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A OUTRA DOS NOSSOS SONHOS

Reportagem



"O fardo do casamento é tão pesado que precisa de dois para carregar. Às vezes, três", disse Alexandre Dumas. A felicidade a três, porém, depende de como a outra assiste a esta opereta


Por GUIDO MACEDO


Você sabe como essas reportagens são feitas. Quase todas começam assim: Ricardo é um publicitário paulistano de 39 anos, ativo e bem-sucedido profissionalmente. Está na bica para se tornar diretor de criação de sua agência, a qual pode não ser das enormes, mas tem duas ou três daquelas contas com sete dígitos — em dólares — e paga salários também de sete dígitos — em cruzeiros. Como diretor de criação, ele participará dos lucros da agência e logo começará a entrar no big money, numa idade em que os rapazes já se sentem com sabedoria para usá-lo.


Sua mulher, Lígia, tem 34 anos e também vai bem, obrigada, com sua confecção de roupas para recém-nascidos. Nada para soltar foguetes, mas, como se sabe, o Brasil não acreditou naquela campanha pelo crescimento zero da população mundial e continua produzindo crianças recém-nascidas, umas atrás das outras — e elas precisam dos transadíssimos babadores e pimpões que Lígia e sua sócia produzem.


Há alguns anos, eles próprios, Ricardo e Lígia, contribuíram para a perpetuação da espécie com seus filhos Paulinho e Joaninha. Os quatro compõem um sólido e tradicional núcleo familiar dos Jardins, o elegante reduto da classe média afluente da cidade de São Paulo. Vão aos restaurantes da moda, vestem-se com griffes idem e têm três ou quatro semanas de Nova York por ano em seu cardápio de prazeres. Ricardo e Lígia votam no PSDB, cuidam da forma física e têm vários amigos que gostam exatamente do que eles gostam. Como se não bastasse, Ricardo e Lígia fazem amor duas ou três Vezes por semana com satisfatória paixão.


Você não hesitaria em classificá-los como um casal perfeito. Bem, Ricardo tem uma amante — Hermínia. Há quase cinco anos.


Os nomes e profissões de Ricardo, Lígia e Hermínia foram trocados, mas a história é real. Pelo menos uma vez por semana Ricardo vai ao apartamento de sua amante (embora Hermínia prefira dizer que é sua "namorada"), e ela o recebe com todos os desvelos eróticos e amorosos de que é capaz. Serve-lhe seu uísque favorito (Logan, o mesmo de Collor), desafrouxa-lhe a gravata, tira-lhe os sapatos e continua a despi-lo lentamente. Ricardo, ao sair da agência, vinha com a cabeça fervilhando de idéias, números e aborrecimentos ligados ao trabalho. Mas aprendeu a ir relaxando aos poucos no carro, a caminho do apartamento de Hermínia, no bairro de Pinheiros. Ao tomar o elevador, já conseguiu expulsar da cabeça todas aquelas chatices da vida real e reservar-se de corpo e alma para o corpo e alma de Hermínia. E que corpo — e que alma!


Nas ocasiões especiais, ele sabe que ela sempre lhe reserva uma surpresa. Acontece que, para Hermínia, as visitas de Ricardo são sempre uma ocasião especial — e, para Ricardo, apesar de tão previsíveis, essas surpresas são também sempre deliciosas. Ela o recebe vestida com alguma coisa que, sabe, vai provocá-lo. Pode ser um elegante vestido com um decote fundo nas costas, onde Ricardo penetra os longos braços, numa viagem pelo que lhe parecem quilômetros da pele morena e inacreditavelmente sedosa de Hermínia. Pode ser também um vestido branco de noite, com uma fenda na coxa, exatamente como o que põe fogo em todas as fantasias masculinas.


