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ANNA NICOLE SMITH

Perfil



A supermodelo e o milionário

Anna Nicole Smith é linda, desejada, famosa e rica. E acaba de se casar com um multimilionário. Só que... Saiba tudo lendo (e vendo!) esta reportagem


Por DANIEL RIZZO


E ainda há quem pense que essas histórias só acontecem no cinema.


A monumental texana Anna Nicole Smith, modelo e atriz de sucesso, rica e famosa, acaba de se casar. Ela tem 25 anos, 1,83 metro de dar água na boca e nem todos os seus centímetros foram ainda devidamente mapeados. Os mais conservadores a comparam a uma deusa — oriunda, quem sabe, de uma Las Vegas celestial.


O noivo é um milionário também texano, J. Howard Marshall II. E ponha milionário nisso. Howard tem, por baixo, 500 milhões de dólares em dinheiro trocado, fora as propriedades, e está entre os 400 mais ricos do planeta segundo a revista Forbes. Há muitos anos ele começou a contar quantos poços de petróleo tinha no quintal. Décadas depois, desistiu de continuar contando, porque os poços não paravam de multiplicar-se.


Apesar da conta bancária do noivo, o casamento se deu quase em segredo, numa capelinha de subúrbio em Houston, Texas, que Anna Nicole redecorou pessoalmente para a ocasião. Trocou as cortinas, pendurou fitas no teto e acarpetou de rosas o chão — cortinas, fitas, rosas, tudo branco. Quanto às rosas, não eram pétalas, mas botões recém-colhidos, contendo ainda o orvalho original. O vestido de Anna Nicole era igualmente branco — e, apesar de muito chique, não conseguia esconder o corpo espetacular que caminhava dentro dele, encimado por uma cascata de cabelos cor de ouro que lhe caíam até as nádegas fabulosas. (Talvez o decote pudesse ter sido pouquinha coisa menos revelador.)


E o noivo? Se você o imagina um daqueles texanos burros e grossos, que cospem de lado e usam chapéu, botas e um barbante pendurado no pescoço, engana-se. Howard também vestia um elegante smoking branco, com gravata branca, e atravessou orgulhosamente a nave da capela.


Veja quem é o milionário da supermodelo

O marido de Anne: J. Howard II, 89 anos (Foto: Mark Scott)

Ah, sim: ele tem 89 anos e usa uma fulgurante cadeira de rodas.


Com toda a discrição dos noivos, o casamento explodiu nas manchetes dos jornais americanos. Durante alguns dias, em fins do ano passado, ele despachou para a página 4 até o julgamento do ex-craque de futebol americano O. J. Simpson — assunto, aliás, que já provoca urticárias em muita gente. As primeiras páginas foram para o casamento do milionário velho e entrevado com a garota que milhões de homens desejavam.


Não faltaram, é claro, as piadinhas de praxe. Havia quem apostasse que o casamento terminaria na noite de núpcias, assim que Anna Nicole deixasse sua camisola deslizar pelo corpo e cair sobre o tapete persa, revelando o esplendor de sua nudez. Ao ver aquilo tudo à sua disposição, Howard faria "gulp!" e teria um triplo derrame cerebral no ato. Ou, se sobrevivesse àquele momento, não chegaria vivo à morning after.


Mas nada disso aconteceu (na verdade, nada aconteceu) e essas piadas traíam apenas uma fenomenal dor-de-cotovelo de quem as inventou. Por trás desse rancor, havia a amarga certeza de que o dinheiro podia comprar tudo — até mesmo Anna Nicole Smith. Você próprio deve estar pensando isto neste momento.

Aos 77 anos, começou a torrar milhões de dólares


Pois estará cometendo uma injustiça. Embora todas as evidências apontem para esta conclusão, não se trata de um vulgar golpe do baú. Essa, aliás, é a grande preocupação de Anna Nicole. Quando pressente a aproximação de um repórter, ela vai logo se explicando: "Não estou com Howard por dinheiro. Há três anos ele me implora para casar com ele. Mas eu precisava primeiro deslanchar minha carreira. Ter o meu próprio dinheiro."


Ela sabe que isso é difícil de acreditar. Mas só para quem não conhece J. Howard Marshall II.



Howard não faz o modelo do milionário texano típico, que só pensa em ganhar dinheiro ou furar dez poços de petróleo por dia ou comprar mais 600.000 cabeças de gado. Tudo isso ele já tem de sobra. Seu verdadeiro negócio é a paixão. A mulher. Ou as mulheres. Por elas Howard é capaz de tudo. Não que ele viva trocando de mulher. Ao contrário: segundo todas as estatísticas, só teve quatro em sua longa carreira amorosa. E as duas primeiras foram suas legítimas esposas, que passavam o dia jogando bridge no clube enquanto ele se encarregava de enriquecer. Divorciou-se da primeira e ficou viúvo da segunda. Seus casamentos duraram trinta anos cada, num total de sessenta — durante os quais, dizem os arquivos, ele foi de uma invejável fidelidade. Na verdade, Howard só começou a viver para valer em 1982, quando já tinha 77 anos.


Mas, a partir daí, oh boy! As encrencas que aprontou! E os milhões de dólares que torrou sorrindo!


Dançou para ele e ganhou um carrão


Foi naquele ano de 1982 que a vida de Howard sofreu uma reviravolta. Um dia, voltando a Houston depois de uma viagem de negócios, ele resolveu parar num botequim e tomar um drinque antes de ir para casa. Sua mulher estava de cama há algum tempo, sofrendo do terrível e incurável mal de Alzheimer. Era o fim de um grande casamento com uma respeitada senhora da sociedade texana.


Howard tinha duas opções: envelhecer e morrer ao lado dela (ele próprio há muito impossibilitado de andar, por causa de uma febre tifóide contraída aos 12 anos) — ou atirar-se à vida com uma deliciosa irresponsabilidade que nunca tinha conhecido.


Preferiu a segunda hipótese. Mas nem ele podia imaginar o que o esperava naquele clubinho de strip-tease em Houston, chamado Chic Lounge, no qual entrou para tomar um drinque e relaxar um pouco. O Chic Lounge era um bar de strippers. E uma das strippers era a exuberantérrima Dianne Walker. Mais exatamente, Lady Walker — ou Lady, como ela gostava de ser chamada.


Não se sabe muito bem o que ela fez no palco ou o que mostrou a Howard. Mas, pelos dez anos seguintes, ele não quis ver outra coisa.


Quando Howard a conheceu, Lady Walker já tinha tido uma vasta galeria de casos amorosos em sua biografia — um dos quais, dizia-se, com Elvis Presley. Perto dos 40 anos, mas que 40 anos! Era alta, voluptuosa e com um corpo que lembrava não um violão, mas um violoncelo. E uma especialista em sussurrar aos ouvidos coisas que os homens gostam de ouvir.


Naquela noite, depois de ver Lady no palco, Howard pagou-lhe para que ela dançasse a sós para ele no camarim. Nos dias seguintes, voltou duas vezes. Poucas semanas depois, já lhe tinha comprado um Cadillac Eldorado, uma casa mobiliada e um anel de diamantes. Comparado ao que viria depois, esses presentes não foram nem um aperitivo.


"Eu estava cego pelo amor", diria Howard no futuro. "Fiz tudo que ela me pediu e não me arrependo nem um pouco. Talvez tenha sido um idiota. Mas todo homem apaixonado se torna um idiota."


Ele entrou com o dinheiro, ela com seu busto gigante


Quando se tratava de petróleo, Howard podia ser tudo, menos um idiota. Era um craque em todas as fases a operação: da exploração do óleo ao marketing, das conspirações em tribunais às transas com governos, tanto o americano quanto os árabes. Se uma empresa concorrente o estivesse incomodando, ele a comprava. Se sentia que seu poder precisava expandir-se, fundava uma empresa entre duas torradas no café da manhã. Quando lhe era conveniente, fundia-se com um rival. Fez a mesma coisa com Lady: comprou-a.


Ou, mais exatamente, fundiu-se com ela. Howard entrou com o dinheiro; Lady, com as pernas quilométricas, a cintura de vespa e o busto gigante. Mas Howard era, em primeiro lugar, um homem sensível. Com sua esposa condenada à cama, ele fazia questão de não aparecer em público com outra mulher à noite — afinal, o que a sociedade texana iria dizer? Durante o dia, no entanto, a coisa era diferente. Toda segunda, quarta e sexta, ele e Lady podiam ser vistos nos restaurantes mais caros, nas lojas mais extravagantes e nas joalherias mais exclusivas de Houston.


Lady, conhecida até então apenas por uns poucos e felizes, tornou-se uma das maiores celebridades de Houston. Em todo lugar que entrasse, a sala silenciava, os garfos paravam a caminho da boca e as bocas se abriam de admiração. Podia-se ouvir o chacoalhar das jóias penduradas no seu corpo. Alas se abriam para que ela passasse com seus chapéus de Paris. Seus casacos de pele se arrastavam pelo chão. Seu perfume intoxicava os ambientes.



Por causa de Howard, Lady passou a ser paparicada por gente de sobrenome ilustre (Roosevelt, por exemplo) e por empresários, juízes e políticos texanos de renome nacional. Quando um desses dava uma recepção para o casal presidencial George Bush, ela era presença obrigatória. Nada mal para quem, em meados de 1982, ainda estava no coro tirando a roupa para estranhos. Era o que se chamava de dar certo no coro.


O engraçado é que, no caso de Howard, isto pode não ter acontecido. Nos dez anos em que estiveram juntos, ele próprio admitiu ter ido para a cama com ela "cerca de três vezes" e, mesmo assim, nos primeiros anos. O mais provável, segundo amigos íntimos de Lady, é que isto não tenha acontecido nem uma vez. Foram dez anos de almoços públicos três vezes por semana — e mais nada.


Sim, porque, assim como Lady não poderia adentrar o lar de Howard enquanto a esposa deste fosse viva, ela não o deixava entrar na casa dela enquanto esta situação perdurasse. Mesmo sendo uma mansão (uma das mansões) que Howard lhe tinha dado. Imóveis, por sinal, eram só um dos itens com que Howard presenteava Lady com uma volúpia digna de um rajá.


Brincos de platina e unhas postiças de ouro 14 quilates


Howard deu ordens a um joalheiro local de que não queria ser aborrecido com detalhes — se Lady chegasse lá e quisesse comprar a loja inteira, tudo bem. Sob esse ponto de vista, Lady foi até modesta. Entre suas aquisições num único mês, constam um par de brincos de esmeralda e diamante por 50.000 dólares; um solitário de diamante por 128.000; e outro par de brincos, este de platina e diamante, por 130.000. Até as unhas postiças que Lady mandava fazer eram de ouro 14 quilates e ela escolhia Jaguars e Rolls-Royces que combinassem com os vestidos e casacos. Howard comprou-lhe uma big casa com vista para um campo de golfe em Silver Creek, que ela fez pintar de alto a baixo em branco e dourado e mandou escrever seu nome — LADY — com telhas no fundo da piscina. O próprio Howard nunca pôde contemplar o resultado de sua generosidade.


"Quando eu puder entrar na sua casa, você entrará na minha", dizia-lhe Lady. E Howard, compreensivo, concordava: "Acho justo."


Os dois tinham os olhos postos no futuro. Howard disse a Lady que a sustentaria enquanto sua mulher fosse viva. Mas, assim que ela morresse, eles se casariam adivinhe onde? Nada menos que na índia — no Taj Mahal! Nessas condições, Lady achava que valia a pena esperar.


Ou não? Naquela altura, Lady já tinha quase 50 anos, mas a vida celibatária lhe custava um grande esforço. Além de usar o dinheiro de Howard para satisfazer os seus caprichos e fantasias de menina pobre (e de sustentar um batalhão composto de mãe, filhos, irmãos, cunhados, sobrinhos etc.), Lady cometeu o supremo pecado: começou a costurar para fora.


Nas muitas noites em que não podia estar com Howard, ela passou a ir a bares de solteiros em busca de companhia. Howard podia não precisar de sexo, mas ela precisava. Teve vários namorados, até que se fixou num deles — um carpinteiro forte e tapado, chamado Dale Clem — e o transformou em seu segurança, só para ficar o tempo todo com ele. E passou a sustentá-lo com uma generosidade digna de Howard.


O amante contou tudo: dos presentes às escapadas


Howard não suspeitava de nada —tanto que tornou Lady a beneficiária de seu multimilionário seguro de vida. Não satisfeito, criou uma empresa petrolífera, a Colesseum, equipou-a com escritório, executivos e conta bancária, e deu-a para Lady. As coisas chegaram a tal ponto que, sem motivo aparente, ela resolveu fazer um testamento, passando tudo o que tinha (e que Howard lhe havia dado) a suas filhas. O último item do testamento contemplava Dale Clem: ela lhe deixava 30.000 dólares, uma pulseira com o nome dela escrito com diamantes, um cachorrinho poodle e "todo o meu amor".


Lady parecia estar adivinhando. Porque, em julho de 1991, internou-se para uma cirurgia plástica em Houston e morreu de uma lesão cerebral congênita. Tinha 51 anos. Em seus obituários, os jornais a definiram como "socialite".


Howard caiu em profundo desgosto. Torrou 52.000 dólares em seu enterro e internou-se numa clínica de repouso. Quando voltou a Houston, semanas depois, teve outro grande choque: leu o testamento de Lady. Quando soube das verdadeiras funções de Dale Clem, pensou em atirar-se do 86' andar.


Imediatamente mandou chamar Clem à sua presença. Este foi magnífico: contou-lhe toda a sua vida sexual com Lady, os presentes, as escapadas, tudinho. Howard honrou o que Lady tinha dado ao namorado, mandou-o embora mas começou uma longa batalha judicial (ainda em curso) para recuperar o que ele próprio havia dado a Lady. Centavo por centavo.


Bem, alguns desses centavos ele já retomou. Por exemplo: 1 milhão de dólares em ações de suas empresas. Mas ainda falta muito — cerca de 5 ou 6 milhões de dólares. Só que Howard não teve muito tempo para batalhas jurídicas nos últimos três anos — desde que conheceu e se apaixonou por nossa Anna Nicole Smith.


Apimentada mistura de Varilyn e Anita Eckberg


Vamos voltar o filme. Era uma vez Vicky Smith, uma garota de fechar o comércio que, em 1987, fritava ovos num botequim sem charme em Mexia, um lugarejo perdido no Texas, onde o vento rola aquelas bolas de capim seco pelas ruas. Aos 17 anos, já tinha 1,83 metro e os clientes que comiam os seus ovos se perguntavam o que ela estava fazendo atrás do fogão.


Corte rápido para Houston, também no Texas: Vicky foi ser garçonete 'em uma filial da Red Lobster, espécie de McDonald's que só serve lagosta. Quando passava entre as mesas, nenhum dos clientes tinha olhos para as tentadoras lagostas vermelhas que ela servia.


Novo corte. Nas horas vagas, Vicky tentou fazer um teste numa agência de modelos de Houston. Mandaram-na escurecer o cabelo, emagrecer criminosos quilos e voltar. Ela fez o que lhe mandaram e voltou lá. Eles a olharam de alto a baixo e disseram que ela podia ser bonita, mas não dava para o negócio. Vicky chorou durante duas semanas e voltou ao Red Lobster e às bandejas com as lagostas.


Mas — e agora o filme começa a esquentar — um fotógrafo local bateu algumas chapas com ela e mandou-as para o estúdio de PLAYBOY em Los Angeles. Isto foi em meados de 1991. PLAYBOY, que sabe das coisas, gostou do que viu e trouxe Vicky para um teste fotográfico na Costa Oeste. Gary Cole, o diretor de fotografia da revista, ficou impressionado com o teste e escalou Vicky para a capa e o pôster. O resultado saiu nas edições de março e maio de 1992 da revista americana.


Gary não foi o único a impressionar-se com Vicky. Paul Marciano, o inventor do jeans Guess, também se deixou hipnotizar por Vicky ao vê-la em PLAYBOY e contratou-a como seu modelo exclusivo. Pouco depois — já com seu nome artístico alterado para Anna Nicole, em homenagem a uma avó muito querida —, milhões de americanos encantaram-se com ela naqueles anúncios de jeans. Anna Nicole Smith era uma mistura de Marilyn Monroe em Nunca fui Santa com Anita Ekberg em A Doce Vida de Fellini e com uma apimentada pitada da Jane Russell do faroeste maldito O Proscrito, de 1946. Uma mistura de inocência, exuberância e provocação — a mais infalível das receitas.


E foi então que J. Howard Marshall II também a descobriu.


Ele já estava de olho nela desde que a vira em PLAYBOY. Ao reencontrá-la nos anúncios dos jeans Guess, seu coração acelerou-se ainda mais: ela existia! E, suprema coincidência, também morava em Houston. A mão do destino trabalhava para que ele desaguasse as reservas de paixão que tinha dentro de si.



Howard não sossegou enquanto não descobriu o telefone particular de Anna Nicole. E não demorou para que os dois começassem a ser vistos por toda parte na alta sociedade de Houston.


Howard estava justamente saindo de sua grande decepção com Lady. E ali estava uma garota que lhe parecia o oposto de sua ex-grande paixão. Por uma dessas extraordinárias coincidências, a mulher de Howard também havia morrido, pouco depois de Lady. Bi-viúvo em tão pouco tempo, ele tinha muito o que contar. E encontrou em Anna Nicole uma ouvinte a toda prova.



Incendiando fantasias em escala planetária


Repentinamente solteiro, ele podia agora pedi-la em casamento, e foi o que fez. Mas, como sabemos, Anna Nicole queria antes solidificar sua carreira. Ela o convenceu a esperar — o que é uma prova de confiança num homem de idade tão avançada. Igualmente confiante em seu taco, Howard concordou. Só Deus sabe o que os dois ou três anos de espera podem ter provocado em Howard e Anna Nicole, mas ela fez o que ainda precisava fazer.


Em 1993, foi Playmate do Ano de PLAYBOY e incendiou fantasias em escala planetária. Em seguida, o cinema: ela estrelou, junto com Leslie Nielsen e Priscilla Presley, Corra Que a Polícia Vem Aí 33 e 1/3, o último da série, e apareceu junto com nada menos que Paul Newman e Tim Robbins em A Roda da Fortuna, dirigido pelos irmãos Joel e Ethan Coen e que você encontra nas locadoras. Ela faz o papel da namorada de Robbins. Nada mal, não? E tem agora, em sua cabeceira, uma pilha de scripts para ler.


Com uma carreira tão engatilhada, Anna Nicole convenceu-se de que agora podia pensar um pouco mais em si mesma e estrelar o seu próprio script: o casamento com um homem capaz de estender o mundo a seus pés, pedindo em troca apenas que ela o ame. E foi por isso que, finalmente, Anna Nicole Smith casou-se com J. Howard Marshall II.


O amor não é lindo?


FOTOS STHEPEN WAYDA



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