nov 2023

Michelly Machri foi excelente nas fotos. A melhor foto de Michelly foi a 30a., em que ela se deita na cama totalmente nua. Eu amo a bunda feminina.

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