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1042 itens encontrados para ""

  • N.º 159 OUTUBRO DE 1988: JACQUELINE MEIRELES

    DESEJOS E PRAZERES MULHER BONITA Mulheres Do carinho à ousadia, elas entregam o que esperam de você no primeiro encontro Jacqueline Meireles A sedutora nudez da Miss Brasil 87, uma loura apaixonada pelo Oriente Brandi, a Gata da Califórnia Nua, uma deslumbrante ninfeta de 18 anos que adora esportes perigosos Mylene Macedo A estonteante e polêmica nudez da melhor secretária da Constituinte FICÇÃO O Expresso do Prazer Uma história inédita e completa de Altuna, o mestre dos quadrinhos eróticos HUMOR Marajá Uma Sacada de Washington Olivetto O Analista de Bagé Os Quadrinhos de Playboy As Piadas de Playboy A SEU SERVIÇO DOCE VIDA Insiders O paraíso do nudismo em Ibiza, uma escapada romântica em Bruges e os cintos no tom da moda O Seu Astral Nossa maga Ana Corrêa revela: Mercúrio deve evitar aventuras, mas a energia sexual de Saturno está ótima O Homem no Espelho Um guia para você fazer bom uso dos energizantes e a malhação do campeão brasileiro de esqui, Fábio Igel A Nova Safra do Som Os superamplificadores e os compact-discs são as vedetes da temporada Bazar GASTRONOMIA O Homem na Cozinha O fettucine especial do embaixador Luís Felipe Lampréia e o frango com vodca de Christiane Torloni RANKING As Comidas dos Motéis Saímos a campo para conferir a qualidade das cozinhas de motéis de sete capitais brasileiras MODA Playboy Coliection Da descontração das camisas coloridas à sobriedade dos paletós, cinco idéias para você brilhar no verão ESPECIAL O Livro do Mês Um Toque de Elegância conta as tumultuadas relações de Cary Grani com Grace Kelly, Sophia Loren e Randolph Scott PODER E FAMA ENTREVISTA Newton Cardoso O governador mineiro conta piadas, canta hinos e abre o jogo sobre sucessão e os bastidores do poder 10 PERGUNTAS Dalma Cailado Um papo com a top model brasileira que recebe 5 mil dólares por desfile e está entre as 10 melhores do mundo O Meu Primeiro Carro As primeiras aventuras e conquistas sobre quatro rodas contadas por Lobão, José Victor Ollíva e mais oito personalidades Dívida de Cocaína Não Tem Perdão O depoimento explosivo de um ex-cobrador de dívidas da droga sobre o narcotráfico O Surfista das Nuvens As fantásticas fotos do esportista francês que pega nuvens em pleno ar BASTIDORES O Melhor Ângulo da Notícia A fotógrafa Graça Seligman mergulha na sensualidade de Marilena Chiarelli, Tania Fusco e outras feras do jornalismo político CLICK Flagras Indiscretos da Fama Cláudia Alencar no lançamento de seu livro, Luciana Vendramini de Rapunzel e 4 coelhinhas de Playboy num vídeo da Philips Prazeres Culturais O novo filme de Arnold Schwarzenneger, uma coleção de 15 fitas de jazz e um livro de contos eróticos espanhol Entre Nós Caro Playboy Assessoria Toques espertos sobre o uísque irlandês, o erotismo do tênis e o uso de colírios para voz

  • N.º 147 OUTUBRO DE 1987: MAGDA COTROFE

    DESEJOS E PRAZERES MULHER BONITA Magda Cotrofe Especial para os leitores de PLAYBOY, o sensacional strip-tease que ela guardou para a sua noite de núpcias Sachiko, a garota do poster Uma combinação perfeita de talento numa única mulher: oriental no nome e no mistério da sua sensualidade e ocidental nos traços e na beleza dourada Sandra Castro, a lourinha de Brega & Chique Os encantos que se escondem por trás daqueles óculos escuros que aparecem na abertura da novela Sexo no Cinema e no Vídeo De Malu Mader e Maruschka Detmers aos tórridos vídeos eróticos, o que 87 teve de mais excitante nas telas e telinhas Provocações Uma viagem por um eterno mistério feminino, a lingerie, num desfile de tentações FICÇÃO E Aqui Estamos! Ou Não? Ele e ela, recém-casados, descobrem emoções e surpresas da vida a dois já na viagem de lua-de-mel. Um conto cheio de humor e malícia, por uma especialista, Dorothy Parker HUMOR O In e o Out da Sedução O certo e o errado na nobre arte da sedução, por Ruy Castro Patentes A máquina do sexo, a minitanga e outras invenções para tornar mais divertidas as horas que você passa na cama em boa companhia O analista de Bagé Queromeu, o corrupião corrupto As piadas de PLAYBOY DOCE VIDA Insiders Quem sobe e quem desce na nova cotação dos melhores restaurantes de São Paulo; a moda dos grandes magazines Transas Os poderes insólitos da aveia afrodisíaca e como conquistar uma libriana O Homem na Cozinha Delícias mineiras preparadas por um publicitário especializado na cozinha das "Geraes" Música O romântico jazz de Tony Bennett e a dupla gostosa: Dalida e Rosemary Filmes & Vídeos O Cyrano apaixonado de Steve Martin em "Roxanne" Leitura John Cheever e suas saborosas histórias com gosto de maçã PODER E FAMA ESPECIAL O Livro do Mês Inaugurando uma nova atração de PLAYBOY, polêmico best-seller "A Guerra Secreta da CIA", de Bob Woodward, o repórter que denunciou o escândalo Watergate ENTREVISTA Fernando Collor de Mello O jovem governador guerreiro de Alagoas, um inimigo mortal de marajás e jagunços, numa conversa franca sobre política, tietes, caratê e o poder Soco de Aço, Alma de Garrincha Num canto, o peso-pesado Maguila, nosso campeão que bate primeiro e pergunta depois; no outro, o escritor Deonísio da Silva. Resultado: um perfil revelado Fausto Fawcett Um papo irreverente com o poeta das calcinhas Exocet e das louraças belzebu, um surpreendente sucesso CLICK Flagras Indiscretos da Fama Uma Monique, a Evans, alegrando a garotada de Ipanema, e outra Monique, a Gabrielle, que vai ser a nova Emmanuelle A SEU SERVIÇO BEBIDA A Vodca Brasileira Um superteste comparando vodcas daqui e de fora, e uma surpresa: você não precisa mais comprar as marcas importadas para ter uma boa bebida SOM As Novidades Vai trocar seu equipamento de som? Aqui estão sugestões com os últimos lançamentos MODA Guia Playboy de Moda Verão Ternos, blusões, camisas: como ser elegante, nos meses quentes, fora das piscinas e das praias Entre Nós Caro Playboy Assessoria Panteras, Gatas & Coelhinhas