E agora o detalhe: tanto por Ricardo quanto por Hermínia, o jogo de sedução com as roupas é executado com a mesma alegria e espírito moleque. Ela se diverte sinceramente inventando fantasias para excitá-lo, e isso pode incluir um voluptuoso quimono japonês, um vestido de espanhola sobre camadas de anáguas ou até mesmo uma singela roupinha de normalista. Enquanto desempenham aquela mi-se-en-scène sensual, Ricardo e Hermínia riem muito com as situações imaginárias que aquelas roupas lhes despertam, mas, quando a excitação incha e umedece seus corpos e faz cair a última peça do vestuário, eles partem para a mais louca e delirante odisséia amorosa.


Ricardo gosta de tudo em Hermínia, mas o que mais aprecia nela são os seios — pequenos, mas nem tanto —, que se retesam ao menor contato de suas mãos, enquanto a amante executa um sutil bailado de quadris que faz com que Ricardo sinta cada músculo e reentrância de sua. vagina. Hermínia, por sua vez, tem a sensação de que ele é um polvo, que a enlaça com muitos braços vagarosos, enquanto seu pênis parece dotado de um olho, capaz de enxergar e explorar os mínimos pontos que a fazem vibrar por dentro.


Cerca de três horas depois, exaustos, mas contentes, eles se despedem. Ricardo passa numa sauna antes de voltar para casa — para Lígia — e Hermínia se refestela em seu sofá com um bom livro, cujas letras às vezes se embaralham diante de seus olhos, porque ela ainda está pensando em Ricardo e nas delícias que viveram juntos.

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Ricardo é, naturalmente, apenas um entre os trilhares de homens casados que têm uma outra. (Há um ar inescapavelmente anos 50 na expressão outra, não?) O fato de ser bem casado e feliz com Lígia não o impede de sustentar um relacionamento paralelo — e também feliz — com outra mulher, e que vem se prolongando há alguns anos. Ricardo não se sente promíscuo por isso, e raramente ou nunca é acometido por algo parecido com remorsos ou culpas em relação à sua mulher — ou à outra. Ele tem seus motivos para acreditar que está dando o melhor de si para ambas.


Lígia não sabe de Hermínia, mas Hermínia sabe de Lígia. Sabe tanto que nem pensa em mudar a relação existente entre eles

E, à sua maneira, está mesmo. É óbvio que Lígia não sabe de Hermínia, mas Hermínia sabe de Lígia — sabe também que não há nada a fazer a respeito. E, sinceramente, nem ela gostaria de fazer nada para tornar a situação diferente. É o que a separa da imensa maioria das outras.


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Hermínia tem 33 anos, um a menos do que Lígia, mas parece ainda mais jovem. Não tem a beleza clássica (pele e cabelos claros, traços desenhados a lápis, família que vem usando o mesmo sobrenome há dois séculos) da mulher oficial de Ricardo, mas é muito mais atraente. Alta, esguia, queimada de sol e com todas aquelas curvas que os costureiros odeiam, mas que alguns homens (Ricardo, por exemplo, e este articulista) ainda adoram. E, o que é melhor, tudo isto sem um pingo de exibicionismo ou vulgaridade. Ao contrário, Hermínia até pode ser chamada de modesta e fugidia, considerando-se todo o seu invejável equipamento natural.


A FIDELIDADE DA AMANTE A RICARDO É COMOVENTE


Hermínia não teve as oportunidades de Lígia. Teve outras. Filha de uma família de fazendeiros, nunca achou graça no mundo rural e veio para São Paulo, a fim de estudar administração. Não terminou o curso e tentou valer-se de sua altura para ser manequim. Mas sua carreira terminou quando um costureiro menos avoado descobriu que seu corpo não parecia exatamente um cabide, como eles preferem. Desde então, tem trabalhado como recepcionista de uma importante agência de viagens e vive em salas vip de aeroporto e lobbies de hotéis cinco estrelas. "Não é a carreira que eu imaginava, mas é divertida", diz Hermínia. "Minha função é ser útil e simpática para gringos ricos ou famosos. Levo no mínimo uma cantada por dia, mas estou ficando perita na arte de me esquivar sem parecer ofendida. E olhe que alguns deles são de se ficar deslumbrada. Mas acontece que tenho Ricardo e não o trairia nem que me aparecesse o Tom Cruise. Aliás, o Tom Cruise me apareceu e não vi nada de mais nele."


