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DONA ISABEL

Ficção



A boa empregada podia imaginar tudo quando Renata, ninfeta de 15 anos, a chamou ao seu quarto — menos aquilo


Por PAULO NOGUEIRA


"Dona Isabel, dona Isabel ..."


Dona Isabel estava na cozinha. Eram quase 4 da tarde e ela estava terminando de limpar a louça suja do almoço. Adiava o encontro com a louça quanto pudesse, todos os dias. "Fazer comida vai lá, mas limpar louça é um horror", pensava ela sempre que tinha pratos, garfos, facas e copos sujos nas mãos gordas e negras. Tinha 50 anos, todos os dentes e 100 quilos. Nascera em Quixeramobim e trabalhava para a família Vidigal fazia quinze anos. Desde, exatamente, quando nascera Renata, a única filha de Roberto e Sandra. Única filha e único filho. Roberto queria mais um filho, de preferencia homem, mas Sandra recusara outra gravidez. Não podia suportar a idéia de se arrastar nove meses com "aquela barriga medonha e obscena".


"Dona Isabel, dona Isabel ..."


O rádio estava ligado na cozinha, e foi só depois de algum tempo que dona Isabel percebeu que Renata a chamava.


"Já vou, menina, já vou."


Cantarolava junto com o rádio. Tinha um vozeirão, a empregada. Seu azar talvez fora ter nascido numa cidadezinha poeirenta do Brasil, criança miserável numa terra miserável. Se tivesse nascido nos Estados Unidos, poderia ter virado uma daquelas cantoras negras e imensas que parecem ter ouro na garganta, alisam o cabelo e se casam com moços loiros dez anos mais jovens. Mas dona Isabel seria sempre uma cantora de cozinha no Brasil, as mãos engorduradas da louça suja de cada dia.


Roberto era diretor jurídico de uma multinacional americana e Sandra era dona de uma escola de inglês para executivos. Roberto tinha 48 anos, Sandra 39, embora sempre dissesse ter 33. A subtração de anos era aceita com facilidade, pois ainda era uma bela mulher. Uma vez, ao andar com Renata pelos corredores do Shopping Iguatemi, foram abordadas por dois garotões, para os quais as duas loiras eram irmãs. Sandra repetiu a história pelo menos cem vezes nos seis meses seguintes. Exibia o papel de chiclete em que um dos garotos escrevera seu nome e telefone como um troféu.


Roberto era um jovem advogado recém-formado pela São Francisco quando conheceu Sandra. Não fora um aluno brilhante, mas compensara a falta de fulgor com muita aplicação. Era o começo da década de 70. Acabara de entrar na companhia americana na qual depois chegaria a diretor e tinha que aprimorar o inglês. Sandra, que chegara fazia pouco tempo cia Europa e ensinava inglês, foi-lhe recomendada por um amigo.


"Não sei se ensina bem, mas é um mulherão."


Não poderiam ser mais diferentes, ele engravatado, cabelos curtos quase como recruta, apolítico, ela com tónicas semitransparente, sem sutiã, o ar vagamente hippie e esquerdista. Poderia ter vindo a pé de Woodstock. Detestaram-se na primeira aula, conheceram-se melhor na segunda, descobriram virtudes um no outro na terceira, apaixonaram-se na quarta e antes da quinta já transavam. Acomodaram-se, de certa forma, um ao outro. Roberto deixou o cabelo crescer um pouco, abdicou de falar em leis 24 horas por dia e ouvia, paciente, demoradas sessões de rock progressivo. Sandra deixou no guarda-roupa as túnicas mais reveladoras e passou a usar sutiã. Fumava maconha apenas escondida de Roberto. Sandra trazia aventura ao dia-a-dia abúlico de Roberto, imprevisível como era. Roberto trazia tranqüilidade ao dia-a-dia agitado de Sandra, previsível como era.


Renata foi concebida num descuido de Sandra. Usava sempre diafragma, mas uma noite teve preguiça de colocá-lo. Não disse nada a Roberto. Deveria ficar menstruada duas semanas depois , mas o dia veio e nada. Era regular como um relógio, e logo suspeitou. Alguns dias depois, como nada acontecesse, decidiu consultar seu médico. Avisou antes Roberto.


"Acho que estou, grávida."


"Eu sempre disse que o diafragma não serve para nada. Li num jornal."


"O problema não é usar diafragma. É eu não ter usado."


Estava grávida mesmo. Um mês depois, estavam casados. Quase oito meses mais tarde, nascia Renata, o nome de uma namorada por quem Roberto fora apaixonado na adolescência. Só que Sandra não sabia. Preferia Janis, por Janis Joplin, mas nem tentou sugerir o nome.


A primeira vez que Sandra enganou Roberto foi aos dois anos de casamento. Achou terrivelmente emocionante a experiência, tão marcante como o primeiro cigarro de maconha que pusera na boca ou os primeiros dedos de namorado que lhe acariciaram os seios ainda mal crescidos aos 13 anos. Traiu Roberto com um jornalista também casado que conhecera num jantar de amigos, Cláudio, um narcisista insuportável que usava cavanhaque como Trotski, seu ídolo. A esquerda ainda estava na moda naqueles tempos. As pessoas liam Lênin, não Paulo Coelho. Dormiram seis ou sete vezes juntos, em ocasiões em que Roberto viajava a trabalho. Consideravam excitante transar na cama de casal de Roberto e Sandra. De vez em quando eram interrompidos pelo choro de Renata; ora Sandra levantava-se para lhe dar a chupeta ou mamadeiras, ora deixava-a chorar até que, extenuada, a criança voltava a dormir.


Cláudio não demorou muito a sumir da vida de Sandra, mas deixou uma marca indelével. Ensinou-a a gostar de apanhar durante o sexo, a única tara pequeno-burguesa à qual esse pregador da luta de classes se rendera. Cláudio a estapeava dos dois lados, e às vezes lhe apertava o pescoço para simular um estrangulamento.


"Qualquer dia você quebra meu pescoço", disse Sandra certa ocasião.


"Vai ser o êxtase, como uma revolução, como um capitalista pendurado nuns poste."


Roberto nunca lhe bateu, e Sandra nunca lhe pediu isso. Quer dizer, uma vez fez uma sondagem. Tinham acabado de ir para o quarto, ele de pijama, ela ainda nua, a camisola nas mãos.


"O que você acha desses homens que gostam de bater em mulheres no sexo e dessas mulheres que gostam de apanhar?", perguntou.


"Um horror. Cafajestes. Amorais. Por quê?"


"Nada, nada."


Sandra vestiu sua camisola e não tocou mais no assunto. Mas a cada novo caso pedia sempre que lhe batessem. O orgasmo na dor era inigualável, na sua opinião.


Roberto nunca traíra Sandra em dezesseis anos de casamento. Não que julgasse um pecado o adultério: apenas não se interessara jamais por outra mulher além de Sandra. Tinha várias fotos dela e de Renata penduradas na parede de seu escritório na empresa. Aos antigos que praguejavam contra o casamento, respondia que fora a melhor coisa que lhe acontecera. Todos os maridos seriam felizes se tivessem a seu lado alguém como Sandra, estava convencido. Era um homem de poucos hobbies. Não praticava nenhum esporte, apenas jogava pôquer às quartas-feiras com um grupo de amigos da empresa. Era ingênuo dentais para ser um bom jogador, perdia quase sempre. O pôquer exige uma certa maldade, vontade de esmagar os parceiros, extrair-lhes até a última nota da carteira. Roberto dizia que a mesa de jogo era seu divã e, pensando bem, até que as sessões estavam bem baratas. Conhecia gente que pagava bem mais. Lia a Veja, o Estado e publicações especializadas em Direito. Livros, só técnicos. Considerava romances perda de tempo. Mas estava sempre atualizado no seu ramo, a empresa podia ficar sossegada.


Era um homem bonitão. Pouco mais de 1,80 metro, pouco menos de 80 quilos, cabelo ainda farto, mas já quase todo grisalho. Dedicara o melhor de seus esforços a duas coisas, a carreira e a família. Queria que Sandra se orgulhasse dele. Quando foi promovido a diretor, em 1987, quis oferecer a ela uma noite inesquecível. jantaram no Massimo, depois foram ao Gallery, depois para um motel. Sandra teve que se esforçar para fingir uni orgasmo naquela noite, pois durante a tarde estivera transando com um professor de inglês que contratara dias antes para sua escola. No motel, Roberto deu a ela a grande notícia: tiraria alguns dias de folga e iriam os dois para Aruba numa nova lua-de-mel. Sandra não gostou da idéia de ficar tantos dias longe das pancadas do novo professor, mas fingiu ter adorado o convite. Ainda fez uma tentativa de se livrar.


"E a Renata?"


"Ora, ela já está bem grandinha. Além do mais, a dona Isabel toma conta direitinho dela."


Roberto via em Renata tinta repetição da mãe. Tão independente, tão voluntariosa, tão linda, tão... tão especial.


Olhos claros, lábios fartos de uma Bardot adolescente. O peito, ah, o peito, parecia ter sido feito para ser empalmado por um homem

Renata aos 15 anos era uma esplêndida garota. Cabelos loiros e longos, levemente ondulados. Sobrancelhas grossas, mais escuras que os cabelos. Olhos claros, que para uns eram verdes, para outros azuis. Lábios fartos, bem vermelhos, como uma Bardot adolescente. O peito, ah, o peito. Seria necessário um capítulo inteiro, ou dois, ou três, para descrever seu esplendor. Parecia ter sido feito para ser empalmado, delicadamente, por um homem. Renata sabia que seu peito era singularmente belo. Para que todo mundo pudesse constatar sua beleza, não usava sutiã. Nunca quisera usar, ao contrário das amiguinhas da mesma idade, que se orgulhavam de seus sutiãs, espécie de senha com a qual puderam enfim passar ao território dos adultos.


Renata vestia quase sempre calça jeans e camiseta sem manga. Aprendera a fazer, com estudada naturalidade, alguns gestos que deixavam os garotos atordoados. No curso de uma conversa com um colega no pátio da escola, por exemplo, sempre dava um jeito de erguer os braços e passar as mãos pelos cabelos. O peito ficava como que esmagado contra a camiseta, e se podia divisar a rigidez do bico. E também ficavam à mostra os delicados tufos de pêlo claro crespo debaixo do braço. Renata jamais raspara as axilas. Sua mãe certa vez lhe dissera que já era hora de raspar.


"Mas eu vi nos seus álbuns várias fotos de você quando era uma mocinha, mãe, e você estava peluda debaixo do braço."


Era verdade. Sandra, na juventude, decidira não raspar os pêlos das axilas como um símbolo de independência da nova mulher. Só os ceifou pouco antes do casamento. Dona Isabel uma vez passara os dedos pelos pêlos de Renata, puxara-os levemente e dissera que ela parecia homem, cabeluda daquele jeito. Renata adorava seus pêlos, adorava o ar primitivo que lhe davam, adorava o cheiro deles quando estava suada. Não passava nada, nem perfume nem desodorante, nada que modificasse o cheiro natural debaixo do braço. Às vezes à tarde, quando voltava da escola, fechava a janela de seu quarto e, na penumbra, deitava-se na cama de calcinha e camiseta. Com a mão esquerda, cheirava os dedos que acabara de passar pelas axilas suadas. Tinha então fantasias, muitas fantasias. Com a mão direita, subia lentamente do joelho à coxa, e dali seus dedos se embrenhavam na florestinha cada vez mais densa entre suas pernas.


Renata nunca trancava a porta do quarto. O risco de que alguém a visse se acariciando dobrava, triplicava as sensações que experimentava

Não trancava a porta nessas ocasiões. O risco de que alguém a abrisse dobrava, triplicava as sensações que experimentava. Uma vez dona Isabel abriu a porta quando Renata estava quase gozando.


"Menina, menina. Ficou louca?"


"É tão bom, dona Isabel. Tão bom."


Dona Isabel balançou a cabeça, deu meia volta e saiu. Renata achou um sabor novo e enlouquecedor em se acariciar sob os olhos de alguém. Era como se uma testemunha de seus prazeres fosse capaz de aumentá-los enormemente.


Renata amava dona Isabel. Convivera mais com ela do que com os próprios pais. Dona Isabel trocara suas fraldas quando nenê, preparara-lhe o lanche quando entrara na escola. Acompanhara-a passo a passo a vida toda. Também amava aquela menina que já não era menina, mas uma pequena mulher. Lembrava-se de Renata berrando aos 7 anos, quando caíra da bicicleta e quebrara o braço direito. Dela pulando de alegria aos 10 anos, quando vencera a prova de salto em extensão nas olimpíadas de sua escola. Dela amedrontada e confusa, aos 11 anos, com a primeira menstruação. E agora, na cozinha, ouvia-a chamá-la.


"Dona Isabel, dona Isabel ..."


Dona Isabel enxugou as mãos molhadas de limpar a louça no avental e encaminhou-se para o quarto de Renata.


"Já vou, menina, já vou."


Subia a escada da casa cantando uma canção do Roberto. Tinha mesmo uma voz e tanto. "Detalhes tão pequenos de nós dois são coisas muito grandes para esquecer..." Ela só conhecia este pedaço da letra. O resto improvisava. Mas o resultado era bom, Roberto certamente aprovaria.


Renata nunca fora uma aluna brilhante. Claro, perfeição não existe. Mas era esperta, colava com talento, tinha sangue frio para esperar a hora certa de consultar os papéis que colocava sob a carteira. Mas agora estava indo muito mal em matemática. Nem mesmo a cola parecia capaz de salvá-la. Tantas fórmulas esquisitas, tantos números complicados. Que fazer, meu Deus? Os pais arrumaram um professor particular para tentar evitar sua reprovação. Três vezes por semana, sempre no meio da tarde, Zé Elias ia com seu Fusca 64 para a casa dos Vidigal com a missão de tornar a matemática compreensível para Renata.


Zé Elias tinha 35 anos. Descontada uma leve barriga que a cerveja lhe trouxera, ainda conservava o porte atlético dos tempos em que jogava vôlei a sério. Tinha nariz grande e era quase careca, mas mesmo assim o conjunto do seu rosto era interessante. Adorava cinema e literatura. Planejava escrever um romance. A história se desenrolaria em torno de uma mulher indecisa entre o marido e o amante. Angustiada, procura um analista. Acaba descartando os dois, marido e amante, e ficando com o analista.


Zé Elis separara-se da mulher fazia quatro anos e não voltara a casar. Era um tipo extravagante, mas de unta extravagância sincera, não simulada como é tão comum. Decidira, pouco tempo antes de começar a dar aulas para Renata, organizar uma Festa da Primavera em sua casa. Pusera uma capa multicolorida nas costas e, aos convidados que iam chegando, apresentava-se como Capitão Primavera. A seguir, dava a cada um uma muda de flor e pedia que a plantasse num pedaço do jardim. O último ato do ritual que Capitão Primavera impunha aos convidados era uma oração pelas flores. A Oração da Primavera.


"Mas tem que ser a sério, não vale fazer piada."


Zé Elias era verde, votava sempre em Fábio Feldman. Tinha uma filha de 13 anos, Carla. A primeira vez que tivera pensamentos libidinosos sobre Renata, veio-lhe à mente Carla. "Que absurdo, podia ser minha filha", pensou. A segunda vez, a imagem da filha já estava se desvanecendo. A terceira, não teve tempo para pensar em nada. Numa fração de segundo, Renata estava em suas mãos, a calcinha na canela, ofegantes ambos, os lábios colados. Estavam no quarto da garota, onde Zé Elias lhe ensinava matemática. Não eram mais professor e aluna. Eram namorados, embora Renata preferisse dizer às amiguinhas que eram amantes.


"É uma palavra tão excitante."


Aos pais, queixava-se da severidade, do rigor do professor, que não lhe dava trégua, só estudo, só estudo, só estudo.


"Dona Isabel, dona Isabel..."


Quando dona Isabel abriu a porta do quarto de Renata para atender a seu chamado, encontrou-a deitada no tapete branco macio e cheio de pêlo. Zé Elias estava sobre ela, pra cima, pra baixo, pra cima, pra baixo, bem no meio da transa. Os cadernos e os livros, bem arrumados sobre a escrivaninha, sugeriam não ter sido abertos naquela tarde. Dizer que dona Isabel se impressionou ao ver a cena seria um certo exagero. Vira muito em Quixeramobim — criança faminta sem comer quase nada dias seguidos, mulher presa em casa por não ter sequer uma muda de roupa para sair — para ficar boquiaberta.


"Queria que a senhora me visse assim. A senhora me viu de fralda, me viu crescer. Viu tudo. Mas nunca me viu tão feliz. Olha pra mim, dona Isabel. Quem foi que disse que a felicidade não existe, quem foi?"


Renata falava aos engastos, os olhos ora abertos, ora fechados, como se estivesse delirando. Estendeu as mãos para dona Isabel.


"Vem aqui, vem aqui."


Dona Isabel aproximou-se do casal. Renata segurou-lhe a mão direita com a sua esquerda e a guiou até o coração.


"Olha só, como ele bate."


Zé Elias, até então totalmente concentrado no sexo, quase conseguiu citar Casablanca, seu filme predileto. Mas não pôde falar nada. Só pensou: "Não sei se é o seu coração ou as bombas dos alemães."


Nem Renata nem dona Isabel teriam mesmo entendido o que ele quisera dizer. Renata e Zé Elias chegaram ao mesmo tempo ao orgasmo, sob as vistas de dona Isabel. Zé Elias, suado, cansado e saciado, deitou-se de costas, os joelhos erguidos. Que menina, pensava. Já tivera sexo com muitas mulheres, mas com aquela menina era qualquer coisa de espetacular. Essa história de chamar a empregada... Gostara de ser visto em ação. Era vaidoso de sua virilidade. Renata, sentada ao seu lado, passeava os dedos pelo corpo do amante. Olhou para dona Isabel.


"Gosta? Quer? Eu empresto um pouquinho pra senhora."


Dona Isabel ficou muda, imóvel, agora sim surpreendida. Só numa ocasião fora feliz no sexo. Tinha pouco mais de 2() anos e acabara de chegar de Quixeramobim. Arrumara emprego com um casal esquisito. Ela trabalhava, ele não. Muitas vezes o patrão a requisitava para o sexo. Ficavam duas, três horas na cama. Mas um dia a patroa desconfiou e a mandou embora_ Algumas semanas depois ela descobriu que estava grávida, mas acabou tendo um aborto involuntário num dia em que fizera faxina num casarão durante treze horas seguidas.


"Quer, quer?"


Renata brincava com os pêlos de Zé Elias, quase pronto para uma nova jornada. Dona Isabel fez que sim a cabeça, mas parecia paralisada. Renata ajudou-a. Deitou-a em sua cama, tirou-lhe pacientemente a roupa e, ao ver os 100 quilos da empregada esparramados no colchão, arregalou os olhos.


"Nossa, dona Isabel, como a senhora é linda. Queria ter um peito grande assim."


Renata ajudou Zé Elias a erguer-se, sentou-se na beira da cama e viu seu amante cobrir a empregada.


Dali em diante, sempre que Zé Elias aparecia para dar aulas para Renata, dona Isabel ficava alvoroçada. Esperava coisa de meia hora e se dirigia para o quarto da menina. Renata e Zé Elias estavam quase sempre transando.


Algumas vezes, Zé Elias cobria também dona Isabel. Outras, não.


ILUSTRAÇÃO BRAD HOLAND



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