  • N.º 123 OUTUBRO DE 1985: LUCIANE QUADROS

    DESEJOS E PRAZERES MULHER BONITA A prima de Jânio Luciane Quadros mostra que tem tudo para ser tão — ou mais — famosa quanto seu primo ex-presidente Sandra Bréa O novo visual e a nudez gloriosa da estrela de "Ti ti ti" (Ver o ensaio) A Musa do Verão 86, em nossa eleição Que tal construir a mulher dos seus sonhos? Ou escolher uma já pronta? Para isso você ainda ganha prêmios! Boy George, a porção mulher As roupas vão caindo e surgem seios, curvas e tudo o mais. Será ele? Não. É Georgina, seu sósia! COMIDA E VIAGEM Aventuras na busca do prazer As emoções surpreendentes do trabalho de quem faz os guias "Quatro Rodas" HUMOR Confissões de um videomaníaco Luís Fernando Veríssimo e o novo rei de sua casa: o videocassete O Analista de Bagé E o caso do macho convicto "O Planeta Diário" Um trailer da próxima edição do jornal mais irreverente do país As piadas de Playboy FICÇÃO Alberto Moravia O adultério estimulado pelo marido, num trecho do último romance da grande autor italiano lançado no Brasil DOCE VIDA O string é nosso Cláudia Lúcia lança uma sigla que não vai deixar ninguém indiferente; Transas; Teste seu Vocabulário Música O que há de novo em discos Insiders Dicas sobre Rio, São Paulo e as grandes cidades do mundo, por gente que sabe das coisas Vídeo A TV, histórias e tendências, por Walter Clark Cinema Os filmes da temporada, com dicas e cotações, por Ivan Isola Leitura Comentários, entrevistas e livros, na edição de Fernando Moreira Salles PODER E FAMA ENTREVISTA José Wilker O Roque Santeiro da novela das 8 fala sobre os bastidores da TV, droga, comunismo e as mulheres de sua vida Andrea Beltrão 20 Perguntas à antigata mais gostosa da TV (Ver a entrevista) DOCUMENTO A noite em que o Cavaleiro da Esperança ganhou sua dama Como Luís Carlos Prestes conquistou Olga Benário, numa das melhores passagens do novo livro do repórter Fernando Morais BASTIDORES Os perigos do sexo milionário da Fórmula 1 As conquistas dos pilotos fora das pistas PRIMEIRA PESSOA DEPOIMENTO Iacocca Como me vinguei de Henry Ford, salvando a Chrysler SUCESSO Dicas de quem chegou lá: Raul Souza Sulzbacher, dono da Jeans Store MUNDO DE PLAYBOY CLICK Flagrantes indiscretos de gente famosa A SEU SERVIÇO SEÇÕES Entre Nós Caro Playboy Assessoria Os conselhos de Playboy Mulheres Belisa Ribeiro diz o que os homens devem fazer quando vão ao apartamento delas Homens Os segredos e macetes para sair com uma mulher pela primeira vez — e dar certo Zoom O que você deve comprar ou evitar nas "free shops" do mundo Moda A elegância do paletó no verão EM CENA Show Room Os instrumentos que você deve ter — ou alugar — para ver melhor o cometa de Halley Bazar

  • N.º 111 OUTUBRO DE 1984: BETTY FARIA

    ENTREVISTA Renato Aragão Falando tudo sobre os Trapalhões, bastidores de TV e cinema e sua vontade de votar Vera Mossa "20 Perguntas" para a musa descasada e símbolo sexual da Seleção Brasileira de Vôlei REPORTAGEM Flats e apart-hotéis Como vivem os solteiros e descasados que escolhem a liberdade com mordomia Norman Mailer na URSS Um dos maiores autores americanos conta suas impressões sobre a União Soviética HUMOR Uma questão de estilo Miguel Paiva mostra que aqueles pelinhos podem ocultar uma mensagem Mineirinho Agora no Paraná, entre pés de soja F&M Na onda das danceterias O Analista de Bagé No caso do travesti MULHER Kátia A gatinha paulista mostra aqui o que ainda não mostrou cinema Betty Faria A nudez da irresistível porta-estandarte da novela "Partido Alto" A Suíça Tropical A sensual Iolanda Egger e seus recursos para substituir a patrícia Ursula Andress ARTIGO Ali, depois do título Muhammad Ali, em sua mansão, fala de suas conversas com o papa, Idi Amin e outros líderes SURPRESA A sósia e a rival Suzanne é a sósia de Roberta Close. E Telma, a rival. FICÇÃO Troca-se o Tempo Por que aquela garota tinha apenas uma hora para amar? MEMÓRIA Por Debaixo da Toga Trecho do diário da ex-juíza Cristina Nogueira, com suas aventuras (até sexuais) na maratona de Nova York ESPECIAL Guia de Bebida A arte de beber, da tradição aos segredos do bar, incluindo as melhores receitas de drinques SEÇÕES Entre Nós Caro Playboy Cartas sobre Lucinha Lins, Luíza Brunet e outros temas Doce Vida Agenda, com motéis para ciclistas e motéis mais seguros; Em Off fala das novidades da noite; a música de Prince; a beleza loura da roqueira May East, em Qual é a Sua As Coelhinhas Tamara Taxman, Monique Evans, Suzane Carvalho e outras respondem o que pensam depois do amor Piadas

  • N.º 99 OUTUBRO DE 1983: BIA ANDREAZZI

    ENTREVISTA Qual é a sua, Tizuka? A cineasta de "Gaijin" e de "Parahyba" conquista seu lugar Kleiton e Kledir Sobem ao patamar dos ídolos, deitam na fama, rolam na cama Elba Ramalho Canta com as pernas de fora porque acha bom. Tem razão REPORTAGEM 13 heróis da crise Perderam o emprego. E estão ganhando mais dinheiro que antes DEPOIMENTO Ivan Chagas Freitas Confissões de um filho do poder: "Vivi cercado de ratos" O dilema de Figueiredo Ele não queria ser presidente — revela o livro de Saïd Farhat CINEMA Cenas eróticas de 83 Com Sônia Braga, Vera Fischer, Fabiana e outras desse timaço ENSAIO As enfermeiras De Cleveland ao Hospital das Clínicas, elas ajudam a viver O outro lado do Rio As cariocas, vistas de costas — tão boas quanto de frente MULHER A superfêmea É Sybil, a loura fantástica do incrível Hulk A garota do poster Carina, uma sueca em busca do calor e dos prazeres do verão A presidenciável Bia Andreazzi, nossa coelhinha, mostra toda a sua plataforma TESTE PLAYBOY Perfumes masculinos Um júri feminino aponta quais os que elas mais gostam de sentir num homem HUMOR Veríssimo e Ed Mort Um anti-herói e os escândalos do governo Mentiras de casal O que eles dizem. E por que elas acreditam Jules Feiffer Outra dos descasados Bernardo e Edu Mineirinho, o tripé Um problema para o alfaiate resolver FICÇÃO Fernando Sabino Conto: no quarto da mulata Valdirene SEÇÕES Entre Nós Doce Vida Viagem ao Caribe, os bares do momento, as músicas de sucesso O Mundo de Playboy Como foi a festa para as Mulheres Mais Sensuais Click Em flagrante: Ítala Nandi, Danuza Leão e outras feras Piadas ESPECIAL Guia de Eletrônica Em 34 páginas, o que há de melhor no mundo dos computadores, dos cassetes, do som, dos videogames. E as dicas de Guto Graça Mello para você montar uma fita quentíssima — como as que ele produz