A fidelidade de Hermínia a Ricardo é comovente — OK, ele é seu namorado, mas, afinal, que diabo, pode traí-la todas as noites com a sua própria mulher, se quiser. Ocorre que Hermínia desenvolveu uma teoria a respeito de sua situação que, de certa forma, a absolve de angústias. "Lígia existe e tenho de conviver com isso", diz. "Ela chegou primeiro, deu dois filhos a Ricardo e gosta dele. Não sei o que faria se soubesse que eu também existo... [risos]. Ele também gosta dela — deve gostar muito — e adora as crianças. Vivem muito bem. Conheci Ricardo na sala vip de Cumbica, quando ele voltava de Nova York com uns publicitários americanos. Ele me olhou, perguntou meu nome e, antes que eu respondesse, disse que, fosse qual fosse o meu nome, só devia ser escrito em néon. Cantada típica de publicitário — criativa, engraçada, charmosa —, mas acertou o alvo. Na noite seguinte, saímos para jantar, dias depois fomos para a cama. Desde então, aliás, este é o lugar que mais nos vemos: a cama." [Risos.]


"É SINCERO QUANDO DIZ QUE TAMBÉM GOSTA DE MIM"


As lembranças e as idéias voam ligeiras pela cabeça de Hermínia. "Nos primeiros tempos, eu me perguntava o que Ricardo queria de mim, se gostava tanto da mulher como dizia. Nunca disse uma palavra contra Lígia, nunca a pintou como uma bruxa que não o compreendia — como sei que os homens casados falam de suas mulheres para as amantes. Se Ricardo tivesse feito isso, eu poderia ter alimentado esperanças: iria querer que ele largasse a bruxa para que eu tomasse conta dele. Mas, como era finíssimo em relação a Lígia — aliás, evitava falar dela, embora desde a primeira noite me tivesse dito que era casado —, aquilo me deixava grilada: "Bolas, se era feliz com a mulher, por que queria me ver tanto?' " Continua ela: "Quando eu lhe perguntava sobre isso, Ricardo abria os braços e dizia: 'Não sei, acho que gosto também de você!' E parecia tão sincero que aquilo me encantava. Eu já estava apaixonada por ele e não queria perdê-lo. Então resolvi pagar para continuar no jogo, como se diz no pôquer. Ainda não entendia que os homens podem ser assim — levar uma vida dupla —, sem que isso lhes doa muito. Acho que uma mulher, até pela sua própria natureza, jamais faria isto — não sem se machucar ao menos um pouco. E foi então que comecei a ver certas vantagens nessa situação".


Os dois se atiram um sobre o outro como se toda vez fosse a primeira — ou a última. E sem um dia fixo para os encontros de toda semana

A partir do momento em que se convenceu de que Ricardo não abandonaria Lígia por sua causa, Hermínia entrou no que ela própria classifica como os seus "anos dourados". Ricardo começou a visitá-la periodicamente e, naquelas poucas horas que passavam juntos, ele era integralmente dela — de uma maneira que talvez nem Lígia o tivesse. Com Lígia, ele tinha de repartir também as preocupações, as dívidas, os problemas com os filhos e os desgastes da coabitação. O próprio sexo às vezes deslizava para a rotina. Com Hermínia, era só o prazer e tudo era sempre novo. Os dois se atiravam um ao outro como se toda vez fosse a primeira vez — ou a última. Ricardo cuidou para que fosse sempre assim. Nunca deixou que ele e Hermínia tivessem um dia fixo da semana para seus encontros. Inevitavelmente, eles se veriam toda semana, mas no dia e hora em que ambos pudessem se agendar entre seus compromissos — sem prejuízo de eventuais e excitantes escapadas durante o expediente de ambos, quando saíam para "visitar um cliente" e faziam uma gostosa gazeta durante uma ou duas horas num motel a meio caminho de seus locais de trabalho.


FINS DE SEMANA PARA A MULHER E AS CRIANÇAS


Mas, como toda relação precisa de um mínimo de regularidade, os dois nunca deixaram de trocar presentinhos ou marotos telegramas em código, nos seus feriados particulares — como os aniversários de ambos, do dia em que se conheceram ou de quando se amaram pela primeira vez — ou por qualquer outro motivo. "Segue cheque valor 1 milhão de beijos pela campanha cartão de crédito", dizia um telegrama de Hermínia para Ricardo. "Morrendo de preocupação pt Fique longe do Axel Rose", dizia outro de Ricardo para Hermínia. Como se ele corresse o mais remoto risco — mas as mulheres gostam de saber que seu homem está atento.


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"Claro que, sendo a outra, tenho de me conformar com certas regras", conta Hermínia, exibindo os dentes perfeitos que estrelam sua boca de lábios polpudos e rasgados. "Por exemplo, sei que não posso ter Ricardo nos fins de semana. Esses pertencem a Lígia e às crianças. Eles vão ao clube ou para um sítio que Ricardo tem na serra. E, se você quer saber, não me faz a mínima falta. Nesses dias, tomo sol no meu próprio clube, vou jantar ou ao cinema com as amigas — outras outras — e trocamos figurinhas sobre nossas situações. Existem outras como eu, que abriram mão da exclusividade e se sentem felizes. De vez em quando vou dançar com algum amigo (amigo, mesmo) e ele me deixa em casa bonitinho. Às vezes, entro num clima de ostra e resolvo ficar em casa, na concha. Mudo os móveis de lugar, pego um livro ou vejo um vídeo e vou dormir numa boa. Solidão é algo que não me passa pela cabeça, porque ela vive ocupada — acompanho todo o noticiário e, recentemente, na guerra do Golfo, eu seria capaz de discutir sobre o tipo de tanque que os aliados deveriam usar no combate terrestre. Mas o que me ocupa principalmente a cabeça são as boas lembranças de Ricardo naquela semana."


ELA O CONVENCEU A FAZER AMOR SOBRE O TAPETE


Como Ricardo é casado e Hermínia é a outra, não há nada de incomum no fato de que o apartamento dela virasse o cenário das operações. Há fotos de Ricardo por toda parte e, sobre a mesinha de centro, um proeminente álbum de recortes com anúncios ou notas a respeito dele na imprensa. Para que a paisagem não fique repetitiva, Hermínia altera a decoração de tempos em tempos. Sua última inovação foi uma cama de quatro postes, que ela cobriu com cortinados rosas e azuis, e que Ricardo batizou de "a cama de Sheharazade". Noutra ocasião, ela cobriu de almofadas um canto da sala, espalhou copos e cinzeiros sobre móveis baixos e, como previa, isso induziu Ricardo a querer fazer amor sobre o tapete. Quando terminaram, ela lhe contou que tinha sido de propósito para isso e ele aplaudiu.


No começo, Ricardo aproveitava quando Lígia viajava de férias com as crianças para convidar Hermínia a dormir com ele em sua casa. De outra feita, levou-a a passar um fim de semana em seu sítio. "Não deu certo", diz Ricardo. "Era a falsa boa idéia. Hermínia convive bem com a existência de Lígia, mas acho que lhe fez mal penetrar nos domínios da outra —porque, para Hermínia, Lígia é que é a outra [risos]. Deve tê-la incomodado ver aquela estrutura familiar toda montada, os quartos das crianças, etc. Há uns três anos, Hermínia ficou grávida acidentalmente. Tenho certeza de que foi um acidente, porque ela só me comunicou o fato às vésperas do aborto, que já decidira fazer. É evidente que, se eu quisesse ter aquele filho, poderia ter tentado demovê-la da idéia. Outra mulher talvez usasse aquela gravidez para pressionar o namorado. Mas Hermínia apenas me disse o que iria fazer e fez questão de recusar que pagasse a cirurgia ou até mesmo parte dela. Ela não admite dinheiro entre nós."


"Não mesmo", enfatiza Hermínia, longe dos ouvidos de Ricardo. "Deixo que ele me dê uns presentinhos de vez em quando. Ou que traga um vinho ou flores. Mas jamais pensaria em pedir a ele que contribuísse com alguma coisa para meu sustento. Nem eu mesma me respeitaria se fosse — como se diz mesmo? —uma mulher 'teúda e manteúda', como as outras de antigamente [risos]. Embora pareça incrível, esta é uma relação na base do amor. Sem cobranças. E, afinal, pó, posso cuidar de mim.- Pode mesmo. Hermínia parece uma mulher absolutamente auto-suficiente e que, por uma eventualidade, resolveu entregar-se a uma relação fora dos padrões com um homem casado — quando, se quisesse, poderia escolher namorados e brilhar nas paradas. Por exemplo: ela e Ricardo raramente jantam fora e, quando isso acontece, é em algum restaurante longe do circuito iluminado. Ricardo conhece muita gente e os dois concordam em que não ganhariam nada sendo vistos juntos. Só os mais íntimos de ambos sabem do caso — e, mesmo para suas amigas outras, Hermínia nunca identificou Ricardo. "Imagine!", exclama ela. "Olho gordo não existe, mas que eu acredito, acredito! E sei como Ricardo é cobiçado."

"NÓS DUAS E ELE VAMOS CONTINUAR FELIZES"


Há um outro motivo — muito mais importante — para que Hermínia não faça nada que ponha Ricardo em risco — ou, mais especificamente, seu casamento. Ela precisa de Lígia para sua relação com Ricardo. "Enquanto ele for casado com Lígia — e continuar a ser o bom marido que sei que é — eu o terei. Na condição de outra, e com a competência com que eu, modéstia à parte, desempenho esse papel, sei que não vou perdê-lo. Suponha que ele se separasse de Lígia e viesse viver comigo. Eu não gostaria de ficar sobressaltada, imaginando que ele estaria guardando seus melhores momentos para uma possível outra. Prefiro ser essa outra. Além disso, da maneira com que eu e Lígia o ocupamos, ele não tem nem tempo para ficar saracoteando por aí — o que é uma vantagem nesses tempos perigosos em que vivemos. E, com isso, nós duas, além do Ricardo, vamos vivendo felizes. Lígia, porque não sabe de nada e o que ela não souber não lhe fará mal. E eu, porque sei de tudo. E, por isso, posso administrar a situação."


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Hermínia deve estar certíssima, mas que não se esqueça: como ela mesma disse, Ricardo é um homem muito cobiçado.


Os treze mandamentos de um amante feliz

Do invejável história entre Ricardo, Lígia e Hermínia, é possível extrair alguns bons ensinamentos para ser feliz no vida triangular. E há outros dicas que vale o pena conferir:


1. Ache uma amante que não queira casar com você;


2. O ideal é que elo tenho compromisso com alguém e seja feliz;


3. As descasadas também são uma boa opção;


4. Encontre alguém que não foço questão de passar férias ou fins de semana com você;


5. Demonstre que tem ciúme dela, se elo não tiver compromisso;


6. Não permito que entre dinheiro no relação de vocês;


7. Não marque dias fixos poro vê-la;


8. Não deixe a relação virar rotina;


9. Não fale de suo companheira poro elo;


10. Não fole dela paro suo companheira, é claro;


11. Não tenha remorsos ou culpas;


12. Seja romântico sempre;


13. Nunca a leve para sua casa.


ILUSTRAÇÃO SOLIS



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