  • N.º 87 OUTUBRO DE 1982: SUZANE DE CARVALHO

    Especial Suplemento: O Guia Playboy de Moda Mulher Suzane de Carvalho Ensaio: Aventuras no Expresso do Oriente Poster: Lourdes, um presente do Havaí Cinema: Sex cinema 1982 Artigo O agente que promove até o Papa — Peter R. Range Depoimento Memórias do cárcere francês — Rudá de Andrade Reportagem Coquetéis das celebridades — Suzana Junqueira Os homens da plataforma — Vitu do Carmo Os sonhos made in Brazil — Suzana Junqueira Ficção Fujie — João Antonio Humor O manifesto sexual de — Luís Fernando Veríssimo Mineirinho, o comequieto — Ziraldo As meninas do Rio — Chico Caruso Os caçadores da urna perdida — Ruy F. Barboza As piadas de Playboy Opinião E se as Malvinas fossem nossas? — Candal da Fonseca Entrevista Playboy entrevista Luciano Pavarotti 20 perguntas para Eduardo Mascarenhas Viagem Bali — Klaus Mitteldorf Doce Vida Transas Agenda Música Leitura A fita de Playboy As dicas de Playboy Especial: O guia do descasado Carreira Esporte Seções Entre Nós Homem Comportamento sexual Converse com as coelhinhas Bazar O Mundo de Playboy

  • N.º 75 OUTUBRO DE 1981: BO DEREK

    Mulher Poster: Cristina ao sol de Búzios Cinema: Bo Derek em "Tarzan, o Filho das Selvas" Ensaio: A despedida de solteira de Oneida Entrevista Playboy entrevista Gerson Reportagem Os poderosos Barreto — Ivo Cardozo A revolução depois da pílula — Edith Machado Que diplomas valem mais hoje? — Wilson Palhares Bomba no Riocentro — Belisa Ribeiro Viagem Côte d'Azur - Que verão! — Ruy Castro e Arnaldo Klajn Ficção Crônica de uma morte anunciada — Garcia Márquez Humor Mineirinho, o comequieto — Ziraldo As piadas de Playboy Serviço Som: Um som para cada ambiente — Lucília O. Santos Aparência: A barba como elas gostam — Suzana Junqueira Moda: Correndo com elegância — Leopoldo Amorim Doce vida Corrida Cinema Viagem — Suzana Junqueira Aonde ir Leitura — Fernando Pessoa Ferreira Rock e Jazz — Ezequiel Neves Música brasileira — Tárik de Souza Sexo Seções Entre nós Caro Playboy Converse com as coelhinhas

  • GAL COSTA | FEVEREIRO, 1983

    A maior cantora do Brasil deixa a timidez de lado e fala de sua vida particular. Ou seja: de sexo, transas, candomblé e... muita música POR JOSÉ CASTELLO FOTO VÂNIA TOLEDO Na escolha dos leitores, o Prêmio Playboy de Música Popular Brasileira para melhor cantora de 81 foi para Gal Costa. Com o lançamento de seu novo disco, Minha Voz, a crítica juntou-se ao público para confirmar: Gal é, atualmente, a maior cantora do Brasil. Na reportagem Assim Nasce um Sucesso, em novembro último, os leitores de PLAYBOY conheceram os bastidores da gravação desse disco. E tomaram contato com uma profissional capaz de ser ao mesmo tempo suave e agressiva, ponderada e explosiva, tímida e expansiva — mas, acima de tudo, perfeccionista em seu trabalho. Nesta entrevista ao repórter José Castello, depois de muita insistência, Gal Costa abriu um pouco a guarda (ela detesta dar entrevistas e praticamente se nega a falar de sua vida particular) e acabou revelando aspectos pouco conhecidos da mulher que existe sob a imagem da cantora. Afundada numa poltrona de sua casa na Barra da Tijuca, no Rio, meio escondida atrás de óculos escuros, Gal Costa falou das paixões que provoca, dos inúmeros casos que atribuem a ela, do amor, de sexo, de drogas e, evidentemente, de música — sua maior paixão. 1. O interesse por sua vida particular é grande. E você sempre evita tocar nesse assunto. Por quê? Minha vida particular é minha e de mais ninguém. O que eu faço ou deixo de fazer em casa, com quem eu trepo, se eu trepo cinco, seis vezes por dia, isso é problema meu. Não interessa a ninguém. Mas as pessoas não param de inventar histórias. Inventaram, por exemplo, que eu estava trepando com o Pelé! Isso porque me viram no Hippopotamus com ele. Eu nunca trepei com o Pelé, somos apenas amigos. Mas, se amanhã eu for jantar no Hippopotamus com o Zico, vão dizer no dia seguinte que eu trepei com ele. Não tenho a menor dúvida. Então, só posso dar risada dessas coisas... 2. Você realmente evita falar dos homens que namorou, não é? Isso não é verdade. Todos sabem que o Toquinho, por exemplo, foi um cara que eu namorei durante muito tempo. Namorei também o Gil há muitos anos. Agora, andaram publicando que eu transei com o Caetano, mas isso é uma mentira terrível. 3. É verdade que você desperta paixões violentas, até mesmo em pessoas que você nem conhece? Eu já vivi uma história, sim, um caso de paixão meio louco. Teve um rapaz, que era amigo de um outro que trabalhava comigo. Como ele era muito simpático, dei um emprego pra ele. Isso faz uns sete anos. Ele era um garoto, se apaixonou por mim, e passou a me seguir por todos os lados. Eu viajava, ele ia atrás: dormia na porta do hotel em que eu estava hospedada. Foi uma coisa terrível! Não sei como ele viajava, acho que era de carona, mas sempre me encontrava. Chegou a um ponto em que, de tanto dormir pela rua, em porta de teatro, de hotel, ele já parecia um mendigo. Vê-lo daquele jeito me dava uma angústia horrível... Graças a Deus, depois me disseram que ele se casou. 4. Esse assédio dos fãs apaixonados continua? Muita gente me paquera... mas eu não vou entregar nomes, não. Tem intelectuais, garotos de Ipanema, gente de todo o tipo. Estou sempre recebendo bombons, flores, cartões aqui em casa. Uns fazem propostas mais diretas, outros escrevem poemas. Eu digo que não quero. Ou, quando quero, digo que quero... Às vezes nem respondo. Mas, quando é uma pessoa por quem tenho respeito, aí é claro que eu respondo. Minha atitude é sempre ser delicada. 5. E, quando é você quem se apaixona, você toma a iniciativa? Tomo. Se estou muito a fim, eu tomo. Hoje sou uma pessoa menos tímida. E sei avaliar muito bem quando a pessoa está interessada em mim ou está apenas querendo curtir namorar a Gal... 6. Você acha que a liberação sexual tornou o amor apenas mais pragmático — e com isso o amor de verdade dançou? Não acho. Acho que o jovem, enquanto ele é jovem, não está a fim de se amarrar em ninguém tão cedo. Ele quer namorar descompromissadamente, quer transar é a saúde. Vai trepar por trepar mesmo, pelo prazer de estar ali fazendo amor com outra pessoa, e eu acho que é isso mesmo que ele deve fazer. Mas eu continuo acreditando no ser humano, continuo achando que o amor é a coisa primeira, é o que vai salvar o mundo. 7. Nessa sua visão do amor, a fidelidade é importante? Acho que a fidelidade não depende daquela coisa preconceituosa e burguesa que é você estar proibido de trair. Para mim, fidelidade é outra coisa. Não acredito nessa idéia de você não se permitir trepar com uma pessoa, se deu vontade, só porque você está apaixonada por outra. Acho que a fidelidade entre duas pessoas está acima disso, acho que ela está dentro da própria relação, e não fora dela. 8. E com você já aconteceu de estar apaixonada por uma pessoa e ir para a cama com outra? Claro, claro que já aconteceu comigo. Eu admito que isso traz conflitos, traz ciúmes, é um negócio que depois você tem que discutir, mas é uma coisa legal. Afinal, as coisas acontecem, você não pode querer controlar tudo. 9. E o que você acha das mulheres passivas, melosas, que fazem o gênero "Amélia" e não batalham para melhorar suas relações, suas vidas? Acho que essa coisa melosa acontece com as mulheres em geral, mas é uma coisa que vem sendo quebrada aos poucos. Não me vejo participando ativamente de um movimento feminista, mas acho que esse movimento é importante porque vai abrindo a cabeça das mulheres. Não gosto das feministas radicais, que acabam virando homens, se colocando na posição do homem, se vestindo de macho. Acho isso negativo, porque o ideal é haver uma harmonia entre os sexos. Se for para citar algumas mulheres que exemplificam o meu ideal de mulher liberal, falo em Bethânia, Tônia Carrero e Regina Casé. É claro que tem muita mulher bacana aqui no Brasil, mas cito essas três porque são minhas amigas, as conheço bem. São mulheres inteligentes, abertas e sensíveis. E muito femininas. 10. E a Simone? Ultimamente, andam dizendo que você está transando com ela... Bobagem, meu filho. Já estou acostumada com esse tipo de história... Isso nem me agride mais. Imagina se essa história vai me chatear! É um absurdo. 11. Mas é verdade que a Simone só gosta de conversar nua, e que quando vocês gravaram juntas a música Bárbara, de Chico Buarque, você estava nua também? Isso é outra grande bobagem. Simone é uma cantora, uma artista, uma pessoa por quem eu tenho grande admiração. Ela me convidou para gravar Bárbara, e eu aceitei. Imagina eu gravar nua! Logo eu, que não tenho o costume de ficar nua na frente de outras pessoas... Num estúdio de gravação, então, eu ficaria realmente encabulada. Eu gravo normalmente, de jeans, tênis, como estou. 12. E, no palco, como é que você consegue crescer tanto? É, no palco eu sou sempre exuberante, forte, uma supermulher. Às vezes até me desconheço no palco. Aparento ser uma mulher supermadura, aquela fera, aquela tigresa. Aí, na minha vida cotidiana, quando eu procuro aquela mulherona que está lá no palco, eu não a encontro. Por isso é que eu digo que o palco revela uma coisa mágica da minha personalidade, que só aflora mesmo ali, como numa transa mediúnica. Incorporo um jeito guerreiro, perco totalmente minha timidez. No cotidiano, ao contrário, essa timidez fica acentuada demais. 13. Mas sua imagem de hoje é bem menos agressiva do que nos tempos do Tropicalismo, não é? No tempo da Tropicália, as pessoas também eram mais agressivas comigo. Na rua, me chamavam de piolhenta, de drogada, de maconheira. Uma vez fui agredida em plena avenida Rio Branco, no centro do Rio. Fui participar das filmagens de um curta-metragem e representava dentro de uma kombi. Quando acabei de filmar, tinha gente em cima da kombi, queriam me fechar lá dentro, batiam nas janelas e me chamavam de macaca. Foi terrível. 14. Você falou que tinha imagem de drogada. Você toma drogas? Não vou negar que já experimentei. As coisas estão aí, e você tem que experimentar. Mas tudo o que você faz de uma forma radical se torna ruim. Eu não sou uma pessoa radical. Até o somalium, que eu tinha que tomar para conseguir dormir, eu cortei. Não uso drogas, gosto apenas de tomar uma dose de uísque para relaxar. Mas é bom deixar bem claro que não sou contra. Sou até a favor da liberação das drogas. O homem tem que ter liberdade para tudo, porque só assim se torna responsável. Cada pessoa deve fazer o que acha que é correto para si mesma. 15. E religião, você tem? Eu sou muito mística, muito espiritualista. Tive uma formação católica, mas hoje estou muito mais ligada ao candomblé. Eu devia ter uns 18 anos quando fui a primeira vez ao candomblé de Mãe Menininha. Agora, sempre que preciso de alguma coisa, de me cuidar, me cobrir, fazer minhas obrigações, eu volto lá. Procuro sempre também a Mãe Cleuza, a Cleuza Millet, de Salvador. Sempre que tenho algum problema espiritual, telefono para ela. Às vezes telefono toda semana. O candomblé me fascina porque fala das forças da natureza, do equilíbrio do bem e do mal. Eu acho que Deus está na natureza, a gente no fundo é Deus, só que o homem não tem capacidade de se avaliar. É difícil ter uma visão teórica de uma coisa irracional. É difícil, mas hoje eu acredito em tudo. Eu respeito tudo e acho que todos os caminhos são verdadeiros. 16. Vamos falar de música, agora: qual foi a tua primeira grande paixão musical? Foi o João Gilberto. Eu era adolescente, tinha 14 ou 15 anos, e estava sempre ouvindo rádio. Um dia, por acaso, ouvi o João cantar. Não sabia quem ele era, que tipo de música era aquela, o que era, não conseguia compreender o que eu tava ouvindo, mas sabia que era uma coisa exótica, uma coisa nova, muito diferente de tudo o que eu conhecia, e me apaixonei na hora. Fiquei louca procurando nas rádios sempre para ouvir o som do João Gilberto. Lá em casa não tinha vitrola, então o jeito era ficar esperando que a música pintasse no rádio. Era um radinho pequeno, eu levava ele para o meu quarto, estava sempre com ele próximo de mim. Mais tarde, fui trabalhar como vendedora numa loja de discos. Ficava o dia todo metida no meio de discos. Era a época da Rosinha de Valença, do Baden, do Vinícius, a época da gravadora Elenco. O Sérgio Mendes estava indo para os Estados Unidos... Eu ouvia também música estrangeira, o Ray Charles, a Betty Carter, o Frank Sinatra, a Ella Fitzgerald... Eu ouvia tudo atentamente, gostava de tudo. Mas com grande paixão mesmo só João Gilberto. Ele era um mundo à parte, um deus. 17. Que cantoras influenciaram tua formação? Eu ouvia muito a Dalva de Oliveira e a Angela Maria. Eu acho que herdei mais coisas da Dalva, enquanto a Elis Regina, por exemplo, guardou mais coisas da Angela. O vibrato da Elis, por exemplo, era parecidíssimo com o da Angela Maria. Já a Dalva de Oliveira tinha uma coisa que era leve, que era pura, ela cantava as coisas mais barra-pesadas de amor, de paixão, e sempre tinha um tom leve, um tom que parecia acima do bem e do mal. Eu me identifico muito com a Dalva de Oliveira nesse ponto. A pureza, a leveza são coisas da Dalva que eu guardo muito em meu canto. 18. E como ficou a música brasileira depois da morte de Elis Regina? Ficou um buraco, um buraco enorme. Acho mesmo que a música brasileira perdeu o maior acontecimento musical que ela já teve. Elis era um músico, não uma cantora, e estava num nível em que as cantoras brasileiras nunca sonharam chegar. Acho que as pessoas não compreenderam o lance da Elis direito. Ela foi muito incompreendida. O Caetano foi um cara que batalhou muito para mostrar a importância da Elis. Mas as pessoas não tiveram a capacidade de compreender a grandeza do trabalho da Elis. 19. Quais os grandes músicos que estão pintando na nova geração? Ando apaixonada pelo Djavan, que é um cara relativamente novo, um grande músico, um grande poeta, um grande cantor. Ele é talvez o melhor cara dessa nova geração de músicos que começa a se afirmar agora. 20. E por que não surgiu nenhum outro grande movimento de vanguarda na música popular brasileira, depois do Tropicalismo? Não sei se é necessário pintar. Não sei se os movimentos são necessários para que a música brasileira fique mais rica. Ela já é em si mesma muito criativa, muito rica. Eu, por exemplo, passei pelo Tropicalismo, mas nunca perdi a minha formação bossa-novista, a influência de João Gilberto. Toda a minha geração foi muito influenciada pelo João. Teve um período, no início do Tropicalismo, que eu estava muito influenciada pela Dionne Warwick. Ela me ajudou a dar um impulso que eu precisava naquela época, embora o meu trabalho nada tenha a ver com o dela. Mas guardei sempre o intimismo e o perfeccionismo do João. Acho que a base de tudo está na bossa-nova, com ele. Publicado em fevereiro de 1983, ed. 91. Editora Abril, São Paulo - SP.

  • RAÍ | SETEMBRO, 2015

    Lançando a fotobiografia Raí Auto_Fotobio, o eterno terror do Morumbi fala sobre Viagra, bebida, política, Seleção e boatos sobre a sua sexualidade POR JOÃO PEDRO JORGE FOTO CLAUS LEHMANN 1. Em 2012, a colunista Fabíola Reipert insinuou que você teria um caso com o apresentador Zeca Camargo. De onde surgiu essa história? Do nada. Foi alguém que quis inventar algo do nada. Se ele fosse um amigo, alguém próximo, mas não. Ela inventou do zero. Todo mundo que compartilhou sabe que não é verdade. 2. Há muitos homossexuais no futebol? Já ouvi muitos jogadores falando que não tem, mas claro que sim. Só que é um meio tão machista que ninguém fala. O mundo do futebol sempre foi ligado a esse lado da força, de se mostrar o mais violento. 3. Você tem um considerável fã-clube feminino. Deu para aproveitá-lo? Antes de me casar, eu tive urna vida de interior bem pacata. E depois não teve como. É até engraçado. Tenho certeza de que minha carreira teria sido muito mais complicada se eu fosse solteiro. Talvez nem fosse jogador. 4. Mas e depois de se separar, como foi descobrir que poderia pegar a mulher que quisesse? [Risos.] Foi um momento de adolescência tardia. O que eu não aproveitei aos 17 anos, acabei aproveitando depois dos 30. Ainda mais que a minha carreira estava acabando, então não tinha mais essa responsabilidade. Eu aproveitei bastante. 5. Conheceu alguma capa de PLAYBOY naquela época? Não. Por ser uma pessoa pública, sempre preferi ter relacionamentos mais low profile. Mas eu também não conheço todas as capas de PLAYBOY que existiram na vida. [Risos.] 6. Você foi um avô jovem, com 34 anos. Hoje, aos 50, o vovô Raí já precisou usar Viagra? Ainda não, mas estou curioso para saber como é. O Viagra é uma supernotícia para os homens, né? E quando for necessário estender a minha carreira, vou usar. [Risos.] Pena que não tenha o Viagra do atleta. 7. Mas você já broxou? Claro que aconteceu, mas por diferentes motivos. Nada que precisasse de remédio, ou que fosse irremediável num outro dia, numa outra hora. Isso é natural. É normal que você às vezes tenha menos apetite, ou que o ambiente não seja o ideal ou que a pessoa não mexa com você. 8. Você morou muitos anos na França e já se declarou um bebedor de vinho. O que mais você gosta de beber? Eu sou um apaixonado por caipirinha, tem até uma história engraçada: uma vez, numa festa na França, eu fiz caipirinha para uns amigos franceses e eles não acreditavam que era só limão, açúcar e cachaça. E eu sou de Ribeirão Preto, né? Gosto muito de chope... 9. Seu irmão Sócrates morreu em decorrência do alcoolismo. Você já teve medo de perder o controle com a bebida? De certa forma, isso me ajudou a tomar mais cuidado. E eu nunca tive muita resistência para bebida, nunca consegui beber vários dias seguidos. Se conseguisse, teria mais medo. 10. O Sócrates era um cara muito politizado. Você gosta de política? Sim. Acompanho e sinto que estou cada vez mais envolvido com política. Essa é uma coisa que ainda deve crescer para mim. Não sei de que forma, com certeza não como candidato, mas quero participar cada vez mais. E sinto que está para acontecer algo grande. Uma hora dessas algum desses movimentos de esquerda vai ter uma sacada que pode se transformar em uma inovação global em termos de política. O Brasil tem esse ambiente, apesar de todos os nossos pesos históricos. 11. Você está lançando a fotobiografia Raí Auto_Fotobio. Por que não fazer um relato mais tradicional? Já tive várias propostas para uma biografia, mas nunca quis. Acho que é cedo, que tenho muita coisa para produzir. Minha vida pode ser muito mais rica, e vou ter mais sabedoria no futuro para fazer um recuo. A fotobiografia é algo simpático, um registro bom para os fãs. E me ajudou a recuperar muita coisa. Eu sou péssimo para guardar coisas, desde medalha até camiseta. 12. Você não tem mais as suas medalhas? Nada! Minha medalha da Copa de 1994 eu achei outro dia por acaso numa gaveta, meio perdida. Um tempo atrás eu precisei de umas para colocar no meu camarote no Morumbi e tive de pedir emprestado ao Zetti. Eu não guardo. É um desapego, mas também um exagero. Minhas netas vão achar ruim. Mas deve ter coisas guardas com algum irmão, não é desprezo. É desorganização. Nunca tive um armário para ter essas coisas guardadinhas. 13. Sobre 1994, ficou alguma mágoa por ter perdido a titularidade? Não. Até porque teve um contexto, não foi algo do dia para a noite. Eu passei três anos no auge e, em 1994, não estava mais. Acho até que poderia ter continuado como titular, fiz uma grande partida no primeiro jogo, mas não foi uma coisa injusta. E tenho orgulho de ter feito parte daquele grupo. Tive uma importância para aquele time que vai muito além do mês da Copa do Mundo e dos três jogos dos quais participei. 14. Quem foi o melhor capitão daquela seleção, você ou o Dunga? Todas as equipes vitoriosas pelas quais passei foram equipes que tinham diferentes estilos de liderança. Eu sempre brinco que o Dunga foi um supercapitão, mas se tivesse mais três dele, ninguém ia aguentar. E se tivesse três do meu estilo, um cara mais agregado, que estoura menos, também não ia funcionar. A complementariedade de estilos fazia daquele um grupo bem liderado. 15. E em 1998, você ficou triste por não ter ido? Eu sempre falo para os franceses: "Sorte de vocês que eu não fui chamado. Joguei uma Copa só e ganhei uma. Estou 100%". Mas, sem brincadeira, em 98 eu fiquei triste. Estava em uma boa fase, a Copa do Mundo era na França e, vendo hoje, minha carreira merecia ter tido pelo menos duas Copas. O Giovanni, que foi no meu lugar, jogou meio tempo e nunca mais, então eu poderia ter tido um papel mais efetivo. Mas, de novo, foi algo inesperado. Entre 1994 e 1998, acho que fiz só um jogo pela seleção. Não me surpreendi. 16. Na fotobiografia você fale rapidamente sobre racismo na França. Como foi isso? Comigo não aconteceu nada, mas eu me lembro do Valdo, que jogou comigo e é negro, negro mesmo, me contar histórias terríveis. Uma vez na imigração ele tinha uma fruta na mala e os caras abriram a fruta para ver se tinha coisa dentro. E sempre o paravam, mesmo depois que ele ficou conhecido. Ele contava que o atendimento nas lojas era diferente, as pessoas não davam tanta atenção. É triste, e vai criando uma tensão social. 17. Você jogou por muito tempo no Paris Saint-Germain. O que acha da dupla de zaga deles? O Thiago Silva é o melhor zagueiro do mundo e o David Luiz, um dos melhores. Eles tiveram falhas, mas acho que a qualidade deles é incontestável. Eu não deixaria de convocar. A defesa não é o nosso problema. O problema é organização e fazer os jogadores se sentirem seguros. 18. O que deu errado no 7 a 1? Foi uma mistura de pressão gigantes com uma equipe que não se encontrou taticamente, não se sentiu pronta. A Copa foi chegando, aconteceram as primeiras partidas, e o time não se sentiu pronto para esse desafio. E a consequência foi um desequilíbrio, porque essa pressão, quando o time está bem leva para cima. Mas quando o time está mal... 19. O Rogério Ceni recentemente ultrapassou você na artilharia histórica do São Paulo. Rola um ciúme entre vocês? Não! O Rogério Ceni foi meu calouro, eu o conheço e admiro. Essa questão de recordes é parte da vida de qualquer um que quer tirar o máximo da sua carreira. O Messi quer ser o maior artilheiro de todos os tempos, quer ser o maior da Liga dos Campeões, e o Rogério também quer ser o maior. Se ele estivesse jogando mal, seria outra coisa. Mas não está. 20. O São Paulo vai ter problemas quando ele se aposentar? É difícil. O time teve uma mudança de gestão e vai em breve perder o seu líder, o líder que marcou época. É um momento crítico, muito mais complicado do que quando passou a geração do bi Mundial. Naquela época, o São Paulo investiu na base, e apareceram o França, o Denílson, o Dodô... Hoje você não consegue puxar cinco ou seis moleques da base. Até porque o clube tinha uma hegemonia que não existe mais. Hoje os grandes rivais têm estádios novos, têm novas receitas. A competição daqui para a frente vai ser ainda maior. Publicado em setembro de 2015, ed. 848. Editora Abril, São Paulo - SP.

  • CLÁUDIA RAIA | SETEMBRO, 1985

    Ela mostra aqui todos os mistérios da Ninon da novela Roque Santeiro FOTOS J.R. DURAN Era demais para uma cidadezinha como Asa Branca, às voltas com o seu mito e o seu santo: um trio de mulheres bonitas, agitando as noites da boate Sexus, num show erótico de abalar a fé de qualquer romeiro. Entre elas, o frescor de Ninon, a primeira criação de Cláudia Raia em novelas. Um começo de muito sucesso. Em Roque Santeiro, mesmo com a boate fechada, Ninon continuou encantando a todos — do poderoso Sinhozinho Malta ao mais piedoso fiel. E isso é só o começo: até um lobisomem cairá de amores por ela. Compreensivelmente. Para mostrar seus muitos encantos, Cláudia quis como cenário as dunas da belíssima Praia de Genipabu, no Rio Grande do Norte, e um clima de mistério com toques orientais. Nada mal para esta bailarina clássica, descendente de gregos, que aos 18 anos já conquistou o Brasil como a Ciça, ao lado de Jô Soares, no quadro "Vamos Malhar?" de Viva o Gordo! Antes, quando fazia a Sheila, revelação do musical A Choros Line, ela brilhou em PLAYBOY (março de 84) quando era mais conhecida como: Maria Cláudia. Quando Cláudia, uma paulista de Campinas, estreou, no Rio, a peça Baby Sitter, Jô Soares foi conclusivo: "De vinte em vinte anos aparece uma pessoa que sabe falar, cantar, dançar — enfim, um pouco de tudo. Às vezes essa pessoa também é linda e transmite uma alegria e simplicidade imensas. Esta pessoa é o que eu chamo de anjo, e é exatamente o que se passa com Cláudia Raia, Ela veio para ficar". Para manter toda essa forma, Cláudia Raia diz não ter receitas: "Meu único exercício é a dança. Aliás, sou antes de tudo uma bailarina". Receita de homem também ela não tem: "Mas prefiro os maduros, porque são atenciosos, mandam flores, abrem porta de carro. E eu adoro essas gentilezas. Sou romântica: garotão de moto, para mim, não existe". COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO DULCE PICKERSGILL PRODUÇÃO KIKI ROMERO CABELOS SILVINHO MAQUIAGEM VALDIR MOTA Publicado em setembro de 1985, ed. 122. Editora Abril, São Paulo - SP.

  • O PECADO UNIVERSAL

    Ficção Era uma vez um pastor que se deparou com luxurioso rebanho Por DEONÍSIO DA SILVA* — Aleluia, aleluia, aleluia! O irmão, o que sente? É o ardor do pecado nefando? — Ô louco, o que eu sinto, irmão, é uma coisa difícil de confessar, complicada de dizer. — Coragem, irmão! Não vacile! Diga o que tem o irmão! — O médico falou que é priapismo. — Mas o que o espírito das trevas não inventa, hein? Ele quer que pequemos. Priapismo, o médico disse? — Isso, irmão. — Bem diferente do pecado nefando. Pensei que era no verso e é na frente o seu problema, irmão. — Tentei de tudo para me curar, irmão. Anel mágico, pomada chinesa e ungüento com banha de bagual, nada disso foi suficiente. Ao invés de melhorar, piorou. — Pudera! O irmão usou remédios errados. Foi como apagar incêndio com gasolina. E o irmão rezou? — Rezei, irmão. Rezei para uma cambada de santos. — Cambada? Se eram santos não podem ser cambada. O irmão deve moderar mais as suas palavras. — Aqueles para quem rezei não passavam de uma cambada. Ficaram com as rezas e as oferendas e não deram o benefício pretendido. Então me enganaram. É por isso que chamo a todos esses de cambada. — O irmão tem que ter mais fé. Tenha fé em Deus, tenha fé na vida, não escutou a canção? — Eu só penso naquilo, irmão. O dia inteiro. — Continue rezando, não chame mais os santos de cambada e logo o Senhor vai providenciar ajuda para curar o mal do irmão. Antes, porém, não esqueça do óbolo. — Mas isso não é coisa de mulher? — Não. O irmão é muito ignorante. Óbolo é coisa de igreja. Óvulo é que é coisa de mulher. — Mas não é a mesma coisa? — Não, irmão. Um resulta numa criancinha. O outro apenas numa esmolinha. O irmão estudou até que ano? — Até o primeiro incompleto. — Tal qual eu. A escola não tratou bem o irmão? — Lá era o antro do pecado. A professora vinha de minissaia, mostrando as coxas, aquela bundinha apertada, a blusa transparente mostrava um sutiã rendado. Os biquinhos quase metralhavam os alunos quando a tentadora caminhava pela sala de aula. — E o que o irmão fez? Caiu no pecado? — Infelizmente, não. Quem caiu foi outro irmão. Mas todos queriam cair naquele precipício. — O irmão se arrependeu? — Jamais. Não tive a chance de me arrepender. Pois se nem pequei! — Pensar na mulher do próximo já é pecado dos grandes. Não tinha namorado, noivo ou coronel. Ela era todinha, só dela a danadinha — Esta não era de próximo nenhum. Não tinha namorado, noivo, marido ou coronel. Era dela todinha, só dela a danadinha. — O irmão pelo jeito ficou gostando da professora. — Muito, irmão. Podia ter me curado. — Do priapismo? — Sim, deste mal escandaloso, deste pecado horroroso. — O irmão tenha fé. O Senhor vai curar o irmão. É só esperar. Deixe que o pastor cuide de outras ovelhas, o irmão não é a única do rebanho. — E A SENHORA, IRMÃ, O QUE TEM, DE QUE SOFRE, já que todos sofremos de alguma coisa neste vale de lágrimas? — A angústia abateu-se sobre mim como se eu fosse a mulher do Jó. — Vejo que a irmã andou lendo a Bíblia. Por que passou a sentir-se como Jóa? — Mas este era o nome dela? — Não sabemos. Ali só se fala que tinha sete filhos e três filhas, 7.000 ovelhas, 3.000 camelos, 500 juntas de bois, 500 jumentas e numerosíssimos escravos. — Uma das filhas de Jó chamava-se Caixinha-de-Ungüentos. O nome da outra era Pomba. — Pomba, irmã? Mas não a pomba-gira? — Não, esta não. Esta não está na Bíblia. — E a irmã sofre como a mulher do Jó por quê? — Nada me satisfaz. Os pecados mais cabeludos eu tenho cometido. Não escolho mais os homens. O que vier, morre. — Mas a irmã andou matando alguém? — Não. Só a vontade deles eu matei. Mas de que adiantou? A minha eu não matei. Penso que mato a vontade no próximo, mas só mato a vontade do próximo. A minha continua a arder sempre. — A cachopa da irmã vive em chamas? — Isso mesmo. Eu sou toda fogo, meu corpo vive nas labaredas do vício. O meu maior pecado tem sido o da luxúria, irmão. Não posso ver homem que me dá a terrível vontade, aquele irresistível desejo. Para falar a verdade, já estou com vontade do irmão. — Que é que isso, irmã? Olha o respeito. Estamos na casa do Senhor, não da senhora! Tenha fé em Deus, tenha fé na vida, como na canção. — Eu sou uma vagabunda. — Não se desespere, irmã. A salvação pode estar a seu lado. — A meu lado? — Quer um monumento, irmã? Olha ao redor. — Pode ser este, irmão? — Sim, pode e deve ser este irmão. Ele sofre do mal que pode curar a senhora. O priapismo. E a senhora sofre do mal que pode curar o irmão, o ninfomanismo. — Não entendi nada. — Nem precisa. É como bula de remédio. Os irmãos vão para casa e tomem o remédio quantas vezes for necessário. Até que se curem. Vão porque entre vocês dois não será mais pecado. É da natureza. Mas antes não se esqueça do óbolo. — Mesmo que eu esquecesse, a minha natureza lembraria do óvulo. — Meu Deus, quanto irmão ignorante nesta minha igreja! Fechamos um cinema para abrir este templo e veja só no que deu. Este lugar é amaldiçoado. Aqueles outros não entendiam os filmes que aqui viam. E esses não entendem as palavras que profiro no mesmo lugar. Não faz mal. O importante é contribuir e se arrepender. Irmã, de uma vez por todas: não é óvulo. É óbolo. O óvulo é de sua natureza. Mas o óbolo, não. Para dar o óbolo a senhora precisa contrariar a sua natureza. Dê o óbolo, irmã. Dê logo. Vamos ver o que têm os outros irmãos. — DURANTE O ATO, EU GOSTO DE BATER NO PARCEIRO, desce sobre mim a ira do Senhor, então eu desço o braço e desfiro tabefes e palmadas, deixando meu amado roxo, roxinho, quase lilás, que é uma cor que eu a-do-ro! — Que é isso, irmã? A senhora sabe que sofre de uma doença sexual? — E é transmissível? — Não, acho que não. Esta não é uma doença sexualmente transmissível. — É, mas eu transmito de outro modo, irmão. Porque eu não consigo amar em silêncio e os vizinhos escutam tudo o que eu digo. Pois quero dizer ao irmão que além de gostar de bater, eu gosto também de gritar. — Desde .quando a irmã sofre deste mal? — Mas quem sofre ? Deus me perdoe ao dizer. Eu não sofro coisa nenhuma. Bater e gritar no ato são coisas que me dão grandes prazeres. Assim, no plural. Porque não é um prazer só. São muitos. O nome do meu prazer é legião. — Irmã, mas a senhora grita e bate em todos os atos? — Não, isso não. No caixa do banco, ainda que esteja escrito no papel "pague no ato", eu não bato em ninguém. Só bato durante o ato sexual. — Mas isso é doença, irmã. A irmã está doente. — Não. Estou sadia. Não tenho um único arranhão no corpo. Quem está cheio de hemapombas é o meu ex-marido. — Mas, irmã, não é hemapombas que se diz. É hematomas. A irmã não sabe gramática? — Não. Eu só sei que no final do ato o meu ex-marido está sempre lilás, como já lhe disse. — Ex-marido ? Irmã, a senhora não leu na Bíblia: "não separe o homem o que Deus uniu"? — Li. Leio sempre a Bíblia. Eu não separei ninguém. Foi ele quem quis ir embora. Sabe como é, né? Homem frouxo. Hoje em dia está assim. Poucos são homens de verdade, capazes de sujeitar-se a uma mulher como eu. — Está bem, irmã. A senhora foi abandonada pelo marido, eu entendo. — Bom, abandonada, mesmo, eu não fui. Ele fugiu. — Sim, é quase a mesma coisa. É. um detalhe. — Sim, mas um detalhe muito importante. — Está bem, irmã. Mas arrependa-se de seus pecados. — Sim, toda vez eu me arrependo. Só que depois faço tudo de novo. — Isso é da natureza, irmã. Pecar outra vez. Nós pecamos sempre. Este é o nosso destino. — Sim, sim, eu sei. Concordo. Eu sempre me arrependo. Mas depois peco de novo. — Sim, sim, mas deve arrepender-se de novo também, sempre. Vamos ver o que tem este outro irmão. — EU NASCI COM A MARCA DO SOFREDOR estampada na fronte. Quando botei a cabeça para fora, a parteira notou que eu já nascia com desagrado. Tenho a testa franzida, os olhos assustados, eu não gostei muito do modo como fui recebido neste mundo. Aliás, eu nem queria nascer. Falando um pouco mais profundamente, pelo respeito que eu devo ao pastor, tenho que dizer ao irmão que tentei desnascer várias vezes, mas sabe como são os médicos. Encheram minha mãe de antiabortivos e eu tive que crescer em seu ventre, na marra. Acabei nascendo. Desde então minha vida é um sofrimento só. O pior é que acabei gostando de sofrer, cresci e casei. Pedia todas as noites a minha mulher: me bate, me chama de corno, me xinga de nome feio, desce o braço, me surre. — E ela, irmão, o que fazia? — Não queria. A muito custo, depois de muito eu pedir, ela dava umas palmadinhas sem graça na minha bunda. Ficava um pouquinho vermelho ali onde ela batia, mas só um pouquinho. — E o que é que aconteceu, irmão? — Sabe como são as mulheres, né, irmão-pastor? Ela contou tudo para a minha sogra. No mesmo dia a velha foi lá em casa e levou a filha de volta para ela. — Então agora o irmão está sozinho? — Estou. Não tenho ninguém para me bater, minha vida tem sido um sofrimento só. Outro dia, caí no pecado, sabe como é, homem não agüenta muito tempo sem mulher, como os padres daquela outra igreja de onde vim, e procurei uma senhora de vida fácil, mas foi tudo muito difícil. Ela não quis me bater. "Bater é mais caro, "ela me disse. Eu estava duro, isto é, no bom sentido, sem dinheiro, e não podia pagar mais. Foi um ato terrível. Onde se viu um ato sem nenhuma porrada? Foi um horror! A coisa mais sem graça do mundo! Só se o nosso objetivo fosse apenas povoar a terra. — Irmão, isto é uma doença. Mas tudo tem cura. — Não, pelo amor de Deus, eu não quero me curar. Eu só quero me arrepender e depois fazer de novo. — Bom, desde que o irmão não prejudique o próximo, não tem importância nenhuma. TEMPOS DEPOIS HOUVE. GRANDIOSA FESTA NAQUELA IGREJA. Dois casamentos. A ninfomaníaca desposou o priápico. A sadista casou-se com o masoquista. A felicidade entrou em dois lares. — Não é muito, disse o pastor num dos sermões que se seguiram, mas temos dois casais vivendo felizes para sempre. Não se pode evitar o pecado, este pecado é universal. O nosso dever consiste em arrumar as parcerias para que as trocas sejam bem feitas, do contrário a infelicidade toma conta do mundo. ILUSTRAÇÕES ALEXANDRE COELHO DE SOUSA *Autor de vinte livros, entre os quais o romance Avante, Soldados: Para Trás Publicado em setembro de 1995, ed. 242. Editora Abril, São Paulo - SP.

  • TANIA KHALILL

    Mulheres Que Amamos Ela bateu Scheila Carvalho e Luma de Oliveira na disputa pelo papel de uma morena de parar a Baixada Fluminense na novela das 8 FOTO RODRIGO BRAGA Aos 6 anos você ganhou na marra o papel de Adieta no teatrinho da escola. Foi moleza conseguir o papel na novela? Moleza? Que nada. Faço teatro há sete anos e fiz dois duríssimos testes para entrar na novela. Para quem mora em São Paulo é uma dureza trabalhar no Rio. Você sabia que Scheila Carvalho e Luma de Oliveira concorriam à vaga? Quando fiz o teste, não sabia nada sobre a personagem e concorrentes. Soube das concorrentes depois de aprovada. Sua personagem sonha com a faixa de rainha da bateria e você é bailarina clássica. O que é mais difícil, fazer plié ou sambar no pé? Ah, as energias são diferentes, mas o balé é mais difícil. Não tenho muito contato com o Carnaval. Para aprimorar o requebrado, estou fazendo aulas de samba. PRODUÇÃO FERNANDA RODRIGUES CABELO E MAQUIAGEM PAULO BOTELHO ASSISTENTE DE FOTOS TARSO Publicado em setembro de 2004, ed. 350. Editora Abril, São Paulo - SP.